Massacre: quase 20 mil palestinos mortos, sendo que 70% são de mulheres e crianças

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Ministério da Saúde palestino divulgou nesta quarta (20) dados após 74 dias de agressão contra a Faixa de Gaza e a Cisjordânia

Palestinos saem de abrigos ou regressam ao que restou de suas casas na Faixa de Gaza. Na imagem, a cidade de Beit Lahia, em Gaza. Foto: Reprodução/Vídeo Sepa Más

O Ministério da Saúde palestino informou nesta quarta-feira (20) que, após 74 dias de agressão contra a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, o exército de ocupação israelense matou 19.902 palestinos e feriu mais de 55 mil, principalmente mulheres e crianças.

No seu relatório diário, o ministério detalhou que desde 7 de outubro, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) matou 19.667 habitantes da Faixa de Gaza e ceifou a vida a 302 civis na Cisjordânia ocupada.

Cerca de 310 profissionais de saúde, 35 membros da defesa civil, 97 jornalistas e 136 funcionários da Agência das Nações Unidas para os Refugiados para a Palestina (UNRWA) foram mortos.

Um dado estarrecedor é de que 70% do total dos mortos são de mulheres, crianças e idosos, e que os números podem ser mais elevados, uma vez que milhares de pessoas estão desaparecidas e presume-se que tenham morrido sob os escombros.

Abordando a situação humanitária, especificou que 1,9 milhão de pessoas, cerca de 90% da população, foi deslocada à força pelo ataque militar combinado com bloqueios de água, alimentos, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outros fornecimentos, na Faixa de Gaza.

Entre os deslocados, quase 1,2 milhão procurou refúgio em 154 instalações do sistema das Nações Unidas, que estão atualmente superlotadas.

Refúgio também sob bombardeio 

O Ministério da Saúde condenou o fato de milhares de outras pessoas deslocadas terem sido empurradas por Israel para a parte sul da Faixa de Gaza, que agora também está sob fogo das IDFs por mar, terra e ar.

Nas últimas horas os ocupantes israelitas perpetraram 17 massacres em toda Gaza, resultando em 214 mortos, 300 feridos e um número indeterminado de vítimas que ainda estão sob os escombros ou cujos corpos ainda estão pelas estradas.

Assegurou que o ataque à rede de centros de saúde e a detenção de 99 médicos e gestores do setor completam a estratégia sionista de deslocar centenas de milhares de pessoas e privar os serviços médicos a milhares de feridos, 35 mil mulheres grávidas, 700 mil crianças e 350 pacientes crônicos.

Escalada contra hospitais

Soma-se ao quadro a escalada contra os hospitais no sul de Gaza, indefesos contra os bombardeamentos e sem os recursos necessários para cuidar de uma quantidade crescente de pessoas desesperadas por abrigos e atendimento médico.

O Ministério da Saúde pede que Israel permita que cerca de 5 mil feridos saiam do território palestino para que recebam tratamento no estrangeiro.

Por outro lado, sublinhou que a ocupação israelense controla a quantidade, qualidade e percurso da ajuda médica e utiliza-a como arma para matar feridos e pacientes, especialmente no norte de Gaza.

Com informações da Al Jazeera e TeleSur

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

1 Comentário

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  1. Refaat Alareer, 44 anos
    Hiba Abu Nada, 32 anos
    Rushdi Sarrage, 31 anos
    poetas palestinos
    que viviam em Gaza
    assassinados
    seja lá o que significa
    essa noção de nação
    criminosa e covarde
    impávida
    para matar crianças
    ordeira para enterrar
    vivos os enfermos
    não é uma guerra
    exercício de um suplício
    cúmplice cada cidadão israelita
    os poetas morrem e a poesia segue
    em cada escombro um assombro
    ISSO É GAZA !

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