Mesmo envolvido em denúncias, Cid recebe salário de R$ 27 mil

O Exército Brasileiro informou, no último domingo (10), que vai cumprir a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Superior Tribunal Federal (STF), de afastar o tenente-coronel Mauro Cid de suas funções militares.

Cid é ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está envolvido em diversas denúncias de crimes, entre eles peculato e fraude em cartões de vacinação, e fez um acordo de delação premiada na última semana.

O militar ficou preso desde maio preventivamente, mas depois de fechar um acordo para colaborar com a Justiça, foi solto no último sábado, após 116 dias detido. Mas o Exército precisava afastá-lo de suas funções na organização, conforme a exigência de Moraes.

Mesmo enquanto esteve preso e agora afastado do Exército, Cid continua recebendo o salário de R$ 27 mil bruto (cerca de R$ 17 mil líquido) por mês, segundo o Portal da Transparência. O servidor militar deve continuar contando com a remuneração de servidor público, pois seu cadastro como militar permanece ativo.

Gratificação natalina

O sistema que mostra os gastos do governo exibe a folha de pagamento de Cid de fevereiro a julho de 2023.

Entre fevereiro e junho, o salário bruto do militar era de R$ 26.239,50. Em julho, a remuneração atingiu 27.027. Desde montante, o servidor militar tem aproximadamente R$ 5 mil de imposto de renda retido na fonte, um desconto de R$ 3.148,73 referente à pensão militar e desembolsa cerca de R$ 920 de fundo de saúde. Líquido, ele recebe pouco mais de R$ 17 mil.

Porém, dois lançamentos realizados nos últimos seis meses chamam atenção. Um deles é a gratificação natalina (o extrato não descreve se o bônus é de 2023 ou do ano passado) de R$ 13.119 paga em junho.