Ministro que deixou Haddad ser chamado de pedófilo é cotado ao STF

Luís Felipe Salomão teria apoio de Alexandre de Moraes para ficar com uma das duas cadeiras que Lula indicará ao STF

O ministro Luís Felipe Salomão. Foto: Agência Senado
O ministro Luís Felipe Salomão. Foto: Agência Senado

A jornalista Bela Megale informou em sua coluna no jornal O Globo que o ministro do Superior Tribunal de Justiça e corregedor do Conselho Nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, é cotado para o Supremo Tribunal Federal e tem como padrinho o ministro e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes.

Salomão vem sendo citado na imprensa como “cotado para o STF” ao menos desde 2017, quando do falecimento do ministro Teori Zavascki. Naquela ocasião, o então presidente Michel Temer escolheu justamente Alexandre de Moraes para ocupar a vaga.

Em janeiro de 2023, Salomão, que também foi relator da Lava Jato no STJ, determinou a suspensão do juiz Luís Carlos Valois das redes sociais. Defensor dos direitos humanos, Valois postou mensagens sobre os golpistas presos em 8 de Janeiro, entre outros comentários acerca dos atentados contra a democracia.

Salomão argumentou que Valois não pode exercer qualquer “atividade político-partidária”. O corregedor do CNJ ainda sustentou que censurar Valois era necessário para “defender o Estado Democrático de Direito”. Além de aplicar censura prévia ao magistrado, Salomão determinou uma investigação para apurar outras condutas de Valois nas redes sociais. O Twitter recorreu contra a censura prévia.

Caso Haddad

Em 2018, Salomão, enquanto ministro substituto do TSE, manteve no ar postagens fabricadas pela máquina de fake news bolsonarista, que acusavam o então presidenciável do PT, Fernando Haddad, de pedofilia e de ter planos para mudar o gênero das crianças nas escolas, entre outras mentiras.

Salomão defendeu o direito à liberdade de expressão dos que atacavam Haddad, e afirmou também que “quando houver dano injusto a honra de um candidato, o mais adequado é a concessão de direito de resposta, e não a retirada de conteúdo, como pedia Haddad”. A informação é de O Globo.

Salomão no STF

Bela Megale afirmou em sua coluna que Moraes e Salomão construíram juntos algumas teses que podem levar Jair Bolsonaro à inelegibilidade.

Ela citou o episódio da cassação do ex-deputado federal Fernando Francischini. Na oportunidade, Salomão defendeu que atacar a democracia e a lisura do processo eleitoral é motivo para cassar mandato e direitos políticos.

Lula terá duas indicações ao STF. O ministro Ricardo Lewandowski deve se aposentar em maio, e a ministra Rosa Weber deixará a Corte em outubro.

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Redação

9 Comentários

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  1. Quem entra no conclave Papa sai cardeal. Se entrarem os cardeais Zanin, Aragão, Streck…então…!!! E se eugenia, por definição, objetiva melhorar gerações futuras, por que não EUGÊNIA ?

  2. Esse aí é mais um dos que considero inconfiáveis na justiça brasileira. Graças ao corporativismo estúpido e escroto, Sérgio Moro está solto e livre, como muitos outros criminosos. Enquanto isso, Luis Carlos Valois, Luiz Inácio Lula da Silva e muitos outros perseguidos pelo preconceito, pela inveja e por terem muito mais conceito e credibilidade, da população brasileira, que muitos juízes brasileiros. É uma classe que definha e perde antigas qualidades; é uma classe que está cada vez mais menos confiável, conforme a opinião já registrada pela população e conforme, também, a minha avaliação.

  3. Mais uma vez o rabo mordendo o cachorro. A escolha é do Presidente da República e a mídia quer passar essa função para o STF. Daqui a pouco a mídia vai definir que a escolha de ministros deve ser feita pelo Temer/FHC ou pelo PSDB. Realmente o Brasil não é para amadores!
    Se cuida Lula!!!

  4. Quem escolhe o Ministro do STF é o presidente da república e não o amigo desse nóia no Tribunal. Lula deve cortar as asinhas de Alexandre de Moraes. Ele cumpre uma função relevante, mas não deve tentar expandir seu poder político para além das competências que tem em decorrência do regimento do STF e da constituição federal.

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