Netanyahu nega cessar-fogo e culpa Hamas pela morte de palestinos em Gaza: “Não podemos dar imunidade aos selvagens”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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"A Bíblia diz que há momentos de paz e momentos de guerra. É momento de guerra. Israel está separando a civilização da barbárie"

Liderança de 'Bibi', como é chamado Netanyahu em Israel, conta com apenas 20% de confiança entre judeus israelenses. Foto: Tomer Neuberg - Agência Xinhua
Liderança de ‘Bibi’, como é chamado Netanyahu em Israel, conta com apenas 20% de confiança entre judeus israelenses. Foto: Tomer Neuberg – Agência Xinhua

Durante a segunda coletiva de imprensa desde o início da guerra – a primeira dedicada à imprensa internacional -, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, negou a possibilidade de renunciar ao cargo, apelou por apoio de outros países na luta contra o Hamas e culpou o grupo terrorista pela morte de mais de 8,3 mil palestinos martirizados no bombardeio israelense sobre a Faixa de Gaza. “Não podemos dar imunidade aos selvagens”, disse Netanyahu nesta segunda (30).

“Os horrores do Hamas em 7 de outubro nos fez ver que não teremos um mundo melhor a menos que o mundo civilizado lute contra os bárbaros. É um momento de decisão para líderes e nações, se queremos lutar por um futuro de esperança ou se nos submeteremos à tirania e terror“, sustentou o premiê.

Sem fazer autocrítica pela falha na segurança de Israel, Netanyahu reciclou o discurso de que o Hamas é um grupo bárbaro que assassinou brutalmente 1.400 pessoas na invasão de 7 de outubro e afirmou que “assim como os Estados Unidos não concordariam com o cessar-fogo após Pearl Harbor ou o 11 de Setembro, Israel também não vai”.

“Pedir cessar fogo é pedir que Israel se renda ao terrorismo e isso não vai acontecer. A Bíblia diz que há momentos de paz e momentos de guerra. Este é um momento de guerra. Israel está separando a civilização da barbárie”, disparou.

“Clareza moral”

Sobre a morte de mais de 8 mil palestinos até agora – sendo que 40% deles eram apenas crianças – Netanyahu, mais uma vez, atribuiu a culpa exclusivamente ao Hamas ao afirmar que Israel está “fazendo tudo que pode” para evitar baixas civis na guerra, mas o Hamas “não deixa” e “usa civis como escudos”.

“Israel está lutando contra os inimigos da civilização e essa guerra começa com clareza moral, com uma distinção entre a morte deliberada de inocentes e a morte que acompanha qualquer guerra. Eles estão usando civis como escudos! (…) Enquanto fizerem isso e a comunidade internacional estiver culpando Israel [pelos bombardeios indiscriminados], eles vão continuar usando os porões dos hospitais em Gaza como depósito”, disse.

Desde o começo da Guerra, Israel deu ordem para que os palestinos deixem o norte da Faixa de Gaza, onde as tropas israelenses já começaram a invasão por terra. Dos 2,3 milhões de palestinos que viviam no enclave, mais de 1 milhão teriam se deslocado para o sul, segundo estimativas de órgãos internacionais. Boa parte aguarda a abertura da fronteira com o Egito, o que ainda não aconteceu.

Nesta segunda (30), o GGN publicou matéria mostrando que a inteligência de Israel planejou, para o pós-guerra, deslocar todos os palestinos de Gaza para a região do Sinai, no Egito. O documento também mostra que Israel trabalha para evitar a qualquer custo que a Autoridade Palestina tenha ascendência sobre Gaza, porque isso representaria o risco do surgimento de um “Estado Palestino”.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. Olaf Scholz, chanceler federal da Alemanha, lamentou a morte de Shani e disse que isso é terrorismo e que Israel tem o direito de se defender. Certamente se o chanceler alemão fosse contemporâneo de Hitler, ele diria que os Judeus eram terroristas e que os Nazistas, assim como os $ionistas, têm o direito de se defender.

  2. O nazisionista Netanyhorror, ao citar a bíblia, lembrou-me de uma passagem sintomática sobre eliminação de pessoas. Transcrevo-á abaixo.

    judeus conforme relatado no livro de Exodus, transcrito abaixo.
    “E tendo se ajuntado à roda dele todos os filhos de Levi, lhes disse; Eis aqui o que diz o Senhor Deus de Israel: Cada homem meta a sua espada à cinta: passai e tornai a passar, atravessando o campo duma porta a outra ; e cada um mate seu irmão, seu amigo,e que lhe for mais chegado. Fizeram os filhos de Levi o que Moisés tinha ordenado, e foram quase vinte e três mil mil homens que cairam mortos aquele dia. Então lhes disse Moisés: Cada um de vós sonsagrou hoje as suas mãos ao Senhor, matando seu filho e seu irmão, para vos ser dada a bênção.” Exodus capítulo 32 versículos de 25(parte) a 29.
    Se Moisés ordenou a morte de aproximadamente 23.000 judeus, por adorarem o bwzerro de ouro, Para Netayhorror eliminar dois milhões de palestinos, é como se diz na gíria, café pequeno.

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