No Rio de Janeiro dos Bolsonaro, 15 estupros ocorrem por dia enquanto governo segue sem ação

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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O programa de governo de Jair Bolsonaro para a segurança não previa nenhuma ação para combater qualquer tipo de violência contra a mulher. Empossados ministros, Sergio Moro e Damares Alves seguem sem atuar no problema, a exemplo do chefe

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – O jornal O Globo publicou nesta sexta (29) uma reportagem sobre mais um caso de estupro coletivo no Rio de Janeiro – 11 homens contra uma adolescente de 13 anos – que revela um dado que deveria chamar atenção do presidente Jair Bolsonaro. No Estado que sempre garantiu votos ao ex-deputado e parte de sua família, o estupro cresceu 5% somente entre janeiro e fevereiro deste ano.

São 899 ocorrências até aqui, o equivalente a 15 estupros por dia. Mais alarmante ainda é a ideia de que estes números estão abaixo da realidade. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), somente 10% dos casos de estupro (consumados ou tentativas) são reportados à polícia em todo o País.

Enquanto isso, Bolsonaro segue de braços cruzados. Não conseguiu apresentar uma proposta sobre este tema durante a campanha eleitoral – quando, por exemplo, sem admitir o conceito de feminicídio, demonstrou dificuldade ou desinteresse em enxergar as especificidades das formas de violência praticadas contra a mulher – e não conseguiu apresentar agora que tem Sergio Moro como Ministro da Justiça.

De posse do cargo, aliás, Bolsonaro assinou um decreto para facilitar o porte de armas que tem tudo para contribuir com o aumento de vítimas mulheres seja em casos de estupro ou homicídio.

No Dia Internacional da Mulher, Moro anunciou, em conjunto com o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, um projeto para instalar “botão do pânico” em mulheres e tornozeleiras em homens acusados ou sob suspeita de violência doméstica, uma ideia que aparentemente tem público alvo definido: as que já conseguiram na Justiça uma medida protetiva. É suficiente?

A ministra da Mulher, Damares Alves, tampouco colocou em pauta qualquer projeto novo, interministerial, para ajudar meninas como a fluminense de 13 anos estuprada por 11 homens, alguns ligados ao tráfico de drogas no Morro do Carvão. A reportagem expressa que a jovem também é vítima da “falta de uma rede de proteção para assistência a vítimas de violência sexual, em especial, crianças e adolescentes.”

Ao contrário disso, a ministra-pastora tem histórico de atuação em favor de propostas legislativas que andam na contramão dos direitos das mulheres. A exemplo da chamada “bolsa estupro”, que tenta convencer uma mulher estuprada a não recorrer ao aborto, oferecendo uma ajuda financeira. Uma medida que passa longe de atacar o problema na raiz.

Leia a reportagem de O Globo aqui.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

1 Comentário

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  1. Mas o que se esperar de tres niveis de governo corrupto, amigo de pastores corruptos e amigos de milicianos?
    Me faz lembrar Castro Alves:
    “Senhor Deus dos desgracados
    Dizei-me vos senhor Deus
    Se e loucura ou se e verdade
    Tanto horror perante os ceus?

    Meu Deus Meu Deus
    Mas que bandeira e esta
    Que na gavia tripudia?
    Silencio musa chora e chora tanto
    Que o pendao se lave no seu pranto.”

    Meus confrades, caminhantes de jornada, com lagrimas nos olhos, desde aqui do exterior, eu leio o que passa na terra querida e choro.
    Tem uma musica que aprendi na escola em 1953, por ai que diz:
    Se a patria querida for envolvida pelo perifo
    Na paz ou na guerra defende a terra contra o inimigo
    Com animo forte…
    E termina:

    “”Onde a liberdade e mais uma estrela a brilhar!”
    Temos que sair do choque que permeia as nossas comunidades e fazer aquilo que e necessario fazer..Encontros com nossos vizinhos, unidade nos eventos que se pode trabalhar juntos, atos de solidariedade, ajuda sem preconceitos, escolas gratuitas a noite, …qualque evento, atos que nos una, sem importar em quem votou em quem.
    E hora de unidade e amor incondicional.

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