O Eu escondido (Terceira Parte), por William James

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

por Marcos Villas-Bôas

Segue a terceira parte da tradução do texto “O Eu escondido”, de William James. Para explicá-la, valho-me das palavras do próprio William James:

“Eu temo que o leitor não versado nesse tipo de conhecimento irá aqui deixar a sua impaciência tomar conta e jogar fora o meu artigo como um trabalho de um mistificador ou de um tolo. Esses fatos parecem tão bobos e irreais, esses “sujeitos” tão contrários a tudo que nossa educação nos guiou a esperar que as nossas colegas criaturas fossem!

Bem, nossa educação tem sido muito estreita, isso é tudo. Deixe alguém ao menos uma vez se tornar familiarizado com o comportamento desse não tão raro personagem, um bom sujeito hipnótico, e uma inteira classe de fenômenos que eu estou registrando parecerão ser não apenas possíveis, mas prováveis

[…] Porém, ainda mais marcantes as coisas estão por ficar, então eu rogo ao leitor que seja paciente e me escute um pouco mais, ainda que ele deseje desistir ao fim. “.

O Eu escondido (Terceira Parte)

O místico é quase sempre apenas algo que não entendemos ainda.

por William James

Tradução: Marcos de Aguiar Villas-Bôas

A minha própria impressão é que a lei de que as anestesias carregam “amnesias” com elas não aparecerá nitidamente em cada caso. O intrincamento do processo associativo e o fato de que, comparativamente, poucas experiências são armazenadas em uma forma apenas de sensibilidade já seriam suficientes para evitar isso.

Ilustrações perfeitas da lei serão, por conseguinte, encontradas apenas em sujeitos privilegiados como o próprio Sr. Janet. Eles, de fato, parecem ter exemplificado isso maravilhosamente. O Sr. Janet diz:

“Parece-me que, se eu tivesse que acordar em alguma manhã sem sentimentos musculares ou táteis, como Rose, eu poderia, de repente, perder meu senso de cor e não distinguir nada no mundo a não ser preto e branco. Eu deveria ficar aterrorizado e, instantaneamente, pedir ajuda. Essas mulheres, ao contrário, acham o seu estado tão natural que elas nunca nem reclamaram.

Quando eu, depois de algumas tentativas, provei a Rose que ela não podia perceber nenhuma cor, eu a descobri ignorante sobre o fato. Quando eu mostrei a Lucie que ela não podia sentir nem dor, nem contato, ela respondeu: “Tanto melhor!”. Quando a deixei consciente de que ela nunca soube onde seus braços estavam até que os tivesse visto e que ela havia perdido as pernas quando na cama, ela respondeu: “É natural, contanto que eu não as veja; todo mundo é assim”.

Em uma palavra, ser incapaz de comparar o estado de sensibilidade atual deles com um anterior sobre o qual toda a memória é perdida, eles sofrem não mais do que nós por não ouvirmos a ‘música das esferas’”.

O Sr. Janet armazenou o sentido tátil deles temporariamente por meio de correntes elétricas, passes etc., e, então, os fez segurar vários objetos, como chaves e lápis, ou fazer movimentos particulares, como o sinal da cruz. No momento em que a anestesia retornou, eles acharam impossível recordar os objetos ou os atos. “Eles não tinham segurado nada nas mãos, eles não tinham feito nada etc.”

No dia seguinte, entretanto, tendo sido restaurada a sensibilidade por processos similares, eles se lembraram perfeitamente a circunstância e disseram o que eles tinham segurado e o que tinham feito.

É nesse sentido que o Sr. Janet explica a lei geral de que as pessoas esquecem, no seu estado acordado, o que aconteceu com elas no transe. Há diferenças de sensibilidade e, consequentemente, rupturas na associação de ideias.

Alguns dos histéricos (como temos visto) reganharam completa sensibilidade no seu transe mais profundo. O resultado foi um alargamento do seu poder de recordar que eles podiam, então, voltar e explicar a origem de muitas das peculiaridades deles que, não fosse assim, seriam inexplicáveis.

Um estágio no grande ataque convulsivo histérico-epiléptico é o que os escritores franceses chamam de a fase das atitudes passionais, na qual o paciente, sem falar e sem dar conta dela mesma, coloca para fora movimentos de medo, raiva ou algum outro estado mental.

Usualmente, essa fase é, com cada paciente, uma coisa tão estereotipada que parece automática e dúvidas têm sido expressadas sobre se alguma consciência existe enquanto ela dura. Quando, contudo, a sensibilidade tátil da paciente Lucie voltou no estado dela de Lucie 3, ela explicou a origem da sua crise histérica em um grande susto que tinha tido quando criança num dia em que certos homens, escondidos atrás das cortinas, pularam sobre ela; contou como ela passou por essa cena de novo em todas as crises dela; contou sobre suas convulsões ao andar dormindo pela casa quando criança e como, por vários meses, ela tinha sido fechada num quarto escuro por conta de uma desordem nos olhos.

Todas essas eram coisas das quais ela não recordava nada enquanto acordada, porque eles eram registros de experiências principalmente de movimento e de toque, e, quando acordada, seus sentidos de movimento e toque desapareciam.

Mas, o caso de Léonie é o mais interessante, e demonstra maravilhosamente como, com as sensibilidades e impulsos motores, as memórias e caráter mudarão.

“Essa mulher, cuja vida soa mais como um improvável romance do que a uma história genuína, tem tido ataques de sonambulismo natural desde os seus 3 anos. Ela tem sido hipnotizada constantemente, por todos os tipos de pessoas, dos 16 anos em diante e ela está agora com 45.

Enquanto a sua vida normal se desenvolveu num sentido no meio das redondezas do seu pobre país, a sua segunda vida foi passando por salas de estar e consultórios médicos, e naturalmente, tomou uma inteiramente diferente direção.

Hoje, quando no seu estado normal, essa pobre mulher camponesa é uma pessoa séria e triste, calma e devagar, muito suave com todo mundo e extremamente tímida; ao olhar para ela, ninguém iria nunca suspeitar do personagem que ela contém, mas, quando ela é posta para dormir hipnoticamente, uma metamorfose acontece.

Sua face não é a mesma. Ela mantém os olhos fechados, é verdade, mas a agudeza dos seus outros sentidos preenchem o lugar deles. Ela é feliz, barulhenta, incansável, às vezes insuportavelmente. Ela continua com boa natureza, mas adquire uma singular tendência à ironia e incisiva zombaria.    

Nada é mais curioso do que ouvi-la, depois de uma sessão, ao receber visita de estranhos que a desejam ver adormecida. Ela dá um retrato falado deles, imita suas maneiras, finge conhecer os seus pequenos aspectos e paixões ridículos, e para cada um inventa um romance.

A essa característica deve ser adicionada a posse de um enorme número de recordações de cuja existência ela nem sequer suspeita quando está acordada, pois sua amnésia é completa…

Ela nega o nome de Léonie e toma o de Léontine (Léonie 2), ao qual os seus primeiros magnetizadores a acostumaram. ‘Aquela boa mulher não sou eu’, ela diz. ‘Ela é muito estúpida’. A ela, Léontine (ou Léonie 2), atribui todas as sensações e todas as ações; em suma, todas as experiências conscientes pelas quais passou no sonambulismo, e as enlaça juntas para fazer a história da sua já longa vida.

A Léonie 1, por outro lado, ela exclusivamente atribui os eventos vividos nas horas acordadas. Eu fui, de início, golpeado por uma importante exceção à regra e fui colocado a pensar que deve haver algo arbitrário na partição de suas recordações.

No estado normal, Léonie tem marido e filhos, mas Léonie 2, a sonâmbula, enquanto reconhece os filhos como dela, atribui o marido “à outra”. Essa escolha era talvez explicável, mas não seguiu a nenhuma regra. Não foi senão mais tarde que eu descobri que os magnetizadores dela, tempos atrás, tão audaciosos como certos hipnotizadores antigamente, tinham a sonambulizado para os seus primeiros partos e que ela tinha caído naquele estado espontaneamente nos demais.

Léonie 2 estava, então, bastante certa ao atribuir a ela aqueles filhos – vez que ela foi quem os teve – e a regra de que o seu primeiro estado de transe forma uma personalidade diferente não foi quebrada. Mas, é o mesmo com o seu segundo estado de transe.

Depois dos passes renovados, síncope etc., ela atinge a condição que eu tenho chamado de Léonie 3, ela é ainda outra pessoa. Séria e grave, ao invés de uma criança incansável, ela fala devagar e se move pouco. De novo, separa ela mesma de Léonie 1. ‘Uma boa, mas estúpida mulher’, ela diz, ‘e não sou eu’. E ela também se separa de Léonie 2. ‘Como você pode ver algo de mim naquela criatura louca?’, ela diz. ‘Felizmente, eu não sou nada para ela’”.

Léonie 1 sabe apenas dela mesma; Léonie 2 dela e de Léonie 1; Léonie 3 sabe dela e de ambas as outras duas. Léonie 1 tem uma consciência visual; Léonie 2 tem visual e auditiva; em Léonie 3, de uma só vez, há visual, auditiva e tátil.

O professor Janet pensou que, de início, ele era o descobridor de Léonie 3, mas ela lhe disse que esteve frequentemente naquela condição antes. Dr. Perrier, um magnetizador anterior, tinha se deparado com ela do mesmo modo que o Sr. Janet, buscando por meio de passes aprofundar o sono de Léonie 2. “Essa ressurreição de um personagem sonâmbulo, que tinha sido extinto por vinte anos, é curiosa o bastante; e, falando em Léonie 3, eu naturalmente agora adoto o nome de Léonore, que foi dado a ela pelo seu primeiro mestre”.  

O leitor facilmente vê quais surpresas o estado de transe pode preparar, não apenas para o sujeito, mas para o operador. Para o sujeito, as surpresas são frequentemente inconvenientes o bastante, especialmente quando o transe vem e vai espontaneamente. Assim, Léonie 1 se encontra extremamente desconcertada quando, na rua, amigos de Léonie 2 (que não são amigos dela) a abordam.

Léonie 2 espontaneamente escreve cartas, que Léonie 1, não as entendendo, as destrói quando encontra. Léonie 2 começa a escondê-las num álbum de fotografia, que ela sabe que Léonie 1 nunca vai olhar, porque ele contém o retrato do magnetizador anterior dela, cujo olhar pode pô-la a dormir de novo, o que ela não gosta.

Léonie 1 se vê em lugares conhecidos apenas por Léonie 2, para os quais esta última a levou e, então, levantou voo etc. É possível ver um novo tipo de “Comédia dos Erros”, para a qual seria preciso a habilidade de um vaudevilliste parisiense a lhe fazer justiça.  

Eu temo que o leitor não versado nesse tipo de conhecimento irá aqui deixar a sua impaciência tomar conta e jogar fora o meu artigo como um trabalho de um mistificador ou de um tolo. Esses fatos parecem tão bobos e irreais, esses “sujeitos” tão contrários a tudo que nossa educação nos guiou a esperar que as nossas colegas criaturas fossem!

Bem, nossa educação tem sido muito estreita, isso é tudo. Deixe alguém ao menos uma vez se tornar familiarizado com o comportamento desse não tão raro personagem, um bom sujeito hipnótico, e uma inteira classe de fenômenos que eu estou registrando parecerão ser não apenas possíveis, mas prováveis.

Trata-se, depois de tudo, apenas do cumprimento do que o gênio especulativo de Locke sugeriu muito tempo atrás, quando, naquele famoso capítulo de “Identidade e Diversidade” que causou um grande escândalo no seu tempo, depois de dizer que a personalidade se estende não mais distante do que a consciência, ele chegou a afirmar que há dois diferentes “eus” ou pessoas em um homem, se as experiências vividas por aquele homem pudessem cair em dois grupos, cada uma se reuniria num distante foco de recordações.

Porém, ainda mais marcantes as coisas estão por ficar, então eu rogo ao leitor que seja paciente e me escute um pouco mais, ainda que ele deseje desistir ao fim. Essas diferentes personalidades, admitidas como possíveis por Locke, que nós, sob a guia do Sr. Janet, temos vistos realmente sucedendo uma à outra com o nome de Lucie 1, 2 e 3; e sob Léonie 1, 2 e 3 mutuamente rejeitando e desprezando umas às outras; estão provadas pelo Sr. Janet não somente como existentes em formas sucessivas nas quais as vimos, mas como coexistentes, existindo simultaneamente; de tal maneira que enquanto Lucie 1, por exemplo, é aparentemente a única Lucie, anestésica, desamparada, mesmo absorvida em conversação, aquela outra Lucie – Lucie 3 – está a todo o tempo “viva e chutando” dentro da mesma mulher, totalmente sensível e amplamente acordada, e ocupada com as suas próprias consideravelmente diferentes preocupações.

Essa coexistência simultânea dos diferentes personagens nos quais um ser humano pode ser separado é a grande tese do livro do Sr. Janet. Outros, como Edmund Gurney, Bernheim, Binet e mais têm tido a mesma ideia e provaram isso certo em alguns casos; mas o Sr. Janet enfatizou e generalizou isso, e mostrou ser verdadeiro universalmente.

Ele conseguiu fazê-lo escoando a consciência submergida e fazendo-a responder em certos modos peculiares sobre os quais eu irei agora fazer breve registro.

 

 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Por mais que possa parecer

    Por mais que possa parecer absurdo… Eu acho que os homens travestidos de mulher são as projeções da verdadeira mulher… Desinibida e entregue a todas as suas paixões e desejos… E aqueles homens que assim o fazem… Normalmente encontram dentro de sua casa uma maternizadora profundamente infeliz e castrada em todas as suas possibildiades passionais…. Normalmente projetando no filho toda a sua infelicidade e desejos escondidos… O filho meio que se torna uma extensão desta mulher escondida em sua maternizadora… ELe pega por osmose esta Lucie 2 do texto escondidade em toda mulher…. É só verificar… Quanto mais amargurada e castrada for uma mulher… Pré Conceituosa… Mais ela é castrada… E maior a chance de ter um filho homossexual ou que se traveste de mulher… Bom… Foi isso que eu pude perceber analisando homens que se trasvetem de mulheres ou lares com mulheres super castradoras e pré conceituosas… Como a Lucie 1… Embora haja lares como o da Lucie 2…. Que também seria um desvio de personalidade mais arredio… Mas correspondente ao da Lucie 1… Que esconde seus verdadeiros sentimentos… Daí vem a história de mulheres possuidas.. Que na verdade… Ao meu ver… Seriam mulheres castradas…

    1. Agradeço o seu retorno à minha indagação no 2º post da série

       

      Ivan de Union (domingo, 11/12/2016 às 09:28),

      Bom este trabalho inicial de deixar o endereço para as duas partes anteriores do artigo de William James que Marcos de Aguiar Villas-Bôas está fazendo e trazendo a tradução. E valeu também ter indicado o link para o artigo em inglês.

      E provavelmente seu trabalho de colocar os endereços não se encerra nem no próximo, pois a tomar pelo texto em inglês para o qual você deixou o link ainda se tem dois ou três capítulos pela frente.

      E agradeço o retorno que você me deu junto ao meu comentário lá no segundo post dessa série. Pode ter sido realmente referência ao Livro Vermelho ou o Novo Livro de Carl Jung que segundo o link no Wikipédia que você deixou teve divulgação em outubro de 2009.

      Não vou tentar ler os dois ou três capítulos finais desse texto de William James no original em Inglês. Como meu interesse pelo texto cresceu do primeiro para o terceiro post, eu vou esperar os que ainda virão não só porque dá menos trabalho como também na expectativa de que eles possam ainda ser melhores.

      Eu tenho um pouco de resistência aos textos de Marcos de Aguiar Villas-Bôas quando ele aborda assunto do qual eu tenho relativo conhecimento. Nessa área do texto de William James eu sou um leigo incompleto se nessa qualificação eu sou mais leigo que o leigo completo. Critiquei bastante o Marcos de Aguiar Villas-Bôas em um texto dele sobre o populismo como se pode ver junto ao post “Populismo: um mal de direita e esquerda, por Marcos Villas-Bôas” terça-feira, 24/05/2016 às 11:57, aqui no blog de Luis Nassif com o texto de Marcos Villas-Bôas, “Populismo: um mal de direita e esquerda” e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/populismo-um-mal-de-direita-e-esquerda-por-marcos-villas-boas

      Para mim, o problema do populismo é a falta de compreensão que ele sofre na academia. A academia muitas vezes idealiza um termo, um conceito qualquer e o aplica na realidade subsumindo o conceito que ela definiu com a compreensão do termo que se tem na realidade. Populismo e fisiologismo são termos assim. Na democracia ideal não existe o populismo. Então o populismo que existe tem de ser execrado.

      Populismo e fisiologismo são termos que na academia estão vinculados a uma democracia ideal que não existe. Na democracia ideal que não existe e nem poderá existir, pois ela iria requerer que o bem comum em cada conflito de interesse fosse conhecido e, portanto, não haveria necessidade de o conflito de interesse ser composto democraticamente. O conflito de interesse e sua composição terá que deixar o espaço que será ocupado pelo bem comum.

      Então na democracia ideal, o fisiologismo não existiria. O fisiologismo é essa capacidade que os humanos têm em um processo de composição de interesses de fazer troca de favores, perdendo um direito aqui para poder ganhar outro mais à frente e que é, portanto, imprescindível à democracia real. Como existe essa resistência da acadêmica para com o fisiologismo que é uma característica essencial do processo democrático, o fisiologismo passa a ser visto não mais como aquilo que ele é de fato, mas como um ato tipificado como crime.

      O populismo também sofre a mesma transformação. Ele nada mais é que uma facilidade que algumas lideranças têm de interagir com um número maior de eleitores. Pode não ser necessário, mas é uma consequência natural do processo eleitoral. Quem tem a capacidade de interagir com a população tem mais voto. Como os acadêmicos em geral não tem essa capacidade de interação eles passam a ridicularizar o populista que em geral têm menos conhecimento acadêmico do que o próprio acadêmico.

      O Marcos Villas-Bôas tem uma série boa sobre a tributação. Vou deixar o link para o terceiro e último da série onde eu não fiz comentário, mas devo fazer para colocar alguns links dentre eles para os outros dois posts anteriores da série. No terceiro post intitulado “A teoria da tributação ótima e os sistemas complexos, por Marcos Villas-Bôas” de sábado, 05/11/2016 às 08:57, também aqui no blog de Luis Nassif, o Marcos Villas-Bôas trata de uma questão muito interessante e que é o trade off entre a eficiência e a equidade. O endereço do post “A teoria da tributação ótima e os sistemas complexos, por Marcos Villas-Bôas” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/a-teoria-da-tributacao-otima-e-os-sistemas-complexos-por-marcos-villas-boas

      O texto acabou sendo bem teórico e longe de aplicação prática na realidade brasileira. Além disso nessa questão de trade off entre eficiência e equidade ele, com curso em Harvard, não poderia omitir sequer uma referência ao filósofo John Rawls e a ideia dele do véu de ignorância aplicada a um sistema tributário, como fez Paul Krugman no post “Ben Bernanke Endorses A 73 Percent Tax Rate” de 03/06/2013 às 02:12 pm e que pode ser visto no seguinte endereço:

      http://krugman.blogs.nytimes.com/2013/06/03/ben-bernanke-endorses-a-73-percent-tax-rate/?_r=0

      Bem, mas eu queria fazer referência mesmo a dois posts. O primeiro post da lavra de Marcos de Aguiar Villas-Bôas e intitula-se “Espiritismo, sociedade, economia e política, por Marcos de Aguiar Villas-Bôas” de sábado, 10/09/2016 às 10:34, aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/espiritismo-sociedade-economia-e-politica-por-marcos-de-aguiar-villas-boas

      Com um texto sempre longo de Marcos de Aguiar Villas-Bôas e sobre isso eu não tenho o direito de reclamar, ele fala mais assunto de seu interesse do que do meu. Aliás você comenta lá em um post que tem atualmente 104 comentários. Como não gosto muito de entrar nessa seara, nem cheguei a comentar.

      E aqui conto um acontecido inusitado comigo menos de dois meses antes do post “Espiritismo, sociedade, economia e política, por Marcos de Aguiar Villas-Bôas”. No penúltimo sábado de julho morreu atropelada uma cachorra yorkshire de pouco mais de um ano. Quando eu subia a Rua Amianto no Bairro Santa Tereza com outros dois cachorros Yorkshire, um deles mais quieto solto, outro bem estressado preso, além da cachorra que quando eu entrei na rua Amianto eu tirei a correia, ela avançou sobre uma carroça que descia a rua e morreu no ato, mas sem ferimento externo. Um carro, subindo a rua Amianto que é relativamente larga e sem movimento em direção contrária à da carroça, atropelou-a. Vi a parte interna do pneu dianteiro do lado do motorista a atingir. Fui até a cachorra e a peguei para deixar do lado direito da rua que eu subia junto ao canteiro de uma árvore no passeio. Ela estava sem ferimento, mas na posição que eu a carreguei e ao girar para a colocar no canteiro, o sangue dela jorrou em mim e no canteiro. Do lado oposto havia uma caçamba de entulho e eu resolvi deixar a cachorra no entulho. Passando pelo local uma semana depois, observei que o número da casa que estava em reforma e usava a caçamba de entulho era 111, o mesmo número da casa vizinha a que eu morava no interior até pelo menos os meus dez anos. A casa vizinha da de número 111 era uma fundação espírita. E no último domingo de julho, o pai de minha companheira que era muito apegado aos cachorros e um mês anos sofrera uma queda e ficara hospitalizado faleceu. E recentemente a árvore onde caiu o sangue foi cortada.

      Quando a cachorra foi atropelada eu fiz o jogo do contente e pensei comigo que naquela hora muitos animais estavam sendo atropelados no mundo. E ao pensar nisso lembrei da música “Chula no Terreiro” de Elomar Figueira Melo e que pode ser acompanhada aqui na letra e música:

      https://www.letras.mus.br/elomar/259672/

      Lembrei principalmente na parte que diz:

      “Naquela hora na porta do rancho

      Ela tamem viu a lua pur trais dos garrancho e no céu

      Pertô o caçulo contra o peito seu

      O coração deu um pulo os peito istremeceu

      Soltô um gemido fundo as vista iscureceu

      Valei-me Sinhô Deus meu apois eu vi Remundo

      Nas porta do céu, ai sôdade”

      E o segundo post que eu queria lembrar aqui é “A estranha “linguagem crepuscular” no acidente aéreo da Chapecoense, por Wilson Ferreira” de sábado, 10/12/2016 às 11:10, aqui no blog de Luis Nassif e cujo texto na íntegra pode ser visto no blog do Wilson Ferreiora e que foi publicado no mesmo dia do segundo post da série com a tradução do artigo de William James. No blog de Luis Nassif, o post “A estranha “linguagem crepuscular” no acidente aéreo da Chapecoense, por Wilson Ferreira” pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/blog/wilson-ferreira/a-estranha-linguagem-crepuscular-no-acidente-aereo-da-chapecoense-por-wilson-ferreira

      O texto tendo por base o acidente com o avião com a equipe do Chapecoense fala de Carl Jung e do que se chama sicromisticismo ou também sincronicidade. Trata-se de analisar certas coincidências aparentemente não conectadas por causas ou efeitos. No comentário de domingo, 11/12/2016 às 07:36, o comentarista José Carlos Lima desenvolve mais o conceito de sincronicidade. Eu poderia dizer que houve sincronicidade entre esses dois posts e os comentários que nós fizemos.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 11/12/2016

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador