Jornal GGN – O novo técnico da seleção brasileira, Dunga, assume o cargo oficialmente nesta terça (22). Ele carrega, agora, a materialização da responsabilidade por reverter aquele placar de 7×1, que o país levou da Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo. Mas, para reverter os pontos, um simples técnico não tem alcance. Como mudar o futebol brasileiro? Por onde começar? O problema está na base, na legislação, nos clubes, na confederação?
Conversamos com três especialistas para responder a essas perguntas. Cada um, representantes das três esferas do futebol – o mercado, os clubes e os jogadores –, apontou uma direção. Todos, que contabilizam notáveis cargos de experiência na área, não conseguiram chegar a um consenso. Desenharam a distância a que estamos para chutar esse gol.
O problema é da fiscalização
Roque Citadini, ex-dirigente do Corinthians e conselheiro do clube
Citadini é hoje presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e conselheiro vitalício do Sport Club Corinthians Paulista. A mudança no futebol, de acordo com ele, deve se concentrar primordialmente na fiscalização, atuando por uma lei de responsabilidade de gestão dos clubes, como também por agências públicas fiscalizadoras do futebol.
A partir dessas duas linhas, os clubes seriam pressionados a publicar balanços, auditar as contas e manter seus orçamentos equilibrados. “O clube que não tiver equilíbrio orçamentário não disputa campeonato”, defende Roque Citadini.
O conselheiro do clube discorda que o governo não incentiva ou auxilia o esporte no país. “Todos os clubes estão construindo centro de treinamento com dinheiro de isenção fiscal”. Entretanto, Citadini explica que, mais uma vez, entra o problema da fiscalização. “O governo comete um erro, ao abrir mão de um imposto, ele não cobra nada e ele deveria cobrar uma contrapartida. Não é dinheiro, é cobrar uma responsabilidade”.
Segundo a proposta, o Estado deveria pressionar para que, junto à construção de centro de treinamentos, os clubes investissem na base, com atletas jogando no Brasil. Hoje, “as categorias de base no Brasil foram tomadas por empresários que querem pegar o menino de 12, 13, 14 anos e levar para a Europa”, explica.
Tal iniciativa se daria não somente em relação ao imposto não arrecadado dos clubes, como também no perdão ou nos acordos de financiamento das dívidas. Como retorno, seria cobrada “uma política de formação de jogadores”.
Lei Pelé
Em um segundo momento, entram as mudanças legislativas. Para Citadini, a Lei Pelé precisa ser atualizada quanto à escolha dos dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e das Federações, sobretudo, em dois pontos: “acabar com a reeleição e mudar os eleitores. Quem deve eleger o presidente da CBF são os clubes da primeira e segunda divisão, como é no mundo inteiro. E, nas Federações, a mesma coisa”.
Ele desmente a suposição de que a Fifa interferiria nessa decisão. “Há uma ideia falsa de que a Fifa não aceita que o Estado regulamente o futebol e não é verdade. O que a Fifa não aceita é, por exemplo, quando você muda o resultado de um jogo, mas não na gestão do futebol”, confirma.
Nesses dois aspectos levantados pelo conselheiro – a fiscalização orçamentária e as eleições na Confederação e Federações –, Citadini apoia as tentativas do deputado federal Romário (PSB-RJ) de aprovar matérias na Casa Legislativa que fiscalize e regulamente os clubes e entidades superiores do futebol.
Êxodo de atletas
Roque Citadini explica que a CBF não segue as determinações da Fifa para evitar a saída de jogadores do país. Para a Fifa, os jogadores, uma vez que estão na categoria de base daquele clube, são desse clube e, portanto, não estão à mercê de empresas ou empresários. “Infelizmente, a CBF aqui não aplica essa norma. A Fifa não respeita jogador quando ele não é do clube e aqui a CBF fecha os olhos”.
Direitos dos jogadores
O conselheiro critica a flexibilização da Justiça do Trabalho nos contratos dos jogadores. “Esse é um problema no Brasil, quebra-se o contrato com a maior facilidade”. Ele compara à Europa, onde isso não acontece e, assim, não prejudica os clubes.
“Aqui, a Justiça dá uma medida cautelar e libera o jogador na hora. E aí o jogador vai para o outro time que pagará mais, e isso precisa acabar. O contrato precisa ter liberdade para fazer e responsabilidade para cumprir”, afirma.
Calendário de jogos
A maioria dos clubes do país (85%) joga em média apenas 17 partidas por ano e fica inativo por mais de 6 meses. Desse problema, decorre que cerca de 16 mil atletas ficam desempregados ao final dos campeonatos estaduais. Os dados são do Bom Senso F.C.
Citadini afirma que a solução está nas transmissões dos jogos. “Na maior parte dos países, as categorias menores, a terceira série, quarta série, são televisionadas por TV estatal, e aí começa a possibilitar receita para os clubes”.
Ele defende que a série C no Brasil seja transmitida por televisão estatal, o que se tornaria interessante para o mercado, movimentando a economia dos pequenos clubes. Além disso, o conselheiro acredita que a CBF deveria dar suporte às categorias pequenas.
Origem da mudança
Para que tais iniciativas se concretizem, elas devem partir governo, segundo Roque Citadini. “Deixar para a CBF é não mudar nada”, afirma.
Entretanto, faltam motivações. “Eu não vou esconder, as esperanças de mudanças são poucas. Porque os dois grupos hegemônicos na política brasileira, o PT e o PSDB, têm entre seus quadros pessoas que não querem mudar nada, na área do futebol. Esta é uma realidade”, conclui.
O problema é das leis
Pedro Trengrouse, consultor da ONU na Copa 2014 e ex-membro da Comissão Jurídica do Clube dos 13
Trengrouse é coordenador de projetos e cursos da área na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e orientou a criação do departamento de responsabilidade social da Fifa, por meio da sua dissertação de mestrado, Corporate Social Responsibility of Sports Organizations. Para ele, o problema está na regulamentação.
“A Lei Pelé não trouxe nenhum avanço significativo, foi apenas mais um remendo nessa legislação que nasce na ditadura do Estado Novo”, afirma. Ele discorda que o fim do “passe” ocorreu com a lei brasileira, uma vez que terminou a partir de uma ação judicial na Europa, conhecida como caso Bosman, em 1996, “que finalmente reconheceu que os atletas não eram mercadorias”.
“A Lei Pelé simplesmente consolidou, trouxe para o marco legislativo brasileiro esse entendimento que já havia sido consolidado, consagrado na Europa”, defende.
Antes, com a existência do “passe”, os clubes eram os donos das transferências de seus jogadores. Mesmo que o contrato acabasse, o atleta só poderia trabalhar em outro clube se o antigo, o “dono” dessa transferência, permitisse. “Quando na Europa acaba com essa figura do passe, pouco importava se isso ainda existia ou não no Brasil, porque o grande problema que o país sempre enfrentou foi o êxodo dos atletas para o exterior. Se ele vai para fora e na Europa ele pode jogar, pouco importa o que a Lei brasileira exige”, explica Pedro Trengrouse.
A mudança, para ele, também deve incluir adequações a cada modalidade esportiva. “É preciso que o Brasil avance muito na legislação esportiva, que até hoje representa um atraso para o esporte brasileiro porque, primeiro, engessa todas as modalidades no mesmo modelo, segundo, não permite a participação dos atletas no processo decisório. E, terceiro, não está minimente adequada para os desafios do século 21, onde o esporte é um negócio cada vez mais significativo. Ou seja, as bases disso tudo ainda remontam à um tempo em que o esporte sequer era um negócio. Sem falar que não tinha princípios democráticos”, defende.
Direitos jogadores
Entretanto, ele concorda que algumas mudanças na Lei Pelé trouxeram avanços. Como a multa rescisória, que é paga pelo atleta que sai ou pelo clube que o dispensa, antes do fim do contrato. “Existia aí uma disparidade entre o atleta e o clube que foi diminuída, que foi equilibrada, melhorada, com as últimas alterações da lei”, diz.
Mercado do futebol
Trengrouse não enxerga a especulação de empresários como algo necessariamente negativo. “O que acontece hoje é que as fichas são cada vez maiores, por todo o potencial de lucros, e os empresários resolveram investir um pouco mais”.
“A ação dos investidores, de certa maneira, ajuda o futebol brasileiro a manter por mais tempo os craques por aqui. Por outro lado, aumenta a dependência dos clubes a essa ferramenta”, explica o professor.
Interferência do Estado
Trengrouse acredita que a colaboração do governo é garantir uma economia forte no país. Assim, “teremos clubes fortes, uma sociedade forte, com instrumentos capazes de manter por muito mais tempo os nossos atletas aqui. Se a economia vai bem, tudo vai bem”. No sentido de evitar a saída de craques, ele ressalta a necessidade de garantir a competitividade dos clubes, pagando bem os seus atletas, e “melhorando a gestão e governança do futebol como um todo”.
Para o professor, falta investimento. “É um absurdo que a Secretaria Nacional de Futebol tenha o menor orçamento de todo o Ministério do Esporte”. O mesmo ocorre na base da pirâmide: “há estudos aqui na FGV indicando que se esses clubes jogassem 9 meses por ano, ou seja, o dobro do que jogam, haveria a geração de R$ 600 milhões adicionais na economia”, explica.
Nesse processo de fortalecimento do futebol brasileiro, Trengrouse sugere que se pense um equilíbrio entre a concentração de riquezas em alguns clubes, que “tem mais condições de gerar receitas”, e o efeito da dominação de algumas competições como a Champions League. “Existe um processo de concentração de riqueza nos velhos clubes no mundo inteiro. Não é só no Brasil. É preciso uma reflexão profunda sob os efeitos, sob os reflexos dessa concentração e sobre qual é o futebol que nós queremos”.
O problema é da gestão e execução das leis
Heraldo Panhoca, coautor da Lei Pelé e militante de causas desportivas
“O problema do futebol do Brasil é que não existe gestão com responsabilidade”, defende um dos autores da Lei Pelé original, Heraldo Panhoca.
Para ele, não são necessárias mais normas ou legislações. “Eu entendo que, hoje, desporto brasileiro tem lei até demais”, afirma, explicando que o problema está na execução e gestão. E critica: “você tem 99% da população de técnicos de futebol que nunca leu as regras e também juristas que nunca leram a lei”.
Itens como a indenização para os clubes pela ausência do atleta em campeonatos internacionais já foram assegurados pela Lei Pelé, em 1998. Entretanto, “nunca a Confederação de Futebol indenizou o clube ou sequer reabilitou o jogador (machucado). O grande problema do cumprimento da norma está na Confederação. Porque ela é predadora da própria matéria prima que ela precisa: o clube, para manter o atleta, e o atleta, para manter o espetáculo”.
Outro exemplo é a norma aprovada pelos clubes, há 3 anos, de que 5% da verba do Ministério do Esporte sejam destinadas à formação de atletas. “Esse dinheiro foi colocado na Confederação Brasileira de Clubes, que é de todas as modalidades, com hoje aproximadamente R$ 200 milhões lá, e a primeira regra que essa entidade fez foi coibir que se dê bolsa escola, bolsa alimento e pagamento do treinador”.
“Nosso dirigente está absolutamente despreparado ou até mal intencionado, porque como que eu posso formar uma criança sem escola, sem alimento, sem professor? Então essa é a realidade”, conta.
Formação
O jurista que defende o conceito da formação de atletas e, inclusive, foi o responsável pela redação dessa regulamentação na lei, acredita que a profissionalização precoce é um erro. “O clube para fazer dinheiro, para fazer lucro, profissionaliza o atleta aos 16”, destaca, afirmando que tal ação vai contra as imposições constitucionais da Lei do Trabalho e do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Heraldo explica que está na Lei Pelé o balizamento das idades de 14 a 20 anos para a formação regular do atleta, ainda como não profissional. “Entretanto, a norma não é executada porque nossos dirigentes não tem capacidade para gerir isso. Ele é imediatista, é resultado financeiro”, afirma.
Uma das medidas levantadas pelo novo coordenador técnico da seleção brasileira, Alexandre Gallo, na última quinta-feira (17), foi a antecipação da profissionalização para 12 anos. “Nós vamos ter uma grande mutilação física e psíquica da criança que, com 14, 15, 16 anos, ela vai desistir, vai estar saturada”, disse Panhoca.
Ele também critica a fiscalização dos centros de formação. “O que o legislador, já no governo Dilma, fez: transferiu para a CBF certificar quem é clube formador no Brasil. Quer dizer, a CBF não tem a capacidade nem para administrar a prática do futebol, agora como é que nós vamos dizer que é capaz, por força de uma lei, de certificar se alguém cumpre as normas de capacitação do indivíduo para a vida e para a profissionalização?”, questiona.
Justiça
A justiça, conta Heraldo, também tem a sua responsabilidade para assegurar o cumprimento do que já está regulamentado. Se de um lado, felizmente, a Justiça do Trabalho é célere com os jogadores de futebol, de outro, “infelizmente, não alcança a Federação e a Confederação, porque elas não são parte na relação trabalhista”.
Heraldo Panhoca discorda de Roque Citadini quanto à flexibilização dos contratos. Ele defende que é justo e que “todos tentam descarregar em cima do atleta e, principalmente, do aprisionamento do atleta, ou desobrigar de tratar o atleta como um cidadão, para tirar o proveito ou para justificar as mazelas do clube”.
“A Lei Pelé, somada a atuação do magistrado do trabalho, foi célere. E trouxe grandes benefícios para uma pacificação. Pelo menos a relação clube-atleta, neste aspecto, está pacificada”, expõe.
Calendário de jogos
Além do que exposto por Citadini, Heraldo também apontou o problema da exaustão a que são submetidos os jogadores dos grandes clubes. “O nosso calendário obriga o atleta a jogar todas as semanas, duas vezes, e quando tem copas internacionais, ele pode jogar até três vezes na semana. Onde é que fica essa reposição do estado físico desse atleta? Onde é que fica o treinamento?”, disse.
A proposta da CBF para 2015 inclui que os clubes menores, que disputam apenas os Campeonatos Estaduais, podem jogar de 15 a 19 jogos no ano inteiro. Já para os clubes da série A, esse valor sobe para 55 até 85 partidas ao ano.
Nesse sentido, Panhoca defende o limite da profissionalização de até 50, 60 clubes. “O Brasil não tem como sustentar 800 clubes de futebol. Desses, não temos 20 ou 30 clubes profissionais. O restante, eu costumo dizer, são os boia frias do futebol, que jogam 3 meses do ano, pagam o primeiro salário e ficam devendo o resto”.
Segundo dados do Bom Senso F.C., de 684 clubes brasileiros, 583 não têm calendário anual.
Saída de craques
“No momento em que eu, dirigente, for responsável e cumpridor da obrigação, se tiver a capacidade de gerar espetáculo, com o espetáculo gerar renda e solver rigorosamente os meus compromissos, eu vou ter o atleta aqui”, diz Heraldo.
Panhoca explica que a Lei Pelé já protege que o jogador não saia do país, podendo esticar o contrato do atleta em formação no clube por até 20 anos e, depois, por mais 5 anos profissional. Entretanto, a CBF não cumpre, espelhando-se pela norma da Fifa de que o jogador abaixo de 18 anos só pode fazer contrato de 3 anos. “E o atleta com 21 anos está livre”.
Dirigentes das entidades
Para Panhoca, mudar a direção da CBF não é suficiente para resolver o problema. Ele defende que para cumprir a legislação, será preciso inibir recursos públicos para criar responsabilidade no gestor. “O problema de gestão é muito tranquilo. Basta que o ente fiscalizador obrigue a essa entidade a cumprir a lei brasileira”, afirma.
Outro problema apontado pelo jurista é o perdão das dívidas, o que permite a repetição dos erros pelos dirigentes. “O fracasso da Copa do Mundo foi que a soma – atletas, comissão técnica e direção da CBF – foi incompetente. O Brasil foi pródigo na produção de atletas. Entretanto, deteriorou muito, a partir de que o Estado começou a tutelar os clubes, principalmente nas suas dívidas, e as entidades de administração. Os atletas são e continuarão competentes, os dirigentes precisam voltar para a escola”, afirma.
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O que é preciso mudar no futebol brasileiro
Nassif
Interessantes algumas desta colocações, mas gostaria de ler também a opinião de representante dos jogadores, pois nenhum deste 3 personagens o é.
Abs,
Do monopólio da goebbels
Do monopólio da goebbels ninguém fala.
Ninguém tocou em um dos
Ninguém tocou em um dos pontos chaves.
A concentração de dinheiro nas mãos de pouquíssimos pelas verbas de TVs, que estão enfraquecendo os clubes e que gerou a deficiência na revelação de novos craques.
Já tinha comentado aqui no blog sobre as mudanças na Lei Pelé pela Medida Provisória de nº 620/2013 de Dilma Rousseff, que trazem mais transparência, responsabilidade e limites de atuação dos dirigentes, MP já transformada na LEI Nº 12.868/2013 em https://jornalggn.com.br/comment/369561#comment-369561:
Muito se tem comentado aqui no blog sobre ações para a melhoria do nosso futebol e demais desportos. A sociedade vem debatendo esse assunto, mesmo antes da derrota da seleção para a Alemanha, e medidas vêm sendo tomadas para o avanço dos esportes.
O nosso desporto é regulamentado pela Lei Pelé, também conhecida como Lei do Passe Livre, sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em março de 1998.
Essa lei é polêmica desde o seu nascedouro e existem distorções gritantes como o fim do passe que prendia o jogador ao seu clube formador e que passou a beneficiar os empresários, que fazem a cabeça de qualquer promessa de craque desde os 10, 12 anos de idade, pressionando clubes a pagar salários cada vez mais altos a jogadores cada vez mais jovens, pactuando contratos de gaveta e fazendo com que a totalidade dos clubes passe por aperto financeiro o que favorece a ida dos jovens talentos para o exterior.
O tema é longo para aprofundar em um comentário, então vamos às alterações recentes da Lei Pelé pela Medida Provisória de nº 620/2013 de Dilma Rousseff, que trazem mais transparência, responsabilidade e limites de atuação dos dirigentes, MP já transformada na LEI Nº 12.868/2013 que estabelece:
Art. 19. A Lei no 9.615, de 24 de março de 1998, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 18-A:
Art. 18-A. Sem prejuízo do disposto no art. 18, as entidades sem fins lucrativos componentes do Sistema Nacional do Desporto, referidas no parágrafo único do art. 13, somente poderão receber recursos da administração pública federal direta e indireta caso:
I – seu presidente ou dirigente máximo tenha o mandato de até 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) única recondução;
II – atendam às disposições previstas nas alíneas “b” a “e” do § 2º e no § 3o do art. 12 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997;
III – destinem integralmente os resultados financeiros à manutenção e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais;
IV – sejam transparentes na gestão, inclusive quanto aos dados econômicos e financeiros, contratos, patrocinadores, direitos de imagem, propriedade intelectual e quaisquer outros aspectos de gestão;
V – garantam a representação da categoria de atletas das respectivas modalidades no âmbito dos órgãos e conselhos técnicos incumbidos da aprovação de regulamentos das competições;
VI – assegurem a existência e a autonomia do seu conselho fiscal;
VII – estabeleçam em seus estatutos:
a) princípios definidores de gestão democrática;
b) instrumentos de controle social;
c) transparência da gestão da movimentação de recursos;
d) fiscalização interna;
e) alternância no exercício dos cargos de direção;
f) aprovação das prestações de contas anuais por conselho de direção, precedida por parecer do conselho fiscal;
g) participação de atletas nos colegiados de direção e na eleição para os cargos da entidade;
VIII – garantam a todos os associados e filiados acesso irrestrito aos documentos e informações relativos à prestação de contas, bem como àqueles relacionados à gestão da respectiva entidade de administração do desporto, os quais deverão ser publicados na íntegra no sítio eletrônico desta.
§ 1o As entidades de prática desportiva estão dispensadas das condições previstas
I – no inciso V do caput;
II – na alínea “g” do inciso VII do caput;
III – no inciso VIII do caput, quanto aos contratos comerciais celebrados com cláusula de confidencialidade, ressalvadas, neste caso, a competência de fiscalização do conselho fiscal e a obrigação do correto registro contábil de receita e despesa deles decorrente.
§ 2o A verificação do cumprimento das exigências contidas nos incisos I a VIII do caput deste artigo será de responsabilidade do Ministério do Esporte.
§ 3o Para fins do disposto no inciso I do caput:
I – será respeitado o período de mandato do presidente ou dirigente máximo eleitos antes da vigência desta Lei;
II – são inelegíveis o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins até o 2o (segundo) grau ou por adoção.
§ 4o A partir do 6o (sexto) mês contado da publicação desta Lei, as entidades referidas no caput deste artigo somente farão jus ao disposto no art. 15 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997, e nos arts. 13 e 14 da Medida Provisória no 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, caso cumpram os requisitos dispostos nos incisos I a VIII do caput.”
Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.”
“O estatuto do torcedor tem o
“O estatuto do torcedor tem o poder de colocar para escanteio a nefasta figura caricata do cartola, definido como dirigente, visto geralmente como um indivíduo que aproveita de sua posição para obter ganhos individuais e prestígio”
“No que tange à autonomia das entidades desportivas, ao direito de livre associação e à não-intervenção estatal, tampouco assiste razão ao requerente. Seria até desnecessário a respeito, mas faço-o por excesso de zelo, relembrar a velhíssima e aturada lição de que nenhum direito, garantia ou prerrogativa ostenta caráter absoluto”
Voto de Cezar Peluso seguido por unanimidade
https://jornalggn.com.br/docum
https://jornalggn.com.br/documento/intervencao-no-futebol-precedentes
Antecedente à fiscalização
Antecedente à fiscalização está a governança, a forma como são eleitos os dirigentes dos clubes. Os modelos de hoje favorecem a perpetuação de grupos através das eleições indiretas, os socios elegem “”conselheiros”, alguns clubes tem 300, que elegem a diretoria. Não há portanto CONSELHO para fiscalizar a DIRETORIA, os dois orgãos são o mesmo poder.
O certo seria eleger um Conselho pequeno, de 7 a 15 e a Diretoria, em periodos diferentes, o Conselho seriam votos individuais e não chapa, os mais votados seriam os eleitos, permitida uma reeleição apenas, para que haja renovação permanente.
REAL.,MENTE os tempos sao
REAL.,MENTE os tempos sao outrols e é preciso se reorganizar as coisas no futebol, hoje os clubes europeus levam vantagem justamente nisso. alem da valorizaçao do euro perante o real quando eles adquirem um jogador brasileiro, tem a vantagem da estrutura do clube.
Tivemos um caso muito interessante no Brasil de um garoto de 12 anos craque de bola e que o barcelona ou real madrid queria levar para a espanha. como o governo brasileiro tomou medidas para impedir o que fez o time espanhol simplesmnte levou a familia do garoto nao sei se nacionarizaram, mais ai o Brasil ficou entre a cruz e a espada porque a justiça decidiu que o garoto tertia que ir ficar com seus pais. quando na verdade a justiça btasileira devertia exigir que a familia voltasse para o Brasil.
O que pega neste país é exatamente isso. Nossa justiça nao funciona, com raras excessoes vemos juiaes bem pautados nas suas decisoes. parece ate que o dinheiro fala mais altol e nunca se pronunciam a favor do Brasil.
Enquento neste país a justiça nao for brasileira mesmo as coisas nao vao para frente porque uma justiça de reputaçao ilibada ajuda muito o governo a governar .
a compra de jogador ou o
a compra de jogador ou o passe do jogador so deveria ser negociado entre clubes, nao se pode permitir que um bando de empresarios compre o passe do jogador porque no fim eles fazem pressao para que seus jogadores sejam convocados para a seleçao e ai ate a CBF entra porque ganha seus extras por fora. VAMOS DIZER NAO AOS EMPRESARIOS QUE COMPRAM JOGADOREDS. PRINCIPALMENTE ESTRANGEIRO
NENHUM GAROTO abaixo dce 18
NENHUM GAROTO abaixo dce 18 anos deverar ir para outro país sem autorizaçao judicial, e de seus pais, tal autorizaçao deve ser enviada a uma corte e nunca ser decidido monocraticamente tem que ser levada a plenario isso vai evitar que apenas um juiz decida o destino de um garoto.
o que a CBF DEVERIA fazer
o que a CBF DEVERIA fazer era ouvir o povo com suas sugestoes abrir um plebicito se for necessario ou fazer uma votaçao pela internet onde o povo apresentem suas sugestoes dai se faz um conjunto de medidas para se melhorar o futebol.
o futebol decidido por 2 ou 3 pessoas nao dá em nada, e os resultados sao sempre devastadores porque sempre vai rolar o jogo de interesses. aqui mesmo apresentei algumas sugestoes que o Nassif se achar que deve e vale a pena apresente aos que tem poder de mudar o jogo
Na copa de 2006 Felipao
Na copa de 2006 Felipao tinha excelentes jogadores como Romario Dunga, Bebeto , e se um saisse tinha gente a altura para substituir, entao o Felipao foi vitorioso, Agora nessa copa ou ele resolveu inovar no ato insano, ou foi pressionado a colocar esse grupo de garotos inexperientes e deu no que deu. Vamos citart aqui quantos jogadores do cruzeiro campeao brasileiro foi para a seleçao. voce sabe de algum? do internacional? do Gremio? A defesa do cruzeiro para mim é a menos vazada do campeonato brasileiro tanto de 2013 como 2014 como se deixar esses rapazes ate com mais idade e jogando um bola de fora? Comol nao se olhar para jogadores do norte?nordeste so porque o sudeste RJ/SP/MINAS fazem pressao e comandam o futebol no Brasil apoiados pela rede globo. Ninguem venha me dizer que Felipao escolheu los melhores porque nao foi isso que a conteceu quando deixou de lado jogadores mais experientes como KAKA, RONALDINHO GAUCHO O PROPRIO ROBINHO QUE JOGOU POUCO NA SELEÇAO pouco participou de jogos internacionais, porque sem explicaçao fora cortado. E o que me dizem de LUIS FABIANO, um matador nato da seleçao que nos trouxe muitas alegrias e que simplesmente nao foi convocado. isso porque o SP esta mal e ele nao esta tendo um bom desempenho. uma coisa é o SP e outra é a seleçao que deve ser constituida dos melhores e que ele certamente se soltaria. como ja fez em outras ocasioes. O que esta errado no Brasil sao os pçontos que citei e as CONVOCAÇOES PRIVILEGIADAS. acabando-se com isso e exterminando essa tal de lei PELÉ que so favorece a times estrangeiros a coisa vai mudar.
Pera lá, em 2006 o técnico
Pera lá, em 2006 o técnico foi o Parreira e estes 3 jogadores já estavam em fase terminal, não foram e nem poderiam ter ido a copa, o Brasil foi eliminado nas quartas de final, pela França.
O Felipão venceu a Copa de 2002, mas nenhum desses 3 jogadores participaram. O time era muito bom e tinha craques bem melhores que estes, como Ronaldo e Rivaldo, eleitos melhores do mundo mais de uma vez cada um .
Timaço
Lembrando que o esquema
Lembrando que o esquema Havelange/Teixeira que vige até hoje, nos deu as cinco Copas. Então essas mudanças não são cruciais para que se volte a ter um grande time. Acredito que a questão do time vencer é mais com relação à safra de jogadores mesmo e não aos fatores extra-campo.
Dito isso, é evidente que teríamos que fazer inúmeras melhorias na gestão do futebol brasileiro de maneira geral, desde a CBF, federações estaduais, e também com relação à gestão dos clubes.
Mas uma coisa não têm, necessariamente, relação com a outra.
Em termos
Daniel, acho que tem uma diferença muito grande entre a situação atual e a situação de 20 anos atrás. Houve claramente um nivelamente por cima do nível do futebol mundial. É só ver a canseira que a Suiça e o Irã deram na Argentina, a Argélia na Alemanha, o Chile no Brasil ou a Costa Rica na Holanda, para perceber que, tirando uma ou outra rara exceção, não há mais bobo no futebol. Até a Venezuela, tradicional saco de pancadas nas eliminatórias da América do Sul, está dando trabalho.
Isso significa que ao menos que haja uma safra absolutamente excepcional de jogadores, o que acontece muito raramente (foi o caso em 2002 com os 3 R – Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho), organização, tática e planejamento de longo prazo terão uma importância cada vez maior. Ganhar exclusivamente na base do improviso e do talento individual ficará mais raro com o passar do tempo.
Não podemos esquecer que dos cinco títulos, três foram conquistados há mais de 40 anos, quando o nível de profissionalização do futebol mundial era outro e o talento se sobrepunha muito mais facilmente. O título de 1994 já mostrava claramente a importância de um esquema tático forte, que não dava espaço para o adversário (era jogo horroroso mas eficiente), combinado com um talento fora do comum de Romário no ataque. Sobre 2002 já comentei, o time com os 3 R’s tinha um talento fantástico, muito acima da média, que foi suficiente para compensar a falta de tática e de planejamento.
Resumindo, acho que sem um planejamento sério ficará cada vez mais difícil competir somente na base do talento. Ainda tem chão para voltarmos a ter uma safra de jogadores excepcionais capazes de compensar a desorganização do futebol praticado no Brasil.
É tanta coisa que tem que mudar…
…que nem dá para comentar.
Só sei que os estádios estão vazios, e isto só favorece uma emissora de televisão.
Diluir o poder da globo sobre
Diluir o poder da globo sobre o futebol. Essa empresa sempre apodrece o que toca.
Mas, a CBF agora vai
Mas, a CBF agora vai contratar o Lazaroni como surpevisor técnico da seleção e esses pequenos probleminhas estarão, então, todos solucionados…..
O Corinthians não foi o time
O Corinthians não foi o time que implodiu o Clube dos 13 para a Globo?
É este time que o Nassif vai consultar?
Então tá…
Que tal consultar o Flamengo que não pode entrar na CBF desde a criação do Clube dos 13?
Hoje ainda não pode entrar…perseguido incansávelmente por Teixeira e seus asseclas que estão lá no mesmo lugar.