Países fundadores do Mercosul não reconhecem Constituinte venezuelana

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Chanceleres da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – Foto: EFE

Da Agência Brasil

Por Maiana Diniz 

O Ministério das Relações Exteriores divulgou nesta sexta (18) uma nota em que diz que os países fundadores do Mercosul – Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina – condenam e não reconhecem a decisão da Assembleia Nacional Constituinte (ANC) da Venezuela de “usurpar” as atribuições do parlamento venezuelano.

“Os países fundadores do Mercosul não reconhecem essa medida ou qualquer outra adotada pela Assembleia Constituinte, cuja convocação foi feita ao arrepio da ordem constitucional venezuelana”, diz o comunicado. A nota destaca que a Assembleia Nacional da Venezuela (Parlamento) foi eleita democraticamente pela maioria dos venezuelanos e “é a única e exclusiva titular” do Poder Legislativo no país.

Composta por aliados do presidente Nicolás Maduro, a Assembleia Nacional Constituinte decidiu hoje, por unanimidade, que vai assumir competências do Parlamento da Venezuela, controlado pela oposição. A decisão foi anunciada após o conselho da Assembleia Nacional (Câmara dos Deputados) não comparecer a uma reunião convocada pela ANC para hoje.

“Com essa medida, restringe-se ainda mais o espaço para o convívio institucional na Venezuela e agudizam-se os conflitos, em sentido oposto ao necessário restabelecimento da democracia.”, avalia o comunicado do Itamaraty.

A oposição venezuelana critica a Constituinte e a acusa de ser um instrumento do governo de Maduro para consolidar uma ditadura no país.

O Parlamento da Venezuela, de ampla maioria opositora, rejeitou hoje (18) a sua “dissolução” ordenada pela plenipotenciária Assembleia Nacional Constituinte (ANC), integrada unicamente por chavistas, e convocou os deputados e o povo para uma sessão neste sábado.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

7 Comentários

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  1. países….

    Anão Diplomático. Não fala nada. Quando fala é só asneiras. Tivemos um lapso da nossa grandiosidade transferida às ações diplomáticas com Celso Amorim e Samuel Pinheiro Guimarães. Mas como outros constantes erros republicanos não o transformamos em Política de Estado. Agora nossa briga politica atual, é transferida para nossos equivocos históricos do Estado Brasileiro. Como a Maior Nação do Hemisfério, não auxiliamos, nem construimos uma saída democrática. Nem aqui, nem para a Venezuela. Erramos ou nos omitimos com a Guatemala, com a Colombia, com o Panamá, com o Embaixador da Bolívia, com as Malvinas na Argentina, com o Paraguai… Abandonamos a reconstrução da África e a construção de um caminho de paz e democracia entre países muçulmanos e do Oriente Médio. Nações que tem no Brasil uma relação histórica, como nenhuma outra, de confiança e amizade. Tropeçamos nas próprias pernas, enquanto acusamos inimigos imaginários. O Brasil se explica. 

  2. Caso os EUA levem mais tempo

    Caso os EUA levem mais tempo para recolocar a plutocracia de volta ao poder na Venezuela, podem compensar esse hiato adicionando aos seus filmes terroristas a serviço da Venezuela. Está ficando cansativo para o distinto público que a origem do mal se restinja ao Irã, Coréia do Norte, Rússia e China. Não duvidemos que hollywood possa encaixar algum procurador da lava jato como agente auxiliar do bem na luta contra os vilões do mundo, afinal já possuem experiência comprovada como podem atestar os órgãos de segurança dos gringos.  

  3. Somente uma correção na foto

     Desde junho, o chanceler da Argentina chama-se Jorge Faurie, um diplomata de carreira que ocupava, até então, o posto de embaixador em Paris. Faurie veio para substituiu Susana Malcorra (a sra. da foto), que saiu por motivos pessoais. Malcorra, ex-braço direito de Ban Kim Moon ONU, era uma das cotadas para assumir o posto de seu antigo chefe, mas acabou saindo da disputa, em que ganhou o português Antônio Guterres. Tinha Susana Malcorra o perfil de ser uma chanceler pragmática e realista no trato da questão com a Venezuela, assim como na sensível causa das Malvinas.

  4. mercosul

    e, desde quando o itamarati (atualmente com minùscula) representa os tais “países fundadores do Mercosul”?

    aliás, isso de países fundadores parece lembrar os tais “pais fundadores” de um império vizinho.

    1. Desde quando o Brasil assumiu

      Desde quando o Brasil assumiu a presidencia rotativa do MERCOSUL em maio deste ano, o Itamaraty representa

      os paises do Mercosul em função do Tratado que criou essa entidade.

  5. Ridículo e sem comentários

    Ridículo e sem comentários esse desejo do Brasil de cercar a Venezuela e servir de bucha de canhão dos EUA.

  6. Cara…

    … eu tô com vergonha desse país, sinceramente.

    Será que, de verdade, é isso que a gente quer?

    A sensação que tenho (é realmente pessoal) é de falar para as paredes.

    Esse Aloysio Nunes não tem estatura intelectual nem moral. É poder puro, um dos suportes do golpe.

    PSDB destroça a CLT e quer permanecer impune.

    Querem matar a gente, simples assim.

    Pegando as frases dos coxinhas, invertendo-a, “se tem venezuelano quer governo lambe-botas e de canalhas, vá para o Brasil”.

     

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