Para sheik, comunidade árabe precisa estar mais presente na sociedade brasileira

Convidado do TVGGN 20H observou que se a mídia não se interessa pelas manifestações pró-Palestina, parte da culpa vem do próprio isolamento dos árabes no País.

Crédito: Gabriela Hipólito/ Divulgação

Mais que uma tragédia humanitária, a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza deve deixar um legado desastroso para ambas as comunidades, que já sofreram episódios de islamofobia e antissemitismo no Brasil e no mundo. Em 25 de outubro, por exemplo, um casal de afegãos foi hostilizado e chamado de terrorista em São Paulo.

Para comentar o aumento da islamofobia e soluções para combater o discurso de ódio contra a comunidade islâmica, o programa TVGGN 20H recebeu, nesta segunda-feira (13), o sheik do Centro Islâmico da Penha, Rodrigo Jalloul, que se descreve também como defensor dos Direitos Humanos.

No último domingo, Jalloul participou de um ato com outras lideranças religiosas, em que abraçou o representante da comunidade judaica na ocasião, pois mais que palavras, os líderes religiosos devem apresentar ações efetivas para a construção de uma sociedade mais pacífica, em que a convivência com pessoas de outras culturas não gere atritos.

Equívocos

O sheik falou ainda sobre os erros que comunidade árabe no Brasil comete. “Se hoje nós temos uma mídia pacial, se nos temos a islamofobia crescendo, acho que boa parte do que a gente vive hoje, quando fazem uma manifestação na paulista com 10 mil pessoas e ninguém se importa em televisionar algo, acredito muito que é uma culpa da comunidade árabe também.mas nao é uma coisa de hoje, desta geração.”

Ao tentar preservar as tradições e a religião islâmica, os muçulmanos “fecham a porta das mesquitas”, segundo Jalloul na esperança manter os filhos dentro de uma cultura.

Outro equívoco cometido pela comunidade no brasil é a falta de investimento na divulgação da cultura e de artistas, atletas e outros profissionais de destaque muçulmanos.

“não vejo cantor mulcumano, ator muculmano, lutador muculmano e foi para os eua, voltou como cinturao de outro, sao todos filhos de árabes muculmanos e vejo nada de apoio por parte dos sheiksm das mesquitas e da comunidade para esas categorias. a gente tem de tirar o chapeu para os israelenses, que sao uma minoria religiosa e etnica, mas eles souberam investir. temos donos de emissoras de tv judeus, atores judeus, cantores judeus em todas as areas eles atuam e na política”, comenta o sheik.

Jalloul até tentou se candidatar a vereador da capital paulista pelo PSOL, mas por ser um partido de esquerda e também por almejar uma posição de destaque social, recebeu pouco apoio da própria comunidade. Por isso, ele defende maior presença da comunidade muculmana na sociedade.

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Camila Bezerra

Jornalista

2 Comentários

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  1. Existe algum equívoco na matéria pois a comunidade sírio libanesa é extremamente bem representada no Brasil e bem influente. Mas embora mantenha suas ligações comunitárias está tão incorporada à sociedade que sequer é vista como uma comunidade aparte. Acredito que haja uma hegemonia de católicos, mas não estou seguro disto. Quando as comunidades sírio libanesas e judaicas predominavam no comércio da José Paulino e 25 de março, em diversos conflitos promoveram passeatas conjuntas de judeus e sirios libaneses pela paz. No interior de São Paulo tem-se muitas cidades como Bady Bassit, São José do Rio Preto onde a comunidade “sirio-libanesa” é importante e influente. O clube Sírio -libanês e o hospital Sírio-libanês são referências em São Paulo. Talvez a hegemonia de católicos me faça pensar que o Sheick não fala da comunidade árabe como um todo mas sim da comunidade muçulmana, que infelizmente aparece pouc, embora eu saiba que está presente em diversas cidades do Brasil. Vide a mesquita em Curitiba, mas para exemplificar a visibilidade, mesmo sendo paulistano não me lembro de uma mesquita em São Paulo.

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