Pensando o Rio do futuro

O projeto de Callebaut

Vincent Callebaut ( www.vincent.callebaut.org) é um jovem arquiteto Belga, famoso por seus projetos e ideias futuristas e ecológicas. Recentemente veio a meu conhecimento um de seus projetos sobre construir edifícios submarinos autosustentáveis. A ideia em si não é muito nova mas o que mais me chamou a atenção foi o uso de imagens da orla carioca para apresentar o seu projeto.

Como já se disse, o Rio é uma das mais, senão a mais fotogênica cidade do mundo. A incomum reunião de mar, praia, morros e florestas é um colírio aos olhos. Vejam as fotos apresentando os edificios de Callebaut na orla da Zona Sul, na área compreendida entre Copacabana, Ipanema e Leblon, no Continente e as Ilhas Cagarras no oceano.

Há muitos anos alguém me falou de um projeto para ampliar a área de terra da Zona Sul. Seria a construção de um grande aterro ligando a Ponta do Arpoador às Ilhas Cagarras. Esta área, uma espécie de península, seria usada para um grande complexo turístico, com hotéis e centros comerciais. Do ponto de vista da engenharia este seria um projeto facilmente realizável. Nossas construtoras possuem tecnologia que permite a sua realização, pelo menos enquanto o Moro e seu time de Procuradores não conseguirem destruir todas elas. O único obstáculo é a grande intervenção que isto representa no meio ambiente e me parece que haveria uma grande revolta se algum prefeito ou governador resolvesse levá-la a sério.

De minha parte eu não penso que o meio ambiente seja intocável, muito pelo contrário, muitas vezes o resultado é extremamente útil a todos nós. Afinal o que seria do Rio sem o Aterro do Flamengo e o aterro da orla da Zona Sul que permitiu alargar a Avenida Atlântica?

A propósito, gostaria de apresentar o meu próprio projeto futurista. Trata-se da construção de um ponto turístico sobre a Pedra da Gávea, um Belvedere. O acesso se daria por um túnel horizontal que levaria a uma chaminé vertical na qual seriam instalados elevadores que levariam os visitantes diretamente ao topo da montanha. Por serem obras subterrâneas, isto é internas, o impacto ambiental, tanto para construir como depois de prontas, seria mínimo. A rocha extraída na perfuração do acesso e do poço/chaminé poderia ser aproveitada para os projeto de engenharia a serem realizados no topo.

Os túneis também seriam utilizados para levar água e eletricidade ao topo e trazer os dejetos sólidos e líquidos para serem tratados.

Para fazer o projeto mais ecológico, um segundo túnel, ou chaminé vertical, poderia ser perfurado para a geração de energia elétrica utilizando a força da corrente de ar quente ascendente.

Considerando que a caminhada que hoje leva ao topo é uma das atrações turísticas do Rio, o meu projeto prevê que esta via seria mantida permanentemente aberta e com livre acesso a todos. Ao longo da trilha seria instalada proteção contra eventuais quedas (guard rail) e na Carrasqueira, o ponto mais difícil e perigoso da subida seriam instaladas escadas simples para subir e descer.

Meu único medo seria alguém ter a infeliz ideia de usar, como a atração turística, a ideia errônea de que a pedra da Gávea possui escritas fenícias. Como não existe nada melhor do que uma boa informação para desmistificar uma ideia errada, alguma universidade seria contratada para fazer um roteiro geológico do local, explicando que as tais inscrições nada mais são do que o resultado da ação erosiva das águas de chuva.

 

Redação

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