Jornal GGN – A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) nesta segunda-feira, 4 de maio, a investigação das agressões, entre socos e chutes, contra jornalistas que faziam a cobertura de ato pró-bolsonaro no domingo, 3 de maio, em frente do Palácio do Planalto, em Brasília. O documento é assinado pelo procurador-geral, Augusto Aras.
“Tais eventos, no entender deste Procurador-Geral da República, são dotados de elevada gravidade, considerada a dimensão constitucional da liberdade de imprensa, elemento integrante do núcleo fundamental do Estado Democrático de Direito”, afirmou Aras.
As agressões são o reflexo do tratamento de Jair Bolsonaro contra os profissionais da imprensa. O protesto, anti democrático e contra as recomendações da OMS em meio a pandemia do novo coronavírus, contou com a presença do líder do Legislativo e foi transmitido ao vivo em suas redes sociais.
Os jornalistas presentes foram hostilizados pelos apoiadores de Bolsonaro. As agressões verbais se transformaram em socos e chutes. O fotógrafo Dida Sampaio, do jornal O Estado de S. Paulo, foi atacado com pontapés e murros na barriga. O motorista do jornal, Marcos Pereira, levou uma rasteira. Os profissionais agredidos tiveram que deixar o local com apoio da Polícia Militar.
Questionado nesta terça-feira, 5 de maio, sobre as agressões contra jornalistas durante as manifestações pró governo, Bolsonaro negou os fatos e afirmou que “se houve agressão, foi verbal, coisa que eles fazem o tempo todo conosco. Houve zero agressão”, afirmou.
Em ofício enviado à procuradora-geral de Justiça do MPDFT, Fabiana Barreto, Aras solicitou que o MP local investigue as agressões e pede a inclusão do ato no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que já investiga uma manifestação realizada há duas semanas, em frente ao Quartel-Geral do Exército, que também contou com o apoio de Jair Bolsonaro.
Entidades, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, repudiaram as agressões contra a imprensa.
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