Pressionado na GloboNews, Marcos do Val dispara: “Daqui a pouco vou chegar no Lula”

Quanto mais o senador fala, mais evidente fica a intenção de amenizar o papel de Bolsonaro e atribuir a Moraes uma conduta suspeita

É preciso tomar muito cuidado com as informações disseminadas por Marcos do Val sobre o encontro com Jair Bolsonaro e Daniel Silveira, onde foi apresentada ao senador a arquitetura de um plano golpista, envolvendo grampo ilegal no ministro Alexandre de Moraes.

Quanto mais o senador fala, mais evidente fica sua intenção de amenizar o papel de Bolsonaro no plano e de atribuir uma conduta suspeita a Moraes.

A cada nova entrevista, o senador cria pretexto para instalar uma CPI sobre os atos do dia 8 de Janeiro, mas para arrastar o governo Lula para o olho do furacão. De quebra, a narrativa do senador visa transformar o ministro Alexandre de Moraes num juiz parcial e suspeito para julgar processos que atingem o coração do bolsonarismo.

A análise surge a partir de respostas que Marcos do Val deu em entrevista ao programa Estúdio I, da GloboNews, na tarde de quinta (2). Pressionado pelos jornalistas Andreia Sadi, Valdo Cruz, Mônica Waldvogel e Octavio Guedes, o senador Marcos do Val tentou semear a ideia de que atuou como agente duplo com anuência e sob orientação de Moraes.

O jornalista Octavio Guedes, percebendo as intenções de do Val nas entrelinhas, perguntou se o objetivo seria remover Moraes do tabuleiro político, seja por prevaricação ou sob acusação de parcialidade.

Eis que do Val saiu pela tangente, limitando-se a dizer: “Não é isso. É com relação ao atual ministro da Justiça [Flávio Dino]. Mas não posso te falar o restante. Quando tiver a CPI e pudermos retirar o sigilo, vocês vão saber.”

Do Val sustentou que “soube” que o ministro da Justiça, Flávio Dino, dispõe de informações comprometedores e, por isso, o senador se antecipou e lançou a bomba que, a princípio, atinge Bolsonaro.

Os jornalistas da GloboNews acharam a estratégia de implicar Bolsonaro para atingir Lula sem sentido. Do Val rebateu insinuando que está em posse de documentos que mostram a prevaricação de Dino nos atos de dia 8 de Janeiro, e reforçou que com a CPI, o sigilo seria levantado, e a sociedade poderia entender suas reais intenções.

“Daqui a pouco eu vou fazer um movimento que eu vou chegar no Lula, e as pessoas não vão entender. ‘Pô, semana passada ele estava chegando no Bolsonaro, agora tá falando do Lula? Porque eu vou chegar nele”, adiantou.

Octavio Guedes foi ao Twitter reportar a conclusão que tirou da entrevista com Marcos do Val. Para o jornalista, ficou claro que o senador quer criar um pretexto para instalar a CPI e remover Alexandre de Moraes do jogo.

Leia também:

Redação

6 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. E “isso” é um Senador da República! No mínimo deve ser objeto de denuncia ao Conselho de Ética pois atos orais obscenos como os que esta a cometer não podem ser naturalizados. Se renunciar ao mandato deve ser processado, ter seus direitos políticos suspensos e ir para a cadeia que é o seu lugar. Se não também!

  2. Vamos esclarecer algo. O que motivou Duval foi a vitória de Pacheco. Se fosse Marinho a ganhar, ele teria ficado quietinho. Não sabemos que ameaças ele sofreu desde o acesso de verborragia. Tanto a denúncia coo o recuo são fruto de acordos não cumpridos, ou de chantagens mal sucedidas. Agora, ele está atirando para todos os lados.

  3. Bolsonaro, como se dizia, é “cachorro mordido de cobra” desde os tempos em que já fazia m#Rd@ na caserna e conseguiu escapar do STM e cair pra cima, no rentável “emprego” de vereador e depois deputado inútil, mas livre da hierarquia e disciplina, dos benefícios parlamentares e até da sua pretensa liberdade de falar a b#st@ que lhe viesse à sua cabeça atmosférica (tipo celebrar torturador publicamente na casa do povo). Já não é a primeira reunião que relatam onde bozo participa mas fica calado por medo de ser gravado. O FATO é que é uma proteção inócua para um presidente que participe calado de uma reunião criminosa ou conspiratória qualquer.

  4. Há uma coisa que precisa ser introduzida, discutida, valorizada na política brasileira: moralidade. Se isso não é levado a sério, fica impossível… A palavra de (des) ordem continuará sendo corrupção.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador