Os deputados federais Reginaldo Lopes (MG), Alencar Santana (PT-SP) e Erika Kokay (PT-DF) ingressaram na terça-feira (11) com uma representação criminal na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos.
Damares é acusada pela bancada petista pelo crime de prevaricação, após afirmar em culto evangélico que teria tomado conhecido de caso de estupro de crianças enquanto ministra. A Polícia Federal e outros órgãos responsáveis disseram ao jornal O Globo que não receberam nenhum pedido de investigação por parte da Pasta de Damares.
A representação alcança também a atual ministra da Mulher, Cristiane Britto. Os deputados solicitam que ambas sejam investigadas pelo crime de omissão e prevaricação. Além disso, a bancada pede ainda ainda que a PGR remeta o caso à Justiça Eleitoral porque a fala de Damares, segundo eles, visa interferir no processo eleitoral, o que poderia ensejar a impugnação de sua diplomação como senadora.
“No caso em questão, preferiu a ex-ministra representada publicizar os terríveis fatos sobre os quais teve conhecimento no exercício da função apenas no momento eleitoral em contexto ameaçador para angariar votos para seu candidato e presidente da República. Preferiu atender a esse interesse pessoal à proteger crianças e perquirir processos de responsabilização de criminosos, afastando-se do interesse público e do cumprimento digno da função pública que exerce”, afirma a representação.
Guerra santa
Ao falar em um culto evangélico em Goiás, a senadora Damares disse que a eleição de 2022, com Lula versus Bolsonaro, não é uma eleição comum, mas sim uma guerra espiritual onde os que se dizem cristãos não podem se omitir.
No evento religioso cheio de crianças, Damares disparou: “Fomos para a Ilha do Marajó e descobrimos que nossas crianças estavam sendo traficadas por lá, e que essas crianças comem comida pastosa para o intestino ficar livre na hora do sexo anal”.
Damares disse que teria provas. “Nós temos imagens de crianças nossas, brasileiras, de 4 anos, 3 anos, que quando cruzam as fronteiras, sequestradas, os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral”, afirmou.
O Ministério Público Federal já intimou o Ministério a prestar esclarecimentos. A bancada do PT pede que a PGR investigue se Damares inventou os escândalos para obter ganhos políticos. “Isso para compreender se as suas declarações foram realizadas com a intenção de ludibriar, mentir e enganar a população, com fins eleitoreiros, em flagrante incidência na prática de crime eleitoral, disseminando e fortalecendo as redes de falsas notícias (fake news)”, alertam.
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Absurda a fala da senadora eleita , se verdade , prevaricou , se mentira , foi irresponsável.
Ela não é a tia do “zap” que pode falar qualquer coisa.
Mas não vai dar em nada.