As declarações do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, a respeito da ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, pronunciadas durante manifestação pró-Palestina na capital Istambul, revelam, em seu caráter abrangente, a crise estabelecida pelas principais potências do Ocidente com o restante do mundo ao culpá-las pelo o que ocorre no Oriente Médio.
O líder turco sublinhou que a manifestação de Istambul não foi convocada apenas para mostrar solidariedade para com a população da Palestina, mas para defender “a própria independência” e “o futuro” da Turquia.
Erdogan criticou mais uma vez Israel pelos seus ataques contra a Faixa de Gaza, chamando o país de “ocupante”, o que necessariamente não traz novidades, mas ao mesmo tempo alertou o Ocidente para o risco de uma nova “guerra entre a cruz e a meia-lua”.
“Você (Ocidente) quer uma nova guerra entre a cruz e o crescente (em alusão às Cruzadas)? Se você está nesse compromisso, saiba que esta nação não está morta. Esta nação permanece de pé novamente, com a mesma determinação”, declarou Erdogan a milhares de pessoas que participaram da manifestação.
Para o presidente da Turquia, o Ocidente procura “legitimar” o massacre de Israel contra os palestinos.
“O mundo ocidental mobilizou os seus políticos e meios de comunicação para legitimar o massacre de crianças, mulheres e inocentes em Gaza, e Israel está a cometer abertamente crimes de guerra”, denunciou.
Em face da postura do governo israelense, Erdogan reiterou que não considera o Hamas uma organização terrorista, ao mesmo tempo que atribui a responsabilidade pela atual escalada a países ocidentais.
Em especial os Estados Unidos e a União Europeia, além de “todos os seus peões”. “Ocidente, quantas crianças devem morrer antes de você declarar um cessar-fogo?”, perguntou ele.
Israel: “criminoso de guerra”
“O que era a Gaza Palestina em 1947 e o que é hoje? Israel, como você chegou aqui, como você entrou? Você é um ocupante, uma organização. A nação turca sabe disso. O Ocidente deve-lhes, mas a Turquia deve-lhes nada. Erdogan fala assim porque a Turquia não está em dívida com vocês”, disse Erdogan.
Denunciou ainda que aqueles que “ontem derramaram lágrimas de crocodilo pelos civis” no conflito na Ucrânia, “hoje contemplam silenciosamente a morte de milhares de crianças inocentes” em Gaza.
Segundo Erdogan, “todos sabem” que a nação hebraica é apenas “um peão” que “será sacrificado quando chegar o dia”. Ele também indicou que “os verdadeiros donos do jogo” são aqueles que “permitem as travessuras” de Tel Aviv, que não é capaz de “dar um passo sem levá-los em conta”.
Nas suas críticas, o presidente turco, que nos meses anteriores ao conflito tentou continuar a normalizar as relações com Israel, disse que Ancara declarará Tel Aviv “um criminoso de guerra” perante o mundo.
Voltando à questão da morte de civis no enclave palestino, Erdogan acusou as Forças de Defesa de Israel (FDI) de não ter “o menor problema em matar pessoas”. “Eles dizem aberta e claramente: ‘sabemos matar’. Mas pagarão um preço alto por isso”, previu.
Reação de Israel
Israel, após as declarações de Erdogan, ordenou o regresso ao país hebreu dos seus representantes diplomáticos que se encontram na Turquia, conforme anunciou este sábado Eli Cohen, ministro dos Negócios Estrangeiros israelense, em sua conta na Rede X (antigo Twitter).
“No contexto das duras declarações da Turquia, ordenei o regresso dos representantes diplomáticos presentes na Turquia para proceder a uma reavaliação das relações”, disse.
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Talvez com uma lupa se consiga enxergar alguma diferença entre o Hamas e o Estado de Usrael, entre os $ionistas e os Nazistas.