STF só aceitou afastar Cunha após derrubarem Dilma, por Eugênio Aragão

Do blog de Marcelo Auler

STF só aceitou afastar Cunha após derrubarem Dilma

Marcelo Auler

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) só concordaram em afastar Eduardo Cunha da presidência da Câmara, depois de verem concretizado o afastamento de Dilma Rousseff da presidência da República. Isso, apesar da insistência de Teori Zabascki, para que agissem antes.

A informação consta do artigo que publicamos abaixo, de autoria do subprocurador-geral da República, Eugênio Aragão, em defesa da memória do ministro do STF, que faleceu dia 19/01 (quinta-feira) em um acidente aéreo, em Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro. Ao publicar esta nova colaboração de Aragão ao blog, entendi que esta informação, perdida no meio do texto, merecia o devido destaque. Afinal, muitas cobranças têm sido feitas ao ministro do STF, justamente por conta da demora no afastamento de Cunha.

Destaco, por exemplo, um excelente artigo do delegado federal aposentado e advogado,  Armando Coelho Neto – Foi-se Teori. Um crime que não interessa ao PT -, publicado no JornalGGN, de Luís Nassif, no qual ele diz: “Teori Zavascki cumpriu sua parte no golpe e as ogivas que trazia no colo já não afetariam tanto o combalido PT, mas sim a caterva apoiada pelos patos da Av. Paulista. Se houve sabotagem, os investigantes não podem desprezar a mais primária das questões policiais: a quem interessa o crime?”.

Certamente, ele se surpreenderá, assim como muitas outras pessoas, ao lerem Aragão – que tinha em Zavascki um interlocutor – trazendo a público algumas informações desconhecidas. A relutância dos ministros do Supremo – quantos teriam sido? – em afastar Cunha da presidência da Câmara, antes do afastamento da presidente Dilma Rousseff é uma dela. Confirma que o “esperto (e suspeito) político do PMDB”, ex-presidente daquela casa legislativa, se tornou um “mero instrumento” na organização do golpe do impeachment, logo desprezado depois que o objetivo maior foi atingido.

Mas, Aragão nos informa mais. Conta que Zavascki, narra que Zavascki “sentiu-se mal por isso, mas não era dono das circunstâncias políticas que dominavam aquele momento”. Da mesma forma, testemunha que o relator do maior processo de corrupção que o país já viu, “não compactuava com os abusos no âmbito da Lava-Jato. Sempre lhe causou muito desconforto o modo de proceder do juiz Sérgio Moro, com sua promoção pessoal às custas da presunção de inocência de investigados e no limite do partidarismo”.

Não preciso dar mais detalhes. O melhor é ler o original, que segue abaixo, em primeira mão aqui no Blog, motivo pelo qual agradeço a distinção.

Teori Albino Zavascki merece respeito!

Eugênio José Guilherme de Aragão (*)

O passamento do Ministro Teori Albino Zavascki pôs a nu o estado de indigência moral do Brasil. O desavergonhado debate açodado sobre quem o sucederá, a cupidez dos sedizentes candidatos a ministro, que nem esperam o corpo esfriar, para formarem fila de pretendentes, no melhor estilo de “por que você não olha para mim”, da canção “Óculos”, dos Paralamas do Sucesso, causam náuseas e enrubescem qualquer um que tenha compostura.

Dá gastura só de pensar como gente desse jaez se conduzirá, acaso escolhida para a elevada missão, que, longe de ser um galardão ou uma cerejinha glacê a enfeitar o currículo de Suas Excelências, deve ser uma batalha na trincheira de defesa da constituição e da democracia.

No plano do discurso, o cenário não é mais confortador. Nenhuma das principais tendências políticas do País se sai bem num superficial exame de contrição.

Incompreensão da esquerda – Pela direita, não se disfarçou o alívio pelo evento trágico que colheu o magistrado como relator do mais ruidoso caso de corrupção tratado no judiciário pátrio.

A interrupção do intenso trabalho a que vinha se dedicando o disciplinado Teori dará, nas palavras do chefe da casa civil, um desafogo ao governo golpista, que terá mais tempo para absorver o impacto estrondoso das delações premiadas de diretores da Odebrecht, que fatalmente fará a malta em torno do Sr. Michel Temer perder o norte.

Do mesmo modo, o “mercado”, segundo insuspeitas informações do grupo Globo, teria reagido “de forma otimista” à morte do ministro, pois o governo golpista poderia, com a redução do passo das investigações no Supremo Tribunal Federal, fazer passar no congresso medidas econômicas impopulares, antes da eclosão daquilo que promete ser a maior crise política do pós-golpe.

Pela esquerda, infelizmente, o justificável ressentimento pela interrupção brutal e traiçoeira do processo democrático se traduz em incompreensão e até em falta de compaixão pelo nefasto que, nesta hora, atormenta muita gente que conviveu com Teori e está a sofrer o luto da perda. O que mais se ouve é que o magistrado, com seu tecnicismo, contribuiu decisivamente para o golpe, omitindo-se, nos momentos cruciais, de repeli-lo. Chamam-no de cúmplice e de figura central num processo que continua a ter por escopo inviabilizar politicamente o Partido dos Trabalhadores e destruir suas lideranças.

O mais preparado do STF – Nem o cinismo da direita golpista e nem o “j’accuse” da esquerda ressentida fazem justiça a Teori Zavascki, uma pessoa humana extraordinária, de coração enorme e generoso, que dispensa os confetes post-mortem tão hipocritamente lançados sobre protagonistas da cena nacional que, em vida, foram controvertidos. Julgar o outro é algo a ser evitado para não se padecer do mesmo destino quando chegar a hora.

Ninguém de nós se sentou na cadeira de Teori e nem ficou no meio da tempestade avassaladora que experimentou. Manter seu barquinho no prumo, num mar de tormentas não é fácil nem para os mais adestrados capitães timoneiros e, quanto mais, para aprendizes de mestres-arrais.

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Redação

17 Comentários

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  1. Essa é a primeira vez que discordo inteiramente do E. Aragão

    e concordo inteiramente com o exposto pelo Brenno Tardelli.  Mas mantenho todo o respeito e admiração que o ex-ministro da justiça do governo Dilma merece.

    Teori não escapou da lógica de Supremo nivelado por baixo. Por Brenno Tardelli

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     Postado em 24 Jan 2017por : Teori

    Teori

    Publicado no Justificando.

    POR BRENNO TARDELLI

     

    Escrevo esse texto após ler um lindo relato do admirável jornalista Pedro Canário sobre convívio dele com o bom humor e serenidade de Teori Zavascki. Confesso que nunca tive a oportunidade de me encontrar pessoalmente com o ministro falecido, nem estou aqui para fazer qualquer comentário acerca de sua vida privada, se era um bom pai, um contador de história, amigo de todos, ou o que seja.

    Realmente, em se tratando de um ministro do Supremo Tribunal Federal, cargo da maior visibilidade e importância política, isso não importa para o que será analisado: sua atuação como juiz de direito, aspecto puramente profissional. Crítica ao legado de Teori Zavascki enquanto ser-político. Digo isso, pois em momentos de falecimento costuma haver muitas matérias, escritos e perfis influenciados para encaixar em alguma expectativa de nostalgia, de elevação dos pontos de destaque e omissão dos pontos de crítica.

    ***

    Certa vez, quando comentava o baixo nível do Supremo Tribunal Federal, muito por influência das treze indicações feitas pelos governos de Lula e Dilma, disse que Teori não surpreendeu quem dele esperava apenas a mediocridade nas decisões. Não me estendi a ele naquela oportunidade, razão pela qual volto ao seu legado para analisar quem foi enquanto ministro do Supremo Tribunal Federal.

    Teori não escapou da lógica geral de um Supremo nivelado por baixo. Em função de uma série de fatores, a análise de seu acervo gira em torno de processos e ratificações de delações premiadas na Lava Jato, mas cabe explicar que suas decisões vão muito além dessa ação penal. Para começo de conversa, por exemplo, o ministro foi, ao lado do Luís Roberto Barroso, responsável por impulsionar a pauta e eliminar a presunção de inocência da Constituição Federal, quando decidiu que Tribunais de Justiça, ao julgarem apelações, podem de ofício determinar que o acusado seja preso, em que pese a Carta Constitucional – que Teori jurou guardar – dizer o contrário.

    Não apenas na ação Teori se mostrou falho, como também na omissão. Foi na sua gaveta que o processo da descriminalização do porte de drogas para consumo dormiu por quase um ano e meio. No começo deste mês, o Justificando o cobrou pela demora no “perdido de vista”, fato que jamais gerou dele qualquer explicação para a sociedade que vive a maior crise carcerária e falência da guerra às drogas das últimas décadas. Cada pessoa usuária de drogas presa e condenada como se traficante fosse nesse tempo de espera tem o direito de cobrar o fechamento desse caso.

    No campo trabalhista, Teori tradicionalmente se posicionou pelo esvaziamento da CLT. Foi um dos que votou pelo corte no ponto de funcionários públicos grevistas, praticamente inviabilizando qualquer paralisação no setor. O julgamento foi um dos mais preocupantes de 2016, pois a corte fez isso sob o argumento de conter eventuais protestos que ocorreriam ante à recessão e o ajuste fiscal. Motivo jurídico algum, apenas político de ser mais governista do que o próprio governo.

    Não se pode esquecer também que Teori decidiu como relator pela prevalência do negociado sobre o legislado em detrimento do trabalhador e da trabalhadora. A decisão veio no fim do ano, quando a corte apontou seus canhões para a CLT, enquanto aplaudia a PEC do Teto de Gastos. Sua Excelência, então, fez coro à ideologia de uma espécie de constitucionalismo individual tão somente, desapegado dos direitos sociais e pouco se importando com o que a Constituição determina – outro grande exemplo é a declaração de ilegalidade da desaposentação pelo Supremo, julgamento no qual Teori compôs a maioria.

    A lembrança desse e de outros episódios não compõem o réquiem de Teori, em função do magistrado ser lembrado como incorruptível e duro com políticos, imagem que soube muito bem construir na sua passagem. Afinal, ele foi primeiro ministro a determinar a prisão de um Senador, no caso Delcídio do Amaral, então no PT/MS e líder do governo no Senado. A decisão do dia para a noite, novamente, foi no sentido contrário da Constituição, mas isso não impediu que ministros por cima dela passassem, com direito a frases de efeito. A sessão histórica ficou marcada por Cármen Lúcia dizendo que o “crime não venceria a justiça” e o “escárnio não venceria o cinismo”, seja lá o que isso queira dizer.

    Sobre a postura incorruptível, vale dizer que a queda do avião revelou aspectos relevantes de um debate posto à mesa há já algum tempo: a relação de favores entre autoridades públicas e empresários que têm interesses em processos pautados na Corte. Como revelou o De Olho nos Ruralistas, Teori viajava na companhia de Carlos Filgueiras, empresário sócio do BTG Pactual, banco de investimento investigado na Lava Jato. Ele ficaria o final de semana no hotel de luxo de propriedade do empresário e essa semana retornaria a Brasília.

    O debate sobre as pessoas na aeronave focou na massoterapeuta Maíra Panas e sua mãe Maria Panas, para especular se a jovem seria prostituta ou não. Como me disse a advogada e ativista Gabriela Cunha Ferraz, pouco importava essa informação, ainda que eventualmente ela se confirmasse – o que não ocorreu, como revelaram diversos perfis jornalísticos sobre a jovem. A questão principal é o que fazia um ministro do Supremo com um empresário interessado no destino da Lava Jato? A pergunta, ainda não respondida, pelo menos coloca em cheque a relação simbiótica entre autoridades públicas brasileiras e poderosos detentores do capital e interesses privados.

    ***

    No sentido absolutamente contrário à dura decisão para o então governo, Teori teve participação protagonista no impeachment de Dilma, ao adiar o julgamento da ação movida pela Procuradoria Geral da República, que pedia o afastamento de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara dos Deputados. O ministro preferiu adiar o desfecho processual do parlamentar  para que ele definisse antes o destino da chefe do executivo e do país. Frise-se: Eduardo Cunha, unanimidade em termos de falta de ética, só fez o que fez, pois Teori estava nos bastidores, retardando seu afastamento.

    Como disse o cientista político professor na Unicamp, Frederico de Almeida, “os ministros da corte precisam ter clareza de que o fato de que não tenham feito isso antes foi determinante para o destino do governo Dilma; e, por mais delicada que fosse a questão, o próprio Supremo já havia agido de maneira radicalmente oposta no caso da prisão do senador Delcídio Amaral”.

    Somente esses julgamentos enterram a tese de que o ministro, protagonista em ambos, era “técnico”, como muito difundido na imprensa. A palavra técnico assume para esses efeitos um julgador sem ideologia, avesso ao perfil de Professor Pardal, ou coisas do gênero. Do ponto de vista mais jurídico, técnico assumiria uma característica positivista, apegado ao que está na lei e alheio a pressões externas.

    Ora, leitor e leitora, um juiz que mantém Cunha para fazer o que fez de propósito não é técnico; é político-partidário. Fora que o argumento de técnico como cumpridor de lei cai por terra quando sucessivas vezes Zavascki preferiu o caminho fácil para se aliar ao desapego da Constituição, em um momento de profunda instabilidade política. Juiz constitucional que não respeita a Constituição não é um juiz técnico; é um juiz que estava no lugar errado.

    Se nas decisões o ministro ia mal, pelo menos na postura era melhor que seus colegas. Em terra de pavão vazio de sentido, um magistrado que é discreto tem muito a ensinar. Celso de Mello e Rosa Weber o acompanham nessa característica que poderia muito bem espelhar Barroso, Fux, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Cármen Lúcia, principalmente.

    Entretanto, fazer dessa qualidade a conclusão de que era um excelente juiz indica que estamos mal de parâmetros. Para uma mínima avaliação de um ministro do Supremo, seria necessário compromisso com a Constituição, característica que faltou muito a Teori durante sua passagem no Supremo.

     

    1. Perfeita sua análise.

      Perfeita sua análise. Parabens. Muito lúcida.

      Não precisamos beatificar ninguém depois da morte. A pessoa era o que era e ponto.

      Se não estava a altura do cargo ou de suas convicções que abondonasse o posto. Ninguém precisa se corromper para ficar em um cargo. Se se corrompe não é digno do cargo. E se precisa se corromper para ficar no cargo, então o cargo não é digno de você.

    2.  
      Esquecem de outro episódio

       

      Esquecem de outro episódio tão ou mais relevante que evidencia a colaboração explicita de Teori Zavascki com o processo golpista…

      “Relator de outros dois processos contra a nomeação de Lula, o ministro Teori Zavascki, antes de iniciado o julgamento, pediu a palavra e sugeriu que a Corte analisasse em conjunto todas as ações relativas ao tema.

      Os ministros concordaram com o adiamento – à exceção do ministro Marco Aurélio Mello. Com essa decisão, a participação de Lula no governo Dilma pode estar praticamente enterrada.”

      Os ministros concordaram com o adiamento – à exceção do ministro Marco Aurélio Mello. Com essa decisão, a participação de Lula no governo Dilma pode estar praticamente enterrada

      http://jota.info/justica/stf-decide-se-lula-pode-tomar-casa-civil-de-dilma-rousseff-20042016

       

  2. Com toda a consideração a Eugênio Aragão, ele está defendendo…

    Com toda a consideração a Eugênio Aragão, ele está defendendo o indefensável

    Teori Zavascki merece respeito naquilo tudo em que se deu ao respeito, o que não foi pouca coisa, reconheçamos. Agora, como um dos autores intelectuais, por omissão, do infame 17 de abril e do que se seguiu, não merece respeito por se acovardar perante seus pares e principalmente perante Gilmar Mendes, e por se calar e se omitir, permitindo que um facínora como Eduardo Cunha, como autor material, junto com a sua “assembleia geral de bandidos” no congresso (como disse a imprensa internacional) destruísse a democracia no Brasil. Como juiz de um tribunal, não pode ser respeitado por ter se aconchavado com seus pares para fazer prevalecer seu voto sob condição tão repugnante e de consequências tão brutais para os brasileiros, principalmente para os mais fracos e miseráveis.

    Mas para uma coisa o artigo de Aragão serve, para confirmar o diálogo Jucá-Machado, mostrando que o STF foi REALMENTE o sustentáculo do golpe que levou ao poder o Governo dos Bandidos e, por isso mesmo, não à toa, continua estuprando a Constituição ao proteger, de forma tão obscena e desavergonhada, a começar pelo seu chefe Michel Temer, os membros de um Governo dos Corruptos.

    1. Quando postei este link,

      Quando postei este link, ainda não tinham aparecido aqui os outros comentários que indicavam o mesmo que eu, daí a repetição…

      Quero acrescentar que continuo a admirar e respeitar as análises feitas pelo ex-ministro Aragão, que vem se constituindo numa das melhores e mais atuantes vozes contra o golpe.

  3. Balela
    “…Preferiu, pois, Teori, esperar o fim do recesso para poder costurar com seus colegas, um a um, a decisão conjunta sobre o afastamento. Não é fácil ser determinado numa corte com tantas personalidades diferentes e de concepções tão contraditórias sobre a urgência da medida por tomar.

    Mas, sou testemunha de que Teori não descansou. Insistiu com os colegas semanas a fio na necessidade de se afastar Eduardo Cunha. Só logrou, porém, sucesso depois de consumado o afastamento processual de Dilma Rousseff no procedimento de impeachment que corria no congresso. Sentiu-se mal por isso, mas não era dono das circunstâncias políticas que dominavam aquele momento.”

    O recesso do STF acabou em fevereiro e a decisão de afastar Cunha, diga-se de passagem feita de maneira monocrática e em cima do laço tal como Aragão diz que Teori não queria fazê-la, só foi feita em fins de maio quase junho, quase 5 meses depois. Isso porque Teori no fim das contas quase foi atropelado pelos acontecimentos que o impediam naquele momento de continuar segurando o processo que estava em suas mãos. Sinceramente, não dá para acreditar nessa não. Ele poderia na volta do recesso ter apresentado o voto dele em plenário, sem ter apelado para uma decisão monocratica, e dessa forma teria escapado desse dilema que Aragão comenta. Ainda mais porque, quando tomou a decisão, o fez com o cúmulo do cinismo de mencionar que havia urgência em sua aplicação, depois de passado tanto tempo. Se fosse derrotado em plenário, pelo menos tinha lavado as mãos com relação ao assunto.

    E isso para ficar só na prisão do Cunha. Se for entrar na questão do Delcídio, onde ele realizou uma prisão ilegal baseada numa jabuticaba jurídica, apenas porque o nome dele aparecia em uma gravação vazada para a imprensa, ai á coisa fica pior ainda.

  4. Querido Aragão

    Me permita o querido, pois vai ai toda a minha admiração, afinal acredito que se no lugar de Teori estivesse, o desfecho para o país, poderia ser outro. Eu até respeito a suas palavras sobre Teori,  afinal não são poucos que admiram Teori, e não creio que Dilma o tenha escolhido a toa.  Mas o homem é o homem e seu entorno, e ganha identidade quando se distingue dos outros e  assume o papel nem sempŕe fácil que as circunstâncias o colocam. Infelizmente o que temos são fatos gravíssimos: quebras da legalidade, prisões preventivas arbitrárias,  a homologação da delação de Delcídio, e das acusações deste ao ex-presidente, mesmo apos ter exigido a prisão a partir da gravação onde estava tudo muito explícito. A liberação do diretor do BTG, e o mais grave a lentidão conveniente, mesmo que contra sua vontade do processo de Cunha contribuindo decisivamente para o impeachment e para a situação em que o país vive.

    Aqui Aragão não quero julgar o homem,  afinal quem sou eu, para atirar a primeira pedra, e na verdade  eu até acredito que Teori tenha agido de boa fé. Mas as desgraças deste país também tiveram a participação de homens de boa fé.  Mas ao final, o que resta são  infelizmente  os fatos.  Mais uma vez reafirmo, não posso julgar  o homem Teori, mas sim os atos do Juiz.

  5. Mas o resumo da opera é o
    Mas o resumo da opera é o mesmo … Vivenciamos um golpe, e ninguém do STF fez nada para detê-lo. Nem mesmo Teori, que com medo de ficar desmoralizado, acabou  colhendo o que temia. Não ter tomado a decisão de afogadilho foi correta. Ir buscar apoio entre seus pares tambémfoi acertado, pois daria dimensão a decisão. Mas isto não o exime do desfecho final. Esperar o golpe ser perpetrado, por falta de apoio entre seus pares, não foi uma decisão correta. Se não achou consenso entre os pares, que optasse pelo afastamento. Se seus pares decidissem o contrário, ficaria somente  registrado para a história de que lado efetivamente estava cada membro do STF. Pois se Cunha não foi afastado antes do golpe, qual o motivo de afastá-lo depois? Nada mudou. Não surgiu nenhuma denúncia grave, não o pegaram destruindo provas ou pressionando testemunhas … Mesmo que fosse retaliadado teria sua consciência limpa. Teria exercido exemplarmente seu papel de defensor da Constituição e do direito democrático. Resumo da opera: vivenciamos um golpe com aval do STF. E quem era o relator e poderia ter freado o golpe era o Teori. Os outros vão se eximir da culpa, pois foram consultados em off.  Em suas defesas poderão dizer: O caso só foi a julgamento no pleno após o desfecho do golpe. Não nos cabe culpa pois não  fomos consultados e não podemos opinar a tempo pelo afastamento do Eduardo Cunha. E a nós aqui embaixo não serve de consolo saber que Teori queria afastar o Cunha, mas não o fez, não por convicção mas por se sujeitar aos outros atores do golpe. Com a não ação do Teori, estou vendo os direitos meus e de milhões de cidadãos do bem, serem surrupiados, o futuro da nação e das próximas gerações sequestrado, nossas riquezas sendo doadas a estrangeiros, meus filhos e netos sendo condenados a escravidão, a educação e saúde sendo relegadas ao quinto plano. Não, não me serve de consolo saber que o Teori pensava uma coisa, mas fez outra. Prefiria ficar na ignorância e acreditar que ele somente era mais um integrante do golpe. Saber que ele se acovardou e foi conivente com tudo isto me dá mais asco.

  6. Esse texto do Aragão só aumenta

    minha desconfiança sobre a probabilidade do avião onde estava Teori ter sofrido uma sabotagem.

    Praticamente todos os membros do stf estão no estado maior do golpe. Se eu fosse o Lewandowski eu tomaria cuidados redobrados na hora de atravessar a rua.

    Os demais não tem risco nenhum.

  7. “O que é que eu tenho de mais ?”

    Entre mortos e feridos, pelo que temos visto so sobra o doutor Aragão com coragem e dignidade para o lugar de Teori. Penso até que Zavascki apoiaria a candidatura de Eugênio Aragão sem restrições. O problema é que agora é um tanto tarde… Mas ainda da tempo de consertar muitas coisas. Aragão, se o Lula não for candidato, candidate-se por favor.

  8. Mas o resumo da opera é o

    Mas o resumo da opera é o mesmo …

    Vivenciamos um golpe, e ninguém do STF fez nada para detê-lo. Nem mesmo Teori, que com medo de ficar desmoralizado, acabou colhendo o que temia.

    Não ter tomado a decisão de afogadilho foi correta. Ir buscar apoio entre seus pares também foi acertado, pois daria dimensão a decisão. Mas isto não o exime do desfecho final.

    Esperar o golpe ser perpetrado, por falta de apoio entre seus pares, não foi uma decisão correta.

    Se não achou consenso entre os pares, que optasse pelo afastamento. Se seus pares decidissem o contrário, ficaria somente registrado para a história de que lado efetivamente estava cada membro do STF.

    Pois se Cunha não foi afastado antes do golpe, qual o motivo de afastá-lo depois? Nada mudou. Não surgiu nenhuma denúncia grave, não o pegaram destruindo provas ou pressionando testemunhas …

    Mesmo que fosse retaliada teria sua consciência limpa. Teria exercido exemplarmente seu papel de defensor da Constituição e do direito democrático.

    Resumo da opera: vivenciamos um golpe com aval do STF. E quem era o relator e poderia ter freado o golpe era o Teori.

    Os outros vão se eximir da culpa, pois foram consultados em off.

    Em suas defesas poderão dizer: O caso só foi a julgamento no pleno após o desfecho do golpe. Não nos cabe culpa pois não fomos consultados e não podemos opinar a tempo pelo afastamento do Eduardo Cunha.

    E a nós aqui embaixo não serve de consolo saber que Teori queria afastar o Cunha, mas não o fez, não por convicção mas por se sujeitar aos outros atores do golpe.

    Com a não ação do Teori, estou vendo os direitos meus e de milhões de cidadãos do bem, serem surrupiados, o futuro da nação e das próximas gerações sequestrado, nossas riquezas sendo doadas a estrangeiros, meus filhos e netos sendo condenados a escravidão, a educação e saúde sendo relegadas ao quinto plano.

    Não, não me serve de consolo saber que o Teori pensava uma coisa, mas fez outra. Prefiriria ficar na ignorância e acreditar que ele somente era mais um integrante do golpe.

    Saber que ele se acovardou e foi conivente com tudo isto me dá mais asco.

  9. STF só aceitou afastar Cunha após derrubarem Dilma

    Eugênio Aragão surge como um brilho intenso nas trevas do caos, da covardia e da traição.

    lamentavelmente, pode ter sido não mais que fugaz relâmpago em meio a tempestade.

    quando se supõe haver alguém em quem se possa confiar, mais uma insuportável decepção.

    triste. a vida é assim… dura!

    .

  10. Sou “esquerda ressentida” então, como o Brenno Tardeli

    “Teori Zavascki, uma pessoa humana extraordinária, de coração enorme e generoso”.

    Não duvido nada, uai…

    Todas as críticas que vi até agora e as que vi, como as do Brenno Tardelli, versam sobre seu desempenho no STF. Apenas isso.

    Que o E. Aragão as refute, se for o caso.

    Mas não com comentários de natureza pessoal a respeito de um ~amigo~

    Estou certo de que ele pode argumentar melhor do que isso…

    Sobre “pressões sofridas”… não quer pressão nao aceite ir pro STF.

    O tranco era maior do que o esperado?

    Pede pra sair!



  11. Suspeitos e abusados

    Se assim aconteceu, então todo o STF deve se declarar suspeito em qualquer julgamento contra o governo de Dilma Rousseff. Afinal, se as mãos de todos os ministros do STF, se somaram as mãos dos demais golpistas, vindo de outras searas, e ajudaram a derrubar Dilma Rousseff da presidência do país, todo esse mesmo STF deverá ser punido, caso os seus cumplices e parceiros, de outras searas, forem considerados culpados pelo golpe intencional, premeditado, planejado e costurado pelas mesmas mãos criminosas, que empurraram Dilma, que constrangeram Dilma, atentaram contra a honra e a moral de Dilma e que usaram da mentira, da invenção e de um abuso debochado e escarnoso do cargo que ocupam e o poder a eles constituidos.

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