Tacla Duran ressurge em meio à vingança de Bolsonaro contra Moro

Senadores que acompanham os lances de Bolsonaro em relação a Moro acreditam que o plano do presidente é tornar o ex-juiz da Lava Jato, candidato virtual à presidência em 2022, inelegível

Jornal GGN – A jornalista Andreia Sadi afirmou na tarde desta quarta (3) que senadores que acompanham os lances de Jair Bolsonaro em relação a Sergio Moro acreditam que o plano do presidente é tornar o ex-juiz da Lava Jato, candidato virtual à presidência em 2022, inelegível. Para isso, Moro teria de ser condenado em órgão colegiado. Em meio a essa discussão, surge a notícia de que a Procuradoria-Geral da República decidiu retomar o acordo de delação premiada contra o ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran.

Moro declarou por meio de nota nesta quarta (3) que lhe causou “perplexidade e indignação” a notícia de que Augusto Aras assinou um acordo de confidencialidade com a defesa de Tacla Duran. Investigado na Lava Jato em Curitiba, Duran acusou Carlos Zucolotto, padrinho de casamento de Moro, de cobrar 5 milhões de dólares em propina para ajudá-lo a negociar um termo de colaboração premiada com os procuradores liderados por Deltan Dallagnol. Na época, Moro era o juiz das ações contra o advogado que está na Espanha.

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De acordo com Sadi, Aras retomou a conversa com a defesa de Duran há 90 dias, ou seja, pouco antes de Moro abandonar o governo Bolsonaro. Desde então, o ex-juiz da Lava Jato vem apresentando divergência contra o ex-chefe e abasteceu a PGR com acusações sobre interferência na Polícia Federal. Fontes ouvidas pela jornalista apostam em futuras buscas contra Moro, para minar sua imagem de justiceiro.

Moro é alvo certo porque racha a base eleitoral de Bolsonaro e, por isso, o presidente não quer vê-lo na disputa presidencial de 2022. Nas últimas semanas, críticos têm observado se Aras vai tender para o lado do presidente nos inquéritos que podem virar denúncia por crime de responsabilidade. Segundo Sadi, a interlocutores, Aras tem rechaçado que a delação de Tacla Duran seja uma ajuda no plano de Bolsonaro de se vingar de Moro.

A delação de Tacla Duran foi arquivada por um procurador da República em 2018. Antes disso, foi rejeitada pelos procuradores de Curitiba, suspeitos de montar a indústria da delação premiada.

Se encampado por Aras, o acordo de Duran será o segundo apresentado pelo novo chefe do Ministério Público Federal. O primeiro diz respeito ao empresário Eike Batista, outro que teve sua delação rechaçada por Moro.

Confira o que o GGN já publicou sobre Tacla Duran:

Aras negocia delação com Tacla Duran, que atinge o padrinho de Sergio Moro

 

Os diálogos de Moro e Dallagnol sobre Tacla Duran, por Luis Nassif

Tacla Duran revela pagamento a “sócio de Rosângela Moro” para “não ser preso na Lava Jato”

Tacla Duran presta depoimento sobre indústria da delação premiada à Câmara

 

Redação

3 Comentários

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  1. Primeiro: a turma de lava jato de curitiba vai levar titulo dos maiores enganadores do brasil na década.
    Segundo: óbvio que o pgr age no interesse do insano que desgoverna o país e também dos filhos e séquito deste.
    Terceiro: que se prove claramente a formação de um cartel judiciário em curitiba e a partir dai que Moro se torne inelegível.
    Quarto: que a inelegibilidade de Moro mostre o caminho para que Gilmar Mendes torne sem efeito as ações criminosas contra Lula tornando-o apto a participar do eito de 2022.
    (Ps: mas isto nao significa que o inquerito das fakes não resulte numa cassação imediata da chapa bozo×mourao por fraude. O “brezil” nao sobrevive com esta turma insana no poder por mais tempo)

  2. Nassif: isso é arenga entre roto e rasgado. A grande mídia fará o costumeiro barulhão e as hordas de CaifásDoBras (pela boca do ProfetaMaldito) gritarão glórias e aleluias prá Jesus, crucificado no alto da Goiabeira. Os artistas principais receberão seu cachê (nos holerites) e o cirquinho continuará com suas funções pelos quartéis. Em Pindorama tá assim…

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