O presidente do PL disse em depoimento à Polícia Federal que recebeu três ou quatro minutas do golpe de pessoas desconhecidas, e que triturou todos os documentos sem dar conhecimento a Jair Bolsonaro ou ao partido.
O depoimento à polícia é um recuo em relação à entrevista que Valdemar deu a um jornal, quando disse que minuta do golpe “todo mundo tinha em casa”, numa tentativa frustrada de tentar amenizar o teor do documento encontrado na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.
O documento conhecido como minuta do golpe abria caminho para anular as eleições a partir de uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral.
Já os documentos “mau elaborados” que Valdemar diz ter recebido de desconhecidos, apontavam como caminho para o golpe o acionamento do artigo 142 da Constituição, que os bolsonaristas acreditam ser base para uma intervenção militar.
Valdemar não denunciou as sugestões de golpe a nenhuma autoridade, e ainda explicou que triturava os documentos porque “acredita se ficava com um documento desses, alguém poderia dizer que estaria ‘a favor do golpe’; que não se sentia à vontade para manter documentos em casa, para que ninguém pensasse que estava tramando alguma coisa.”
Eleições
Valdemar ainda disse à Polícia Federal que não passava na cabeça do PL que Bolsonaro poderia perder a eleição. “Que sabia que poderia perder o 1º turno, mas acreditavam que iriam vencer no 2º turno. Que nunca passou por sua cabeça que perderia a eleição”, afirmou.
O dirigente ainda disse que por “insistência” do “governo” Jair Bolsonaro, contratou empresa de técnicos do ITA para fiscalizar o processo eleitoral. Ele disse que não participou de reuniões com a empresa.
A empresa teria apontado problemas técnicos em 60% das urnas, que eram urnas velhas, e que “Bolsonaro só estava perdendo nas urnas velhas”. O PL usou o dado num questionamento ao TSE, e após resposta da Corte, Valdemar diz que “encerrou o assunto”. “Tinha dúvidas, mas não tinha provas” sobre fraude nas eleições, pontuou.
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