Valdemar diz à PF que recebeu e triturou “três ou quatro” minutas do golpe

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Presidente do PL não denunciou golpismo às autoridades e se desfez de documentos para não ser visto como golpista

O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, fala com a imprensa no Centro de Eventos e Convenções Brasil, em Brasília (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil).

O presidente do PL disse em depoimento à Polícia Federal que recebeu três ou quatro minutas do golpe de pessoas desconhecidas, e que triturou todos os documentos sem dar conhecimento a Jair Bolsonaro ou ao partido.

O depoimento à polícia é um recuo em relação à entrevista que Valdemar deu a um jornal, quando disse que minuta do golpe “todo mundo tinha em casa”, numa tentativa frustrada de tentar amenizar o teor do documento encontrado na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

O documento conhecido como minuta do golpe abria caminho para anular as eleições a partir de uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral.

Já os documentos “mau elaborados” que Valdemar diz ter recebido de desconhecidos, apontavam como caminho para o golpe o acionamento do artigo 142 da Constituição, que os bolsonaristas acreditam ser base para uma intervenção militar.

Valdemar não denunciou as sugestões de golpe a nenhuma autoridade, e ainda explicou que triturava os documentos porque “acredita se ficava com um documento desses, alguém poderia dizer que estaria ‘a favor do golpe’; que não se sentia à vontade para manter documentos em casa, para que ninguém pensasse que estava tramando alguma coisa.”

Eleições

Valdemar ainda disse à Polícia Federal que não passava na cabeça do PL que Bolsonaro poderia perder a eleição. “Que sabia que poderia perder o 1º turno, mas acreditavam que iriam vencer no 2º turno. Que nunca passou por sua cabeça que perderia a eleição”, afirmou.

O dirigente ainda disse que por “insistência” do “governo” Jair Bolsonaro, contratou empresa de técnicos do ITA para fiscalizar o processo eleitoral. Ele disse que não participou de reuniões com a empresa.

A empresa teria apontado problemas técnicos em 60% das urnas, que eram urnas velhas, e que “Bolsonaro só estava perdendo nas urnas velhas”. O PL usou o dado num questionamento ao TSE, e após resposta da Corte, Valdemar diz que “encerrou o assunto”. “Tinha dúvidas, mas não tinha provas” sobre fraude nas eleições, pontuou.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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