Francisco Celso Calmon
Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.
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Herança macabra: um Brasil de ossos expostos e ossos catados, por Francisco Celso Calmon

Bolsonaro, auxiliares diretos, bem como os garimpeiros e militares corrompidos, devem ser julgados pelas cortes internacionais e pelo judiciário brasileiro

Acervo MPF

Herança macabra: um Brasil de ossos expostos e ossos catados

por Francisco Celso Calmon

Imagens que chocam e provocam lágrimas e indignação: a dos yanomamis, a dos enterros em cova coletiva e rasa dos mortos pela covid-19, as das mortes por falta de oxigênio.

Crianças e adultos yanomamis com os ossos à mostra, crianças e adultos catando ossos nos açougues, restos de comidas nos lixos, para enganar a fome e sobreviver, despidos de cidadania e dignidade. 

Ainda há dúvida de que o governo bolsonarista foi genocida?

Genocídio pela negação de vacinas em tempo hábil de salvar pelos menos 400 mil brasileiros dentre os 700 mil óbitos da pandemia, pela fome dos 33 mil em estado de extrema miséria, por asfixia da falta de oxigênio em Manaus, e por deliberada política de extermínio dos indígenas yanomamis.

Bolsonaro, o genocida, persegue os yanomamis há décadas, desde o seu primeiro mandato federal, quando apresentou em abril de 1992 um projeto de decreto legislativo que pretendia revogar portaria do Ministério da Justiça que demarcou a terra Indígena Yanomami.

Como adepto do darwinismo social e do malthusianismo, o bolsonazifascista é a ideologia da morte, é o fascínio pelo sofrimento alheio, é o sadismo lento, gradual e mortal, aos indígenas, quilombolas e aos esquerdistas, assim foi o discurso e a prática genocida do governo Bolsonaro.

Da  LEI Nº 2.889, DE 1º DE OUTUBRO DE 1956.

Define e pune o crime de genocídio.

Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: 

a) matar membros do grupo;

b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;

c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;

d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;

e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo;

Há precedente. 

“No Brasil, há exemplo recente com o massacre de Haximu, em Roraima, um massacre cometido por garimpeiros contra os índios ianomâmis.

No genocídio realizado, 12(doze) pessoas foram mortas a tiros e mutiladas com facão. Pelo menos, 22(vinte e dois) garimpeiros foram acusados de participar da execução dos indígenas.

Em 2006, o Plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, que o crime foi um genocídio e manteve a condenação formulada pela Justiça Federal.” (Rogério Tadeu Romano em JUS.com.br).

Bolsonaro, auxiliares diretos, bem como os garimpeiros e militares corrompidos, devem ser julgados pelas cortes internacionais e pelo judiciário brasileiro o quanto antes.

A brevidade dos processos dos crimes de lesa humanidade cometidos pelos agentes do Estado, fardados, togados, ou à paisana, será uma rota de ruptura à crônica impunidade secular às gravíssimas violações aos direitos humanos na história do Brasil.

Esta demanda por justiça de transição deve ser de toda a sociedade em nome da decência nacional.

Francisco Celso Calmon, coordenador do canal pororoca e ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça

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