Israel diz ter visado 150 alvos do Hamas e centenas de prédios são destruídos

Completamente isolada do mundo, sem nenhuma comunicação, Gaza foi alvo durante toda a madrugada de ataques sem precedentes das Forças israelenses

A destruição de casas e prédios residenciais, e o medo dos ataques de Israel, transformou mais de 1 milhão de pessoas em sem tetos deslocados da noite para o dia. | Foto: UNRWA/Mohammed Hinnawi

da RFI

Bombardeios em Gaza: Israel diz ter visado 150 alvos do Hamas; centenas de prédios foram destruídos

Completamente isolada do mundo, sem nenhuma comunicação e internet desde a noite de sexta-feira (27), a Faixa de Gaza foi alvo durante toda a madrugada de ataques sem precedentes das Forças Armadas israelenses, três semanas após uma ofensiva do grupo Hamas contra Israel. Segundo agências internacionais de notícias, os bombardeios continuam neste sábado (28).

Tel Aviv confirmou ter intensificado os bombardeios na Faixa de Gaza “de maneira significativa”. Segundo um comunicado, 150 alvos do Hamas no norte do enclave palestino foram visados, entre túneis, trincheiras e outras infraestruturas subterrâneas do grupo. “Vários terroristas foram mortos”, reitera a nota.

Israel também garante ter eliminado Asem Abu Rakaba, que segundo as Forças Armadas israelenses, seria um dos mentores dos ataques de 7 de outubro. Ele é descrito como o responsável pelo comando dos parapentes e drones do Hamas.

Segundo o porta-voz da Defesa Civil em Gaza, Mahmoud Bassal, “centenas de prédios e casas foram completamente destruídos e outros milhares danificados”. Os bombardeios deixaram crateras imensas e ruas inteiras sumiram.

Testemunhos obtidos pela agência AFP apontam que os ataques mais violentos se concentraram em torno de dois hospitais: o Al-Shifa, na Cidade de Gaza e outro apelidado de “indonésio”, construído com ajuda da indonésia em Jabaliya, no norte do enclave. Algumas horas antes do início dos bombardeios, as Forças Armadas israelenses acusaram o Hamas de “realizar a guerra de dentro de hospitais” de Gaza e de utilizar a população como “escudo”. 

Combates terrestres

Violentos combates terrestres entre soldados israelenses e membros do Hamas também foram registrados no norte e no centro da Faixa de Gaza. O porta-voz do exército de Israel, Daniel Hagari, indicou que as tropas que entraram no enclave na sexta-feira “seguem no local e dão continuidade à guerra”. No entanto, ele não esclareceu se essa operação já faz parte da imensa ofensiva por terra prevista pelo país.

O Hamas afirmou que seus combatentes estão prontos para enfrentar os ataques israelenses por vias terrestres. Segundo o grupo, enfrentamentos ocorrem em Beit Hanun, no nordeste, e Bureij, no centro do enclave.

Ao que tudo indica, Tel Aviv não pretende finalizar a ofensiva tão cedo. “Continuaremos bombardeando pelos ares e mar”, indicou Hagari. “A eliminação [de membros do Hamas] os enfraquece”, completou. 

Sem balanço de vítimas

Nenhum balanço de vítimas na Faixa de Gaza foi comunicado até o momento. A Cruz Vermelha palestina e várias agências da ONU afirmam ter perdido o contato com suas equipes no enclave palestino. Já a ONG Human Rights Watch declarou que o isolamento total da Faixa de Gaza pode servir para “acobertar atrocidades em massa”. 

A comunidade internacional se preocupa com a continuação do funcionamento dos hospitais que, segundo a coordenadora humanitária do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, Lynn Hastings, “não podem permanecer incomunicáveis”. 

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirma que o corte nas comunicações “impede as ambulâncias de chegarem até os feridos”. “Sem nenhuma mudança fundamental, a população de Gaza vai ser submetida a uma avalanche sem precedentes de sofrimento”, indicou o secretário-geral das Nações Unidas, Antônio Guterres. 

“Estamos assistinfo claramente ao assassinato de milhares, talvez de centenas de milhares de civis, entre eles, trabalhadores humanitários” alertou Jean-François Corty, vice-presidente da ONG Médicos do Mundo, em entrevista à rádio France Info

Segundo Daniel Hagaria, as Forças Armadas israelenses “permitarão a entrada de alimentos, medicamentos e água à população de Gaza” neste sábado.

Um dos raros líderes a reagir até o momento sobre a intensificação da ofensiva israelense, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu neste sábado que Tel Aviv “pare imediatamente com essa loucura e coloque um fim aos ataques na Faixa de Gaza que “mais uma vez visou mulheres, crianças e civis inocentes, aprofundando a crise humanitária”. O líder turco participará de uma manifestação em apoio aos palestinos nesta tarde em Istambul. 

(Com informações da AFP

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Redação

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