
Cerca de 1,4 milhões de residentes da Faixa de Gaza, mais de metade da população, foram deslocados internamente desde o último dia 7, início da atual escalada do conflito no Oriente Médio com os bombardeios de Israel, informa o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).
De acordo com um comunicado da agência, outro problema urgente que o enclave palestino enfrenta é a escassez de água potável, forçando as pessoas a utilizar fontes inseguras. Após o anúncio do “cerco total” por Israel, o abastecimento de água ao centro e ao norte da Faixa de Gaza foi suspenso e, desde domingo, o volume entregue à zona oeste foi reduzido em 20%.
Com os deslocamentos internos, o colapso no sistema de saúde se acelerou. O OCHA relata que a situação dos hospitais é crítica: muitos deles estão superlotados, pois também servem de abrigo para quem abandonou as suas casas, e são obrigados a montar tendas para alojar mais pacientes.
O hospital Shifa, o maior da Faixa de Gaza, acolhe atualmente cerca de 5 mil pessoas – embora a sua capacidade máxima seja de 700 –, tendo de dar conta ainda do crescente número de deslocados internos que conforme o hospital, apenas em sua região de atendimento, chega a 45 mil pessoas.
Ajuda insuficiente
Após a incursão massiva do movimento Hamas em Israel e os ataques de resposta do país hebreu, cerca de 58 centros médicos suspenderam as suas operações devido a danos ou à ausência de eletricidade e medicamentos.
Embora três comboios com ajuda humanitária tenham atravessado a passagem fronteiriça de Rafah, situada entre a Faixa de Gaza e o Egito, desde sábado (21), não é o suficiente para cobrir as exigências da população.
Segundo a ONU, este volume equivale a 4% do apoio entregue diariamente ao enclave palestino antes da intensificação das hostilidades. Da mesma forma, nenhum dos carregamentos incluía o combustível tão necessário para abastecer hospitais e instalações de água.
Israel impede chegada de combustíveis
Por seu lado, Mark Regev, conselheiro do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, afirmou que o seu governo não autorizará o fornecimento de combustível à Faixa de Gaza, mesmo que o Hamas liberte todos os reféns.
Ele também indicou que “uma grande parte” do combustível, que foi autorizado a entrar em Gaza, foi roubado por militantes do movimento radical palestino.
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