ONU: Mais da metade da população da Faixa de Gaza foi deslocada

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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A Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU aponta que cerca de 1,4 milhões de residentes foram deslocados internamente desde o dia 7

A destruição de casas e prédios residenciais, e o medo dos ataques de Israel, transformou mais de 1 milhão de pessoas em sem tetos deslocados da noite para o dia. | Foto: UNRWA/Mohammed Hinnawi

Cerca de 1,4 milhões de residentes da Faixa de Gaza, mais de metade da população, foram deslocados internamente desde o último dia 7, início da atual escalada do conflito no Oriente Médio com os bombardeios de Israel, informa o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês). 

De acordo com um comunicado da agência, outro problema urgente que o enclave palestino enfrenta é a escassez de água potável, forçando as pessoas a utilizar fontes inseguras. Após o anúncio do “cerco total” por Israel, o abastecimento de água ao centro e ao norte da Faixa de Gaza foi suspenso e, desde domingo, o volume entregue à zona oeste foi reduzido em 20%.

Com os deslocamentos internos, o colapso no sistema de saúde se acelerou. O OCHA relata que a situação dos hospitais é crítica: muitos deles estão superlotados, pois também servem de abrigo para quem abandonou as suas casas, e são obrigados a montar tendas para alojar mais pacientes. 

O hospital Shifa, o maior da Faixa de Gaza, acolhe atualmente cerca de 5 mil pessoas – embora a sua capacidade máxima seja de 700 –, tendo de dar conta ainda do crescente número de deslocados internos que conforme o hospital, apenas em sua região de atendimento, chega a 45 mil pessoas.

Ajuda insuficiente 

Após a incursão massiva do movimento Hamas em Israel e os ataques de resposta do país hebreu, cerca de 58 centros médicos suspenderam as suas operações devido a danos ou à ausência de eletricidade e medicamentos.

Embora três comboios com ajuda humanitária tenham atravessado a passagem fronteiriça de Rafah, situada entre a Faixa de Gaza e o Egito, desde sábado (21), não é o suficiente para cobrir as exigências da população.

Segundo a ONU, este volume equivale a 4% do apoio entregue diariamente ao enclave palestino antes da intensificação das hostilidades. Da mesma forma, nenhum dos carregamentos incluía o combustível tão necessário para abastecer hospitais e instalações de água.

Israel impede chegada de combustíveis

Por seu lado, Mark Regev, conselheiro do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, afirmou que o seu governo não autorizará o fornecimento de combustível à Faixa de Gaza, mesmo que o Hamas liberte todos os reféns. 

Ele também indicou que “uma grande parte” do combustível, que foi autorizado a entrar em Gaza, foi roubado por militantes do movimento radical palestino.

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Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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