A perversidade na tribuna, por Régis Barros

O perverso tem prazer naquilo que machuca o outro, e se satisfaz com a dor do objeto atacado. Para ele, não há tratamento

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A perversidade na tribuna

Por Régis Barros*

A perversão é uma atuação da personalidade que configura um instrumento de crueldade. O perverso pode atuar de várias formas e, ressalto aqui, um formato sútil, porém vil – a atuação passiva-agressiva. Nela, o indivíduo, tentando se passar por sereno, simpático e ameno, acaba por destilar toda a sua perversão, ou seja, crueldade.

Recentemente, um deputado federal, que é perverso, na tribuna da Câmara dos Deputados, agrediu a comunidade trans. Ele, usando de subterfúgios com racionalização, agrediu essa população que, grifo aqui, já vem sendo agredida e machucada há muito tempo.

O deputado perverso, ao se valer da sua imunidade parlamentar, criou uma narrativa falsa e mentirosa de defesa à mulher. De maneira passiva-agressiva, a sua perversidade se materializou na agressão realizada com ironia e com desdém.

Ele não estava preocupado com as mulheres e com demandas do esporte. Na verdade, ele nunca esteve. Ele realmente desejava e, ainda, deseja é atacar a população trans. De forma cretina, ele, usando um discurso meloso e enganador, atacou e continua a atacar.

O perverso é assim. Ele goza com o sofrimento alheio. Ele tem prazer naquilo que machuca o outro. Ele se satisfaz com a dor do objeto atacado. Para o perverso, não há tratamento.

Para o perverso, há somente o limite externo. Há somente a punição exemplar até por que um perverso vai estimulando os outros perversos. Eles vão criando ondas de perversidade.

Os últimos eventos da nossa história vêm provando isso.

Portanto, que esse deputado perverso seja punido.

* Régis Barros é médico psiquiatra no TJDFT – Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem um ponto de vista diferente? Mande seu artigo para [email protected].

Redação

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  1. Mãe de mulher trans que teve corpo queimado na BA diz que recebeu mensagem do suspeito de cometer crime. Cada vez que uma Mulher Trans for assassinada e/ou violentada, o Nicolas Troglodita será cúmplice do criminoso.

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