Aldo Fornazieri
Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.
[email protected]

A República estilhaçada e a falência do STF, por Aldo Fornazieri

Imagem – Divulgação

A República estilhaçada e a falência do STF

por Aldo Fornazieri

Uma república se sustenta sobre a funcionalidade do tripé dos três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – conforme o estabelecido na Constituição. Nas últimas semanas, a república brasileira veio abaixo com o desmoronamento do último poder que ainda mal subsistia: o Judiciário. Fruto de um golpe, o Executivo, sem legitimidade não podia ser considerado um poder republicano desde a posse de Temer. Além da ilegitimidade originária, esse governo era e é inaceitável pelo seu caráter criminal. Se alguém ainda duvidava de que se tratava de uma quadrilha, as delações dos executivos da Odebrecht acabam de desvelar qualquer dúvida. A principal missão desse governo é a de investir com violência contra os direitos sociais e contra o espírito e a letra da Constituição de 1988.

O Congresso, na sua dupla composição – Câmara e Senado – foi o principal fautor do golpe. Por serem casas comandadas por pessoas acusadas de cometer vários crimes, sendo que um de seus dirigentes, Eduardo Cunha, está preso e com denúncias graves pesando sobre os ombros de vários membros, o Congresso não tem respeito e legitimidade junto à sociedade. As delações recentes mostram que a soberania da representação popular foi vendida, privatizada, vilipendiada, conspurcada, ao sabor dos interesses privados de empreiteiras e de outros grupos que compram leis, favores e benefícios. Não há como considerar que esse Congresso seja uma instituição republicana, pois ele é a face perversa da destruição da res publica.

Por fim, ruiu o Judiciário na sua figura maior, o Supremo Tribunal Federal. Esta casa não tem uma história honrosa da qual possa se orgulhar. Deu cobertura ao golpe militar de 1964, validou medidas inconstitucionais do governo Collor e se acovardou perante a falta de amparo constitucional ao impeachment da presidente Dilma. Ademais, o poder judiciário, pela sua incompetência, pela sua morosidade e por aplicar uma Justiça enviesada contra os pobres, contra os negros e contras as mulheres é portador de um enorme déficit de republicanismo.

A desmoralização do STF

No caso Renan Calheiros, o STF foi desmoralizado e se desmoralizou. Demonstrou que não é um tribunal capaz de exercer o controle constitucional e que está a serviço dos interesses de um governo falido, que não governa o país. Lula tinha toda a  razão quando afirmou que estamos diante de um “Supremo acovardado”. Aceitou todo tipo de pressão política e terminou promovendo a mais esdrúxula das decisões já promovidas pelo STF. Ora, se o Tribunal pôde tirar Cunha da presidência da Câmara podia tirar também Renan da presidência do Senado. E se Renan pode ser presidente do Senado não há nenhuma justificativa razoável e lógica para que não possa ficar na linha de sucessão da presidência da República. Presidência da República e presidência do Senado (e do Congresso) são poderes equivalentes e equipotentes nos termos da doutrina republicana, embora com funções diferentes. Se Renan não pode ficar na linha de sucessão da presidência da República não pode ser também presidente do Senado.

Confrontado pela rebelião de Renan, o STF se recolheu desmoralizado. O STF não está agindo como colegiado. São nove homens, duas mulheres e nenhum destino, nenhuma dignidade, nenhum espírito de Corte Constitucional, nenhuma sobriedade, nenhuma cautela, nenhuma prudência. Os juízes, Gilmar Mendes à frente, são juízes apenas pelo poder formal que lhes é conferido, mas não são juízes nas suas condutas e nos seus conteúdos. Na prática, como juízes, são porta-vozes de interesses políticos, e como militantes políticos, julgam extrapolando o amparo da Constituição.

Os juízes de um tribunal, que é o guardião da Constituição democrática e republicana de um país, precisam ter condutas e decisões cuidadosas e cautelosas. Os juízes e o colegiado devem, por terem o poder de decisões finais e irrecorríveis, conduzir-se pelo recato, pelas auto-restrições, pelo autocontrole, pelo comedimento, tanto nas suas relações pessoais quanto no exercício de suas funções. Mas não é isto o que se vê. Dominados pela vaidade e pela frivolidade perigosa de suas incontinências verbais, são agentes da desmoralização do próprio STF. Os juízes devem saber que não são deuses e que não estão acima do debate e do escrutínio da opinião pública. Deveriam saber que não podem negociar decisões judiciais com Temer, com senadores ou com quem quer que seja.

Qual a saída?

A pesquisa do Datafolha, publicada no final de semana, é devastadora para o governo Temer. Os seus dias devem ser abreviados pela renúncia. Se não renunciar deve ser derrubado pelas mobilizações de rua. A única saída que esta crise comporta são as eleições gerais antecipadas. Nenhum governo que emergir desse processo que tem o golpe como elemento gerador terá legitimidade e capacidade para tirar o país da crise. Nenhum governo que não nascer da soberania do voto popular tem a legitimidade para pedir sacrifícios a quem quer que seja.  Não se pode reduzir direitos, definir tetos, agredir o pacto social da Constituição de 1988. Os democratas e progressistas tem o dever e a responsabilidade de levar bandeira das eleições gerais para as ruas imediatamente. É incompreensível que o PT e as esquerdas não tenham desfraldado esta bandeira desde o afastamento de Dilma.

O PT e as esquerdas precisam dizer claramente qual a saída que defendem em face da derrocada das instituições republicanas. Partes das bancadas do PT não podem continuar se comportando como a quinta coluna do governo golpista, como se comportaram na eleição de Rodrigo Maia, no episódio de Renan Calheiros e na falta de combate à PEC do teto. 

O fato é que setores do PT e parte da intelectualidade progressista estão com uma estratégia equivocada. Após a consolidação do golpe “branquearam” a luta contra o governo e transformaram o judiciário e a Lava Jato em inimigos principais, num jogo conveniente não só para o governo Temer, mas até mesmo para o PSDB. O poder judiciário e a Lava Jato precisa ser criticados e contidos nos seus excessos, mas não são um poder disputável. Somente o poder político é um poder disputável pelas forças políticas e sociais.

O colapso do Executivo, do Legislativo e do Judiciário produziu uma agenda democrática e progressista unificadora: eleições gerais já; não à PEC do Teto e não à reforma da previdência. Não que o ajuste fiscal e a reforma previdenciária não sejam necessários. Mas não estes que estão aí, que jogam o peso da crise nos ombros dos mais pobres. As reformas que estão aí são impositivas e antidemocráticas. Não há o que negociar. As estruturas de mediação democráticas e republicanas foram rompidas. Elas só podem ser reconstituídas pelo processo social, pela mobilização popular nas ruas e pelas urnas.

Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política. 

24 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Renunciar a 19 dias da eleição indireta?

    Até parece. A única solução é o STF julgar o mérito do golpe e devolver o mandato a Dilma

    Nenhum presidente com mandato tampão poderá governar com esse congresso que está ai. Se há uma PEC que deveria ser criada era a de vincular um processo de impeachment a eleições gerais (presidência, camara e senado) sem que nenhum dos atuais ocupantes e candidatos da eleição anterior possam se candidatar novamente.

    Este seria o preço a pagar de um golpe, perder o foro privilegiado.

    1. É por aí mesmo. Estamos nas

      É por aí mesmo. Estamos nas mãos da maior máfia que já se viu! Só com Intervenção militar com sumária deposição de temer, fechamento da câmara senado e stf, com devolução da presidência a Dilma Roussef. Daí a reativação da Lava Jato com juízes, policiais e promotores comprometidos imparcialmente, tudo sob a ordem reestabelecida e mantida pelas forças armadas brasileiras!

      1. olha um aí!!!

        O comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, diz que há “chance zero” de setores das Forças Armadas, principalmente da ativa, mas também da reserva, encantarem-se com a volta dos militares ao poder. Villas Bôas admite, porém, que há “tresloucados” ou “malucos” civis que, vira e mexe, batem à sua porta cobrando intervenção no caos político.

        1. Mais um, pois, que procurado

          Mais um, pois, que procurado pelos “tresloucados” ou “malucos” civis, deixa por isso mesmo; bem que poderia prender preventivamente tais terroristas (afinal, o moraeseano não mandou prender os “aterrorizadores” das olimpíadas que, diga-se, continuam presos, pois, não sabem como libertá-los sem que fique plasmado a “mierda” que fizeram) e iniciar processos criminais contra esses que atentam contra a democracia. Mas, nadica de nada: apenas um discurso chocho e mais nada: já que não fez, podia ter a honradez de pedir dispensa do cargo. Haja saco com essa merreca de país.

    2. Volta Dilma já!
      Concordo plenamente, Bruno! Absurdo completo eleições diretas ou indiretas! É legitimar o golpe! Exatamente pela desmoralização do STF no caso Renan é que a pressão deve ir com tudo em cima deles para a anulação do golpe. Única chance de restaurar a prá lá de frágil democracia brasileira!!!
      Erro crasso do PT e da esquerda não lutarem por Dilma!!! Show de horror, eu diria!
      Bora tentar reverter isso, jogando #VoltaDilma nas ruas!

  2. EM NOME DE JESUS! AMÉM?

    A coisa está tão medonha, que nem as igrejas escapam! Cadê o moro investigando as igrejas cunhas / malafaias? Será que o moro só investiga dinheiro lavado mas “abençoado” EM NOME DE JESUS não? Tá cheio de videos do cunha em igrejas! Com certeza estão abençoando (lavando) dinheiro sujo até do tráfico EM NOME DE JESUS! As igrejas tem até lugar para os helicópteros pousarem! Ninguem vai falar nada sobre Cocaína Abençoada? Os caras fazem as entregas de pasta de cocaína de helicóptero, recebem as maletas com grana e já vão direto para as igrejas “depositar” o dinheiro para ser abençoado EM NOME DE JESUS, por apenas um dízimo ou uma oferta de 10, 20 ou 30%!!! Os donos das igrejas recebem a grana, tiram as suas partes e o resto dão entrada como ofertas e dízimos de fiéisEM NOME DE JESUS!!! Feito isso, doam como dinheiro limpo para os Cunhas e toda a gangue dos 3 poderes, EM NOME DE JESUS!!! Daí, você entra no culto, ou assiste pela televisão, tá lá o pastor agradecendo ao cunha e tirando seus fiéis do vício em cocaína!!!!???!!!! Tudo EM NOME DE JESUS!!! AMÉM?!?? 

  3. Diretas sem eleições gerais é golpe

    Diretas sem eleições gerais é golpe dentro do golpe. Essa “maioria”parlamentar é tão podre quanto o governo que tá aí. São eles os autores do golpe. Tivemos eleição em 2014 e a Dilma não conseguiu governar. Quem garante que o proximo eleito vai conseguir governar com esse congresso que tá aí??? Ou sai todo mundo e se faz eleições gerais, ou não sai ninguem e essa merda tem que ir até 2018. Quem pariu esse tem, que carregue …

  4. O inverso da PEC 55

    Hoje não vejo cenário a não ser o INVERSO DA PEC 55!

    A reforma do sistema financeiro de tal forma que possamos ter juros zero, sem que haja golpe de estado!

    Que os bancos brasileiros trabalhem como os bancos do resto do mundo – chega de jabuticaba financeira!

    Mude-se tudo que for preciso!

    Retirar dos juros e que o sistema finaceiro trabalhe como no resto do mundo, não em cima de saúde, educação e aposentadoria!

    Tenhamos prazo para migrações de investimentos para o novo modelo, não permitindo novas adesões naqueles que não se enquadram em nada que tenha no resto do mundo!

    Leis claras para a transição!

    1. Dívida Pública vs. Dívida Ativa + Créditos Ativos

      Com 45% da arrecadação sendo desviados para pagamento aos agiotas, não há como sobreviver.

      Analistas espertalhões tentam a todo custo convencer imbecis de que o Estado deve se comportar como uma família e não gastar mais do que ganha, mas não falam que família nenhuma se submete esvair quase metade de sua receita bruta para rolar dívidas.

      Deveres e haveres na balança, o Tesouro deve R$3,3 Bi e tem R$3 Bi de créditos na PGFN (R$1,8 Bi) e na RFB (R$ 1,2 Bi). Tudo custando e rendendo praticamente a mesma coisa ao ano. Muita coisa som os mesmos sujeitos ativos e passivos em lados opostos da balança, mas o prato dos “Deveres da União” é sempre líquido e certo (ok, esqueçamos qualquer possibilidade de auditoria), enquanto a inépcia da administração e a morosidade da justiça torna o prato dos “Haveres pela União” cada vez mais incerto.

      Ao final de 2016 serão R$3,3 Bi de Dívida Pública custando 12,6% a.a. para ser rolada. Numa inflação projetada de 6,6%, dá 6% de juros reais ao ano. Tem que baixar isso na marra pra 1% e acabou-se!

      Não querem viver num país civilizado? 1% a.a. de juros reais é bem civilizado!

      Quem quiser ganhar mais que isso que compre os haveres do Tesouro e vá pro pau!

      Redução drástica do custo de rolagem, redução também drástica da carga tributária.

      É isso, colocando na reta o rabo do 1% mais ricos, ou só mesmo colocando na reta o rabo dos outros 99%.

      O nosso rabo.

       

  5. Nassif,                      

    Nassif,                                                                                                                                                          Sugiro.                                                  Sugiro que se comece a apresentar propostas sérias para a economia sair da crise.

  6. Verdades do PT

    Comentários mais que pertinentes, verdadeiros. Sobre o PT me envegonho. Tiraram o time de campo. Jorge Viana o pequeno mostra o quanto o partdo se acovardou. Um o outro senador e deputado ainda lutam por eleições JÁ. O resto fica dado tapinha nas costas de Renan chamando-o de excelência e “presidente”. O próprio presidente Lula precisa ser mais enfático e assuir um postura mais agressiva em relação ao governo, ou melhor, ao desgoverno que está ai. lula precisa colocar Temer e Renan nos seus devidos lugares. Até agora ele poupa ambos, inexplicavelmente.

  7. Falência multipla dos orgãos

    Temer provavelmente vai ficar agarrado à cadeira presidencial até vierem lhe dizer para levantar sua banca do Palacio do Planalto e se mandar. E isso so farão no tempo certo para o Congresso dar seu segundo golpe: o golpe parlamentarista.

    Quanto à Lava Jato é preciso desconstruir sua imagem moralizadora, de que esta passando o Pais a limpo. Essa é uma luta que a esquerda empreendeu face à narrativa geral da imprensa de que a Lava Jato é a nova “redentora”.

  8. Criminoso pode presidir a República, desde que não seja réu

    Criminoso pode presidir a República, desde que não seja réu. Mas criminoso réu pode presidir o Senado sem problemas. Foi isso que o Decano de Celso de Melo e a Ministra Carmem Lúcia, entre outros Ministros, decidiram.

    É como se o Senado fosse o Piaui:

    “Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado.” – Zottolo

    Se um criminoso não denunciado pela Procuradoria presidir o Brasil ninguém vai ficar chateado. Mas se o criminoso se tornar réu, aí não se pode pensar que o Brasil é o Senado.

  9. Sugestão

    “O PT e as esquerdas precisam dizer claramente qual a saída que defendem em face da derrocada das instituições republicanas.”

    A divida publica Brasileira com os Bancos é fruto de muita corrupção,logo a saida mais justa para o Brasil é o perdão de 60% dessa divida.Não vejo outra saida.

    1. sugestão….

      ” Cachorro correndo atrás do rabo”. Qual a diferença entre 2016 e 1964? É que agora não tem os militares para a esquerda jpgar a culpa?! Governados por quadrillhas, governados por bandidos. Votados numa farsa de democracia implementada por toda a esquerda, por todo o pensamento e ideologia socialista que reescreveu a Constituição Cidadã de 1988. Anti capitalistas, figuras acima de interesses pessoais, que dispuseram sua vida pela causa maior do bem comum e do povo brasileiro. Toda esta mentira, esta traição, este jogo sujo para chegar ao poder, que era o que interessava, inflados por uma imprensa marron, corrupta, partidária e hipócrita. 30 anos para saber que fomos enganados por bandidos? E os bandidos não querem admitir sua culpa, nem querem ser submetidios ao crvo da lei? Mas o pior é saber o país que poderíamos ter construído, enquanto eramos achacados. Canalhas, pelo menos não se acovardem enquanto tentam fugir das suas responsabilidades. O país da imprensa esquerdopata, de Brizola, Arraes, Eduardo Campos, FHC, Lula, Quércia, Montoro, Dutra, Dilma, Covas, Genro, Freire, Rabelo, Amazonino, Aluisio Nunes, Valdir Pires, Teotonio e outros ratos e outros censuradores esta aí para quem quiser enxergar.          

  10. Ponto de Ruptura.

    Professor,

    os pesquisadores Dardot e Laval analisam que o neoliberalismo e a economia de oligopólios prescindem da democracia burguesa como forma de arregimentar os apetites políticos e econômicos das três burguesias.

    No capitalismo concorrencial as disputas entre burguesias seriam discutidas e pacificadas no parlamento e as disputas pontuais pelo judiciário.

    Nesse contexto, a ascenção de líderes sindicais como chefes do executivo seria a evidência do ocaso da democracia burguesa. (Isso sem dizer em tiriricas, tenentes da polícia, pastores populares no legislativo.)

    O judiciário atropelando as leis e o legislativo num caos entre as velhas oligarquias e representantes burlescos do povo brasileiro parecem atestar o fim de um ciclo republicano.

    Será que essa crise da República tem volta, não é o caso de pensarmos um novo projeto político em fase com o atual estágio da infraestrutura?

    Costumamos falar em aprofundamento da Democracia. Que fazer?

    O risco de um estado de excessão cresce a passos largos.

  11. Não me lembro de Aldo ter proposto Eleições Gerais Já

    No momento do impeachment, só lembro de (alguns) da Rede, do PSOL e do PT proporem Eleições Gerais e Constituinte Exclusiva, como sempre uma minoria da minoria. Essas propostas tardias me lembram, sim, histórica e absurda falta de debates abertos: até hoje, o PT não investiu num jornal físico (veículos oficiais e os abundantes oficiosos não valem pra ampliar).Debate tem que ser entre diferentes, pois entre iguais é autoengano, é igrejinha, é irmandade, é clube social. O maior partido de esquerda temo que insistirá em graves erros na manutenção do culto à personalidade (a que preço, afastando lideranças internas e afins ) e na renovação meia-boca, recauchutada.

  12. PORQUÊ O BRASIL É O BRASIL

    Então vemos chuvas de acusações de corrupção e incompetência noite e dia na TV, Milhões de classe média saem de amarelo nas ruas pra pedir impeachment da presidente de esquerda, milhões de esquerdistas saem nas ruas pra apoiar o governo democraticamente eleito. E 90% do povo brasileiro não reage.

     

    Semana após semana, jornais e revistas denunciam um a um senadores, deputados, ministros a e at´eo presidente, coma cusações e , muitas vezes, com provas, de corrupção escancarada. Uma quantidade menor de pessoas vai às ruas, em manifestações, ora defender, ora apoiar Justiça e procuradoria, ora pedir punição aos corruptos. Mas 99% do povo brasieleiro, não aparece, não fala, não reage, nada, nada.

     

    Uma descrição histórica me vem à mente: Quando do golpe militar que derrubou e expulsou o imperador legal brasileiro, Dom Pedro II, e institui a república, um certo historiador da época escreveu, mais ou menos assim, que a reação a algo tão grande, importante e impactante, foi mínimo, nada, que a populaçaõ reagiu bestificada, olhando tudo aquilo, sem entender, muito menos, adivinhe só, reagir…

     

    Eis que vem o governo golpista, não eleito, com acusações diárias de corrupção gritante, e diz que, com a nova regra  de aposentadoria, que tem qeu ser imposta imediatamente, urgentemente, sem discussão, todo brasileiro terá que trabalhar 50 anos pra poder receber a aposentadoria integral. 

     

    50 anos.

     

    50 ANOS! TRABALHAR 50 MALDITOS ANOS!

     

    Lembro de passeatas monumentais na França, Alemanha, Argentina, de quantidades massivas, gigantescas em centenas de cidades, por questões bem menos importantes. Fico imaginando o que fariam uruguaios, italianos e britânicos fariam se um governo não eleito tentasse enfiar goela abaixo a imposição de trabalhadores comuns a ter que trabalahr 50 anos pra poder receber aposentadoria integral. E não imagino outra coisa que não muitas manifestações, greves gerais, o país parado, e provavelmente, tudo desbancando pra violência. Mas aqui, nada. povo sem reação.

    E valendo um milhão de rais: PORQUÊ? PORQUE O POVO BRASILEIRO NÃO REAGE? PORQUE O POVO BRASILEIRO, FORA RARÍSSIMOS CASOS ESPARSOS E REGIONAIS, NUNCA REAGIU?

    Sabe porque? O POVO BRASILEIRO NUNCA REAGE PORQUE NÃO EXISTE POVO BRASILEIRO. Isso mesmo qeu você leu. Não existe. nunca existiu.

    Como Darcy Ribeiro já explicou, em seu livro ” O POVO BRASILEIRO”, de forma muita resumida e simplória, mas sincera, havia povos indígenas locais aqui nesta terra, antes da invasão portuguesa. Havia o povo prortuguês e vários povos africanos na áfrica. Então o Reino Português, ao entrar em acordo pra tomar posse desta terras, invadir e explorar, o Rei, seu governo e sua eleite decidiram oq eus eria o Brasil, e escreveram ali seu futuro, o qual vigora a té hoje: Um local de pura exploração, que poderia e deveria ter todas suas riquezas e potenciais explorados e sugados em sau totalidade pra ssutentar à elite portuguesa. A elite repartiu entre si os terri´torios, sem vir pra cá, apenas enviando portugueses, ganaciosos e inescrupulosos, ou gente condenada ou sem futuro. Estes poderiam tudo aqui, sriam a p´ropria lei, pois não havia pecado nem crime abaixo da linha do equador, todo não europeu não era humano e não tinha direitos, e podia ser tão explorado quanto a terra, a flora e os metais locais. E até hoje, nossa classe média é formada por paus mandados, que detestam o brasil, odeiam ter nascido aqui,e conviver aqui, idolatram o exterior e querem viver lá, e não tem medo ou vergonha em explorar e destratar tudo qeu é daqui. Esta gente classe média, os lugares-tenetes dos verdadeiros donso da terra, estes tem os maiores luxos e estudo e, desde sempre, compôe nosso Estado local, Executivo, Judiciário, Legislativo, Promotoria e funcionalismo público alto. Gente que idolatra patrão, pois sonha em ser patrão. Gente que tem nojo do Brasil e culpa o povão por tudo de errado que afunda o país. Gente que só valoriza e obedece lei que os favoreça. 

    E o Povo? Como Darcy explicou, foram praticamente jogados aqui, muitos contra a vontade, foram jogados aqui nesta terra de ninguém africanos, europeus, juntados aos ameríndios que sobreviveram e agora nem tinham mais sua civilização antiga. Jogados, muitos contr a vontade, outros vieram livremente, mas por necessidade, não por opção ou prazer. Jogados numa terra sem lei, onde o único objetivo era enriquecer sem limites ou sobreviver. Darcy não falou o que direi agora, pois ele falou de um poov brasieliro. Mas de tudo isto, eu vos falo e afirmo: Não há povo brasieliro, nunca houve, pois, no fundo, somos um amontoado de pessoas diferentes, de culturas diferentes, crenças, valores morais, biotipos e objetivos difertentes, jogadas umas contra as soutras e contra nossas próprias vontades verdadeiras, jogados nesta terra que nunca quisemos de verdade, com os únicos objetivos de enriquecer a qualquer custo ou de sobreviver no fim das contas. Cada um por si, Deus contra todos. Não somos compatriotas e irmãos, somos adversa´rios e inimigos uns dos outros. Não à toa, as únicas revoltas populares legítimas foram regionais, os sulistas na Revolução Farroupilha, Os Nordestinos em canudos, os Paulistas em 32. pois os povos estaduais ainda tem um fiapo de fraternidade. Povo brasileiro nunca houve. Nunca foi projetado pelos donso do local. Nunca foi o objetivo que houvesse, nunca houve uma cultura de fraternidade e igualdade, o Estado, nunca deu nem a educação, a cultura, o sistema jurídico legal pra fomentar esta nova nacionalidade. Antes mesmo de Pedro Álvares Cabral, qaundo ainda se planejou tudo que seria feito da nova terra, já se decidiu e escreveu nosso futuro e essencia. E da foi capaz de mudar tal projeto desde então, e o brasil, muda de nome, de condição, de regime, de governo, de tecnologia, mas nunca traiu seu projeto original.

    E enquanto o estado não começar a fomentar, por uma política de décadas e décadas a cultura de fraternidade, unidade, de sermos um povo brasileiro, que estamos juntos, nessa, que dependemos um do outro, que juntos smomos masi fortes, que ninguém pobre vai conseguir nada, pois não haverá pacto, objetivo, união força, destino. Apenas continuaremos tentando enriquecer individualmente e sobreviver, nesta terra sem lei e de malandros.

  13. Se não destituírem o

    Se não destituírem o Procurador Geral da República. Se não Cassarem todas as outorgas de rádios e Tvs. Se não fecharem  esse congresso e prenderem os verdadeiros culpados. Se não fecharem esse  Judiciario fisiológico e também, prenderem os seus despótas (abuso de autoridade). Se não devolverem o mandato à sua verdadeira eleita, nada disso vai salvar esse País!!!

  14. Penso que só eleição não resolve o problema do Brasil

    O que nos salvaria, na minha humilde opinião, seria uma inteligência agindo de forma esclarecida  e sábia em prol do povo e da Nação, o cavalo desta inteligência seria uma egrégora onde estaria estabelecido um Rumo, um Norte e uma Estrela para o Brasil dos brasileiros.

    Como fazer isto?

    Moleza, usando a Astrologia, o Tarot e a Geometria.

    Simples assim.

    1. PEBb – Partido da Egrégora Brasil dos brasileiros

      Um novo partido ou um velho com upgrade, para dar Rumo, Norte e Estrela para o país, a nação e o bem do povo.

      É minha humilde sugestão.

  15. O Professor, que me perdoe,

    O Professor, que me perdoe, mas o Supremo Tribunal Federal não desmoronou nada, porque como mostra já estava, como de resto sempre esteve em outras oportunidades, no rés do golpe e no atendimento dos interesses tão somente do capital internacional, algo que acontece com nossas Forças Armadas e os demais poderes, e o poder incidente da mídia. Diria que 2003/2014 é um ponto fora da curva dos tempos históricos do Brasil. Quer coisa mais terrível do que a anistia aos militares golpistas e torturadores de 1964 feito em favor do capital internacional sob comando dos EUA? Os famosos crimes conexos? Claro que, também preponderantemente, o mesmo acontece no Executivo, e no Legislativo. Na presente quadra, o primeiro foi invadido pelos neoliberais no pós golpe do impeachment e o segundo que já tinha esse comportamento na maioria de seus membros antes, após a vitória na derrubada do Governo Dilma. Muitos de nossos parlamentares em todos os níveis são delinquentes funcionais, que primam por usar o poder que o voto lhes confere para enriquecer, roubando órgãos do Estado e o povo e dar benesses às empresas que os financiam, melhor seria dizer sócias. O mesmo pode-se dizer de muitas áreas do Executivo, onde agentes públicos procedem de igual maneira, privilegiando os interesses do capital financeiro internacional e enriquecimento através de propinas. A Lava Jato viabilizada por Lula/Dilma com atualização da legislação e aparelhamento dos órgãos de controle, que com a leniência de José Eduardo Cardoso e a incompetência política da ex-Presidente Dilma Rousseff, que não tinham noção de poder, foi voltada contra o PT e os políticos do Governo e aliados. A mim, só uma dúvida: se a maioria é remunerada recebendo propinas e favorecimentos, porque o Judiciário, que é peça principal nesses crimes contra a democracia brasileira, nada recebe? Na realidade, não é conferido.

  16. Meu Deus! foi preciso um

    Meu Deus! foi preciso um golpe de Estado pra turma perceber que o Judiciário é corrupto. Será que vamos precisar de outro pro pessoal entender como funcionam o MP. Tá Difícil…

     

    Professor demorou mas captou. Antes tarde que nunca! Só uma coisa: O Judiciário. SEMPRE foi isso. Disparado, o mais vil dos poderes.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador