Denúncia e relatórios da campanha de Bolsonaro podem configurar crime eleitoral

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Seja o plano de questionar as urnas, a denúncia contra as inserções de propaganda em rádios e os relatórios podem ser julgados crimes

Jair Bolsonaro – Foto: Isac Nóbrega/PR (Brasília – DF, 26/01/2019)

Os gestos e tratativas do governo federal contra o resultado das eleições podem configurar crime eleitoral. Seja o plano de questionar as urnas, ou as medidas endossadas nesta semana, incluindo a denúncia contra as inserções de propaganda em rádios, podem ser julgados crimes.

Em entrevista ao Uol, o especialista do Instituto de Tecnologia e Sociedade, Fabro Steibel, comentou que já há uma investigação em andamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), levada a cabo pelo ministro Alexandre de Moraes, diante dos indícios de que a campanha de Jair Bolsonaro e do PL estão atuando para atacar a lisura do processo eleitoral.

Reportagem da Folha confirma o que o GGN adiantou nesta quarta (26): tanto o caso das rádios denunciadas pela campanha de Bolsonaro como do ex-funcionário do TSE – que foi à Polícia Federal falar em supostas irregularidades – integrarão o relatório do PL para tentar desacreditar a derrota do mandatário neste domingo.

Entenda o caso:

Caso confirmado, a medida da Coligação do atual presidente configurará crime eleitoral. “O que Moraes está analisando é isso: se é um conjunto de atos com objetivo de criar algo ilícito”, anunciou o especialista, sobre a apuração do TSE.

Também nesta quarta (26), as rádios apontadas na denúncia da campanha desmentiram as próprias acusações. Pelo menos 6 das 8 emissoras contestaram que violaram a legislação eleitoral, que obriga a inserção de propagandas.

Como mostramos aqui, as próprias rádios contestaram os dados apresentados e mostraram divergências entre número e horários das inserções identificadas pela empresa contratada pela campanha presidencial para auditoria e o que realmente foi ao ar.

Segundo o especialista, todos podem contratar o serviço de fiscalização para verificar se um anúncio que foi pago realmente foi veiculado. Mas este relatório gera uma “pseudo-auditoria” e o que a campanha do mandatário está tentando é “falar que tem um complô”, prejudicando o processo eleitoral em si.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. As mentiras em nosso país chegaram a um nível em q não podem mais esconde-las,bateu no teto,vai bombar e não bomba,vai progredir e regride,vai ter emprego e…desemprego,sigo a lei mas “dessigo”,sou ético mas não tenho ética !!!Obs.:ADVINHEM DE QUEM É A CULPA???DILMA,LULA,PT,COMUNISTAS,ESQUERDISTAS!!!

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