Dilma condena ‘apedrejamento’ de Orlando

Da Folha de S. Paulo

Dilma condena ‘apedrejamento’ de ministro

Presidente defende PC do B, partido de Orlando Silva, e diz que analisará situação no Esporte com ‘tranquilidade’
Ao chegar ao Brasil ontem, após viagem à África, Dilma reúne ministros para discutir o futuro de Orlando

ANA FLOR
ENVIADA ESPECIAL A LUANDA
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

Em seu último dia de visita à África, a presidente Dilma Rousseff afirmou que não se pode “demonizar” o PC do B, partido do ministro Orlando Silva (Esporte), acusado por um policial militar de comandar um esquema de desvio de verbas da pasta.

A presidente disse ainda que não se deve fazer o “apedrejamento moral” de ninguém e fez questão de afirmar que examinaria na sua volta ao Brasil a situação do ministro, que nega envolvimento com irregularidades.

“Eu vou olhar [a conjuntura] com imensa tranquilidade e tomarei as posições necessárias para preservar não só o governo, mas os interesses do país”, disse Dilma.

Ela chegou ao Palácio da Alvorada na noite de ontem e se reuniu com ministros para analisar o caso.

Apesar da defesa, a presidente não quis confirmar que Orlando continua no comando da pasta.

A exemplo do que fez no caso de cinco ministros que caíram, Dilma ressaltou a importância da presunção da inocência e a necessidade de se investigar as denúncias.

“Temos que apurar os fatos, investigar e, se apurada a culpa da pessoa, puni-la”, disse. “Isso não significa demonizar quem quer que seja, muito menos partidos que lutaram pela democracia.”

A presidente afirmou ainda que seu governo “respeita” o PC do B e que a sigla “tem quadros absolutamente importantes para o país”.

Dilma criticou a divulgação de opiniões creditadas a ela que, segundo afirmou, não correspondem ao que pensa. “Eu li com muita preocupação as notícias do Brasil pelo grau de imprecisão nas observações. É interessante que vazam frases com aspas minhas e eu não falei com ninguém.”

Em Brasília, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou que uma eventual saída do ministro não mudará “um milímetro” a posição brasileira em relação à Copa. 

“As posições tomadas pelo ministro são posições do governo brasileiro. Ele agiu em perfeita harmonia, [seguindo] orientações dadas pela presidenta Dilma.”

“Portanto, quem imagina que uma eventual remoção do Orlando possa mudar um milímetro da posição brasileira está completamente equivocado”, concluiu.

Carvalho cobrou calma no trato da crise. “Temos que ter muita serenidade nessa hora, porque se trata de um ser humano e se trata de um governo sério, que não contemporiza com a corrupção e com o mal feito.”

Luis Nassif

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