Bolsonaro diz que Forças Armadas colocarão militares “dentro da sala cofre do TSE”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

Bolsonaro falou que usará militares para a contagem de votos na sala cofre. Mas a contagem do TSE não é feita no local

Foto: Divulgação

Jair Bolsonaro voltou a falar que usará militares para a contagem de votos das eleições brasileiras. Com desconhecimento sobre o sistema eleitoral, disse que irá colocar as Forças Armadas “dentro da sala cofre do TSE” para apuração das eleições.

A sala cofre da Corte eleitoral está localizada nas dependências da Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) e é um espaço com sofisticado sistema de segurança, onde são armazenados dados sensíveis eleitorais.

Para que serve a sala cofre

O TSE não contabiliza os votos no local, ao contrário do que afirmou falsamente o presidente. São guardados no local o cadastro nacional de eleitores, o registro e a prestação de contas de candidatos e as cópias dos programas usados nas urnas eletrônicas. Por isso são sensíveis.

Somente 3 servidores do TSE têm acesso ao local, sendo necessária a leitura das digitais de dois dos funcionários ao mesmo tempo, além de uma chave que é armazenada em outro espaço com entrada restrita.

Mas sem sequer o conhecimento -público- da função do espaço, Bolsonaro insistiu que irá colocar técnicos das Forças Armadas dentro do local.

“Ninguém sabe o que acontece lá dentro”

“Segundo informações que eu tenho aqui, as Forças Armadas pretendem colocar técnicos deles dentro da sala cofre do TSE, uma sala aqui que ninguém sabe o que acontece lá dentro”, disse, nesta quinta (22), em entrevista à Sikêra Júnior, da TV A Crítica.

As informações sobre o funcionamento da sala cofre do TSE, que não é usada para a contagem de votos, como falsamente disse Bolsonaro, estão disponíveis no portal da Corte Eleitoral.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador