‘Malware pode estar no chip’: golpismo bolsonarista já tem o seu powerpoint, por Hugo Souza

Ministro da Defesa levou ao Senado um coronel da ativa do Exército para dizer que “é possível que um código malicioso tenha sido inserido na urna e fique lá latente esperando algum tipo de acionamento”.

do Come Ananás

‘Malware pode estar no chip’: golpismo bolsonarista já tem o seu powerpoint

por Hugo Souza

O Ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira, levou um coronel da ativa do Exército Brasileiro ao Senado Federal para dizer, a menos de três meses das eleições, que “é possível” que as urnas eletrônicas brasileiras tenham sido sabotadas, que estejam batizadas, que “é possível” que o código malicioso esteja no chip.

Qualquer semelhança com “o nosso inimigo não é externo. É interno”, mote de Bolsonaro para 2022, pode não ser mera coincidência entre as linguagens do bolsofascismo e da cibersegurança, esta em sua versão “As aventuras do Ministério da Defesa contra o tribunal presidido pelo advogado do MST”.

Te cuida, Dallagnol

O coronel Marcelo Nogueira de Souza é o chefe de uma “equipe de fiscalização das eleições” inventada pelo general Paulo Sergio Nogueira e composta por 10 militares das três forças armadas.

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Levado pelo ministro a tiracolo para uma audiência inventada pelo senador bolsonarista Eduardo Girão – para “Debater as recomendações dadas pelo Ministério da Defesa ao TSE para o aprimoramento do processo eleitoral” -, o coronel fez uma apresentação de 17 minutos. Foi um festival de suspeições mirabolantes sobre o TSE e sugestões estapafúrdias para as eleições – como já notou Fernando Brito – apresentadas com o suporte de um slideshow.

Sim, o golpismo bolsonarista, também ele, já tem o seu Powerpoint.

Vejam lá:

Hugo Souza é jornalista

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Hugo Souza

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  1. Apuração paralela: Depois que o grande especialista em logística demonstrou sua terrível incompetência, os “técnicos em TI” das forças armadas, agora, também resolveram demonstrar a sua. Se o objetivo propagado fosse mesmo o de aumentar a transparência do sistema eleitoral, o método proposto jamais poderia ser este, o qual, obviamente, caminha na direção totalmente oposta. Isso nos leva a reforçar aquilo que todos já sabíamos: nossas forças armadas adotaram o método Chacrinha de desinformação – “viemos para confundir e não para explicar“. Como tática militar, convenhamos, é muito precária e primária. Tão precária e primária quanto parece ser a formação dos nossos “oficiais”. A sociedade, ao contrário desses luminares, já se encontra bem mais alfabetizada e sabe muito bem ler nas linhas e entrelinhas. Eles seguem fielmente o roteiro conhecido do lobo contra o cordeiro; ou por que se sentem confiantes demais para devorar o cordeiro, ou por que são extremamente incompetentes, não percebendo a cilada na qual estão se envolvendo. Desta vez não haverá anistia aos golpistas.

  2. Piada Reciclada: Piada antiga contada por setores que apoiaram o golpe de 1964, mas que não nutriam muita confiança na capacidade intelectual daqueles que sujaram as mãos e o uniforme e o levaram a cabo. Concluo no próximo comentário, pois estou tendo uma dificuldade em enviar o comentário completo.

  3. Continuando: Segundo esses setores, uma unidade universal utilizada como medida de inteligência seria o “tar”. Parcelas médias da população teriam sua inteligência medida entre oitocentos e alguns milhares de “tar” (alguns “quilotar”). Gênios, como Einstein ou Freud, possuiriam inteligência medida em milhões de “tar”, (“megatar”). Já indivíduos de menor capacidade intelectual teriam sua inteligência medida em subunidades de “tar”, por exemplo, milésimos de tar, (“militar”). Lembro muito bem que tal piada era contada por apoiadores do golpe.

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