Tarcísio moderado? Veja 5 posições radicais do ex-ministro do Bolsonaro

Candidato bolsonarista tenta se vender como moderado, mas já defendeu radicalismos

Foto: Agência Brasil

Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) estão no segundo turno da corrida pelo Governo do Estado de São Paulo.

Tentando se colocar ao eleitorado como opção mais moderada para os paulistas frente a Haddad, que recebe o apoio de Lula, Tarcísio foi ministro de Jair Bolsonaro, mas buscou se dissociar do presidente para atrair o eleitorado de centro.

No entanto, defende radicalismos e pautas bolsonaristas. Confira:

1 – Discursou em manifestação antidemocrática

No último 7 de setembro, Tarcísio de Freitas subiu no palanque montado na Avenida Paulista por bolsonaristas e fez discurso eleitoral. Na rua, cartazes atacavam o Supremo Tribunal Federal, o Tribunal Superior Eleitoral e o Congresso Nacional.

A gente não tem como controlar isso mas não é o espírito do movimento, não é o espírito da celebração. Não tem nada a ver, a gente está aqui para celebrar a prosperidade, para celebrar o futuro.

justificou

2 – Anunciou fim da obrigatoriedade da vacina

Alinhado com o discurso negacionista adotado por Jair Bolsonaro ao longo da pandemia, Tarcísio anunciou que vai acabar com a obrigatoriedade da vacina em São Paulo. A fala ocorreu na sabatina feita pelo Estadão na faculdade FAAP.

Essa questão, essa opção vacinal ou não é de cada um. Com certeza, vou acabar com a obrigatoriedade. Não tem que ter obrigatoriedade. Eu exerci a minha liberdade e tomei, mas ninguém tem que ser obrigado a tomar.

declarou o ex-ministro

3 – Bandeiras bolsonaristas: família e aborto

Tarcísio chegou à Paulista para discursar no caminhão de som no 7 de setembro, ao lado do deputado estadual Frederico d’Ávila (PL), que em 2021 xingou o papa.

E apesar da tentativa de dissociar seu nome diretamente ao de Jair Bolsonaro na corrida eleitoral, com o intuito de atrair o eleitorado centro-direita que tradicionalmente votou no PSDB para o governo, naquele mesmo palanque elogiou o governo Bolsonaro, usando as bandeiras da “família”.

Um país que teve condução firme e forte do presidente comprometido com seu povo, que trouxe de volta o verde e amarelo, os valores da família.

disse

Na sabatina do Estadão na FAAP, também disse ser contra o aborto legal. E adotando a mesma bandeira de Bolsonaro, afirmou:

É uma questão de fé, acredito na vida desde a concepção.

4 – Defendeu indulto a Daniel Silveira e atacou o STF

Na contramão de não endossar os discursos golpistas de Jair Bolsonaro contra as urnas eletrônicas, em tática especificamente eleitoral, Tarcísio se somou a Bolsonaro nos ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Disse que o STF faz “provocações” e cometeu “erros”. Em entrevista à Veja, disse que Bolsonaro “fez o que tinha que fazer” em relação ao indulto concedido a Daniel Silveira, contrariando a decisão do Tribunal – o que chamou de “remédio”. E, novamente em defesa de Bolsonaro, rebateu às acusações de golpismo.

Não há golpe, não há caminho golpista, não há nada disso. O presidente não agiu um milímetro fora da regra do jogo até hoje. Nem um milímetro. O próprio caso Daniel Silveira, o que o presidente fez diante de uma decisão do Supremo Tribunal Federal? Aplicou um remédio, aplicou um instrumento, previsto na Constituição. Agiu dentro da regra do jogo? Totalmente. Totalmente dentro da regra do jogo.

defendeu

5 – Contra câmeras em PMs que diminuiu letalidade policial

Em sabatina ao jornal O Globo, Tarcísio criticou o uso de câmera de segurança no peito dos policiais em São Paulo.

A medida, nomeada Olho Vivo, foi adotada em 19 batalhões em junho do ano passado. Desde então, essas unidades registraram queda de 80% no número de mortes provocadas por agentes. Segundo levantamento do UOL, o primeiro ano do programa registrou 41 óbitos. Nos 12 meses anteriores, foram 207.

Sem esclarecer, diretamente, se irá revogar a medida, só sinalizou que é preciso dar voto de confiança aos PMs.

Câmera é voto de desconfiança para o policial. Eles correm risco de vida por nós. O mínimo que podemos dar é apreço. Temos que proteger o policial.

declarou ele

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Ariel Castro, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, criticou a fala de Tarcísio em entrevista ao Jornal GGN.

As declarações do candidato Tarcísio, contrariando os resultados positivos já atestados pelo governo de São Paulo, não surpreendem, já que ele fez parte e representa um governo negacionista, que não liga para as estatísticas e para a ciência, e que estimula a violência policial contra jovens, pobres e negros.

opiniou ele

Na avaliação de Castro, os números indicam a efetividade do Olho Vivo, e que ele deveria ser adotado em “todos os estados”.

As estatísticas da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo já demonstraram que o monitoramento dos policiais por meio das câmeras tem diminuído os chamados “confrontos”, os assassinatos cometidos por PMs e as situações de abusos de autoridade por parte dos agentes. E tem gerado mais produtividade nas ações policiais, com mais flagrantes, abordagens e apreensões de armas de fogo, de porte e posse ilegal. Isso demonstra que o controle, fiscalização e monitoramento dos policiais é fundamental e precisa ser adotado de forma definitiva como política de segurança pública em São Paulo e no País todo. Essa iniciativa das câmeras no fardamento precisa chegar a todos os policiais paulistas. A medida deveria ser adotada por todos os estados, já que os resultados estão sendo exitosos em São Paulo. A segurança pública deveria garantir os direitos humanos e não violá-los.

analisou Ariel Castro

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Redação

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