Em Angola, Lula faz duras críticas ao Conselho de Segurança da ONU

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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"O Conselho de Segurança, que deveria ser da paz e tranquilidade, é o Conselho que faz a guerra”, afirmou o presidente

Luanda, Angola, 26.08.2023 – Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, faz balanço da viagem à Angola. | Imagem: Canal Gov

O presidente Lula (PT) voltou a defender, neste sábado (26), uma reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o mandatário, o organismo que deveria fomentar “paz e tranquilidade” tem feito “guerra”. 

A declaração do presidente foi dada durante entrevista coletiva, após cerimônia de inauguração da galeria Ovídio de Melo, no Instituto Guimarães Rosa, no seu último dia de visita a Angola, na África. Esta é a primeira visita oficial do petista ao continente neste terceiro mandato.

A ONU de 2023 está longe de ter a mesma credibilidade de 1945 [quando foi fundada]. O Conselho de Segurança, que deveria ser da paz e tranquilidade, é o Conselho que faz a guerra”, afirmou o presidente. 

Ao defender a reforma, Lula lembrou que Brasil, Índia, Alemanha e Japão querem vagas permanentes no Conselho, assim como a Rússia, Reino Unido, Estados Unidos, França e China. 

Quem faz a guerra são os países do Conselho de Segurança, quem produz armas são os países do conselho de segurança, quem vende armas são os países do conselho de segurança, então, está errado. É preciso que haja uma compreensão de que precisa ter mais países”, criticou.

Qual é a representação da África no Conselho de Segurança? Qual é a representação da Ásia? Qual é a representação da América Latina? E nós deixamos claro que nós defendemos que o Brasil entre no Conselho de Segurança, nós defendemos que a Índia entre no Conselho de Segurança, que a Alemanha entre, que o Japão entre“, continou Lula.

Eles não querem que a gente entre. Vamos brigar com eles para entrar. Não temos que ter medo de fazer coisas utópicas. O mundo está precisando de um pouco de utopia, acreditar que o amor pode vender o ódio”, declarou o brasileiro. 

“Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente. Junte-se a nós: www.catarse.me/jornalggn”      

Dívidas FMI

O presidente também defendeu que a dívida  “impagável” que o continente africano possui com o Fundo Monetário Nacional (FMI), de cerca de US$ 760 bilhões, seja “transformada em apoio à infraestrutura“.

É preciso começar uma nova briga. O continente africano deve para o FMI por volta de 760 bilhões de dólares, essa é a dívida do continente africano e essa dívida vai ficando impagável porque o dinheiro do orçamento nunca dá para pagar a dívida e o problema vai sempre aumentando. Qual é a lógica? A lógica é tentar sensibilizar as pessoas que são donas dessa dívida para que essa dívida seja transformada em apoio à infraestrutura“, disse.

Cultura

Já no discurso da cerimônia de inauguração da galeria Ovídio de Melo , Lula destacou que “a volta do Brasil à África se fará também pelos caminhos da cultura“. 

Vamos reeditar as Conferências de Intelectuais da África e da Diáspora, evento que realizamos no Senegal, em 2004, e em Salvador, 2006“, disse.

Ontem (25), Lula garantiu que o Brasil vai voltar a investir no continente africano e assinou sete acordos de cooperação entre Brasil e Angola.

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Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

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