Guido Barilla pede desculpas por declaração polêmica

Sugerido por Gunter Zibell – SP

Jornal GGN – Guido Barilla, o presidente da fabricante de massas homônima, disse que nunca contrataria um gay para fazer propaganda de sua marca. A declaração foi feita durante entrevista a um programa de radio italiano na noite da quarta-feira (25/09). “Eu nunca faria um comercial com uma família homossexual… se os gays não gostarem, eles podem procurar outras marcas para comer”, declarou Bariila. O executivo disse ainda que o conceito de família é sagrado para a marca, e é um dos valores da companhia. “Eu não respeito a adoção [de crianças] por famílias homossexuais porque as crianças não podem escolher”, disse.
 

A declaração causou polêmica nas redes sociais. Depois de muito barulho, o executivo voltou atrás e se desculpou pela declaração. “Com referência às minhas declarações ontem à imprensa, peço desculpas se minhas palavras ofenderam algumas pessoas. Gostaria de esclarecer que tenho o mais profundo respeito por todas as pessoas, sem distinção de qualquer espécie. Eu tenho o maior respeito por homossexuais e pela liberdade de expressão. Eu também disse, e repito, que tenho respeito por casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Em suas propagandas, a Barilla sempre escolhe uma família para representá-la, porque considera este o símbolo da hospitalidade e do amor para todos”.
 
Após a declaração, ativistas italianos estão convocando um boicote às 20 marcas da empresa.

Veja o vídeo de desculpas (em inglês):

http://www.youtube.com/watch?v=2Tg61KYPLqQ
 

Redação

15 Comentários

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  1. A emenda e o soneto…

    Há algo pior que a declaração que foi dada? Sim, há.

    É a tentativa de retratação…

    Fica a dúvida:

    Se pensava diferente, por que falou? Se não pensava, por que se desculpa?

    Mas a pergunta fundamental para a Democracia é:

    Ele tem ou não o direito de dizer qual modelo de família acredita, e para qual tipo de família ele quer comunicar sua propaganda?

    Com a palavra, as minorias…

  2. Declaração homofóbica por que?

    Não vi “homofobia” nas palavras do senhor Guido Barrila. Ele apenas expressou a sua opinião e ninguém é obrigado a concordar com a união de gays ou adoção de crianças por casais gays, a não ser que se queira condenar moralmente ou criminalizar a livre opinião. Isto é tão básico que não deveria sequer ser alvo de discussão. Até mesmo  o termo “homofobia” é impróprio, pois o sentido literal que se extrai dessa palavra é: “medo de homem”.

    1. homos signfica igual

      Homofobia, no sentido literal, considerando tão somente os radicais gregos originais, não significa de modo algum “medo de homem”. Homos significa “igual”, “da mesma natureza” e não “homem”.

      A palavra homofobia não é uma formação purista, no sentido estrito. O termo homo, nela, é em si uma redução de homossexual; algo similar acontece quando se usa em composições lexicais “auto” como redução de automóvel, apesar de autos, em grego, não significar carro.

      De resto, seu comentário exemplifica quem não consegue ver homofobia numa atitude preconceituosa alheia justamente porque concorda com essa atitude. Antes de atentar para o fato de que “ninguém é obrigado a concordar com união de gays”, deveria se dar conta de que essa concordância é completa e totalmente irrelevante, pois não se trata de assunto que lhe diga respeito, tanto quanto não é tema de votação e opinião pública o fato de um casal heterossexual em particular querer se unir legalmente, segundo direitos e leis pré-estabelecidos.

  3. A homofobia não compensa

    Há várias lições no episódio Barilla

    1) Não se deve contrariar o rumo da História, ainda mais quando sancionado pela Política. As declarações de Barilla não pegaram mal apenas por serem homofóbicas, mas por terem sido feitas apenas 6 dias após o Parlamento Italiano ter aprovado a lei antihomofobia local. Soou como afronta à sapiência de 3/4 dos parlamentares.

    2) O conceito de homofobia é mutável no tempo. Se nos anos 1980 era chamada de homofobia apenas a violência física, hoje se entende como homofóbico qualquer um que  explicitamente trabalhe contra a igualdade de direitos civis. Inclusive por omissão, se forem percebidos interesses políticos ou econômicos na mesma.

    3) Não há como contrariar a Academia. O primeiro pedido de desculpas, em texto, de Guido Barilla, divulgado pelo facebook, não foi aceito por não abordar a questão da adoção. Sabe-se por dezenas de estudos que não há diferenças entre LGBTs e heteronormativos como pais adotantes. Não há nenhum estudo que diga que há problemas. O video em pauta já foi melhor aceito graças a Barilla manifestar que precisa aprender sobre novas famílias.

    4) O combate à homofobia não é mais só feito por LGBTs. Há a percepção de que é um direito difuso viver numa sociedade inclusiva e boa parte, senão a maioria, dos que nestes dias compartilharam charges, cartazes, etc pelo facebook foi de héteros simpatizantes.

    5) Comercialmente a homofobia é um desastre. Se ainda há políticos que conseguem se eleger fazendo discurso homofóbico, não há como uma empresa sair ganhando com isso. Pessoas deixam de comprar produtos onde as direções das empresas são racistas, machistas, homofóbicas, desrespeitosas ao meio-ambiente ou a normas trabalhistas. Mas pessoas não passam a comprar bens e serviços de uma empresa em função de nada disso. Não por acaso três marcas concorrentes à Barilla imediatamente divulgaram pelas redes sociais cartazes inclusivos. Barilla fez propaganda de graça para elas, portanto.

    6) Patrulhamento e boicote dão certo. São vistos pela sociedade como instrumentos positivos e legítimos. Pode-se não aderir a boicotes, mas não é possível condená-los. Alternativamente, não saiu ninguém relevante na mídia, política, academia ou meio artístico em defesa das declarações homofóbicas de Guido Barilla. 

    A ‘guerra’ ainda está acontecendo, o caso Barilla foi apenas uma batalha. Algumas maiores virão em breve, como acompanhar o modo com que Coca-Cola, McDonald’s e Visa irão lidar com o patrocínio aos Jogos de Sochi, no que é visto como uma concordância implícita da legislação anti-gay de Putin. Não obstante, é possível dizer que, mais cedo ou mais tarde, o espírito de tempo presente no inconsciente coletivo, aquilo que é apelidado de politicamente correto, ganhará a maior parte das partidas. 

  4. Guido Barilla – presidente da
    Guido Barilla – presidente da fabricante de massas homônima -, afirmou que nunca contrataria um gay para fazer propaganda da sua marca. E que se os gays não gostarem, que procurem outras marcas para comer. A declaração causou polêmica nas redes sociais e alvoroçou o movimento LGBT. Polêmica, alvoroço porque? Ele tem o direito de decidir quem faz propaganda do produto dele e ponto final. Em nenhum momento ele desrespeitou os direitos de ninguém. Quanto a não respeitar a adoção de crianças por famílias homossexuais “porque as crianças não podem escolher”…é uma imbecilidade monumental. Crianças filhas ou adotadas por heteros também não tem esse “direito”. Chega, basta desse patrulhamento LGBT e essa palhaçada de “politicamente correto”.  Aff, já encheu o saco! 

  5. Este senhor esta desconectado

    Este senhor esta desconectado da realidade.

    Perderá muitos clientes e a marca ficará por algum tempo associada e descriminação.

    Além de tudo é um péssimo vendedor.

    Perderá o cargo em pouco tempo.

     

    1. Só não poderei te acompanhar

      Só não poderei te acompanhar nesta empreitada, que queria muito, porque Barilla é muito caro.

      Pedir para o Barilla abrir uma fábrica no Brasil para baratear o macarrão que de fato é o melhor que existe, ainda mais agora, com o saborzinho de homofóbico arrependido, aí que delícia, me dá água na boca.

      Comer um macarrão, cujo dono da fábrica é supostamente um homofóbico, é o melhor custo benefício.

  6. Sobre os empresários homofóbicos

    Os homófobos em geral, e empresários homófobos em particular precisam entender que, ao atingir a comunidade gay, atraem contra si todos os segmentos progressistas e defensores dos direitos civis.  Barilla entendeu tarde demais esta verdade.

  7. Depois de uma declaração

    Depois de uma declaração fascista de um homofóbico, insensível, nunca mais vou comer Barilla, somente Renata, Adria e Luciana.

  8. Acho que ele ainda vai sair no lucro …

    … depende de quanto os italianos forem homofóbicos enrustidos; e, colegas, não confiem numa nação que elegeu Berlusconi por três vezes e elegeria uma quarta, se possível fosse.

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