Impeachment de Lula é improvável, mesmo chantageado por Arthur Lira, diz Helena Chagas ao GGN

Em entrevista ao programa TV GGN 20 Horas, Helena Chagas falou dos desafios de Lula com Lira no comando da Câmara

Fotos do Presidente Lula, Arthur Lira e Helena Chagas.
Foto: Reprodução:

Em entrevista exclusiva ao canal TV GGN, a jornalista Helena Chagas afirmou desacreditar que Arthur Lira (PP-AL) abrirá um processo de impeachment contra o presidente Lula (PT). Ela também comentou sobre a relação da grande mídia com o parlamentar.

Para ela, o projeto de reindustrialização e a expectativa de crescimento econômico garantem a vantagem ao petista. Se o governo apresentar resultados na economia, os ganhos são convertidos em popularidade, logo, “o Congresso muda da água para o vinho”, analisa Chagas. 

“Por isso ele [Lula] está nessa cruzada para baixar os juros, industrializar, distribuir renda, melhorar o nível de vida. Tudo isso pode não estar acontecendo agora, mas estamos com cinco meses de governo ainda.

Helena Chagas, jornalista e analista política

Apesar do otimismo, Helena lembra que Lula foi eleito sem a maioria no Congresso. Com isso, fica refém de Lira nas negociações. O “Centrão” personificado pelo atual presidente da Câmara pressiona pela aprovação de emendas em troca de votos para projetos de interesse do governo. Na prática, Helena defende que o modelo de emendas atual condiz ao conhecido como “toma lá dá cá”. 

“Você tem um comportamento da mídia que naturalizou o Lira e todas as suas atitudes. A chantagem que ele faz com o governo é vista com muita naturalidade pela grande maioria da imprensa. Ele está fazendo uma chantagem em troca de quê? De emendas.”

Parlamentarismo capenga

Durante o bate-papo, Luis Nassif e Helena Chagas entraram em consenso sobre o país viver um regime parlamentarista “capenga”, que une o pior do presidencialismo de coalizão e do parlamentarismo. 

“O Parlamento só tem os bônus, sem os ônus de governar. Então é muito fácil, e muito irresponsável”, confirmou Chagas. 

Parlamentarismo esse, disse ela, fomentado no governo Bolsonaro, que terceirizava a administração usando de subterfúgio o orçamento secreto.

“O Lira, por exemplo, não desengavetou nenhum dos cinquenta ou cem pedidos de impeachment que tinham contra o Bolsonaro. Por quê? Porque ele estava mamando ali nas tetas. Porque ele estava governando pelo Bolsonaro.”

Lira x Cunha

Helena também recordou da relação conturbada entre a ex-presidente Dilma Rousseff com o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que resultou em impeachment.

Para Helena, existiram diversos fatores que culminaram na destituição de Dilma, mas o embate com Cunha foi crucial. 

“Dizem que realmente brigar com o Eduardo Cunha foi o maior problema da Dilma. Ele na mesma hora desengavetou um pedido de impeachment.” 

E completou: “Pessoas do PT, e eu acho, que com certa a razão, dizem que ao brigar com o presidente super poderoso da Câmara, você corre riscos...”

Veja a entrevista completa na TV GGN: 

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5 Comentários

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  1. A sociedade brasileira é oligárquica. Ela só “respeita” rico. No máximo, se no governo, um militar de media patente pra cima. A Imprensa, o jornalismo em geral é esse comportamento maior ainda.
    Se observa isso nos comunicadores em geral; jornalistas em particular, Com a devidas a honrosa exceções, claro. A ELITE NACIONAL TEM PAVOR DE DEMOCRACIA.

  2. Lula, o estadista sul americano dos séculos 20 e 21, diferentemente do seu antecessor, cercou-se de inteligências. Quem observou os governos de Geraldo Alckmin em São Paulo, sabe o quanto ele sabe ser frio, objetivo, discreto, competente e cirúrgico no trato com os adversários. Sua única fraqueza talvez seja o excesso de confiança nos bajuladores próximos, o que já deve ter superado depois do “calço” que levou do Dória. Assim, o Lula pode viajar sossegado pelo mundo fortalecendo nossa visibilidade e negociações importantes, vez que, além do Alckmin pode contar ainda com um homem de peso: o Flávio Dino, que janta inimigos e palita os dentes com os seus ossinhos. Lira, portanto, que vá sonhando com o impeachment: quando acordar, sua panela de água morna já o terá fervido.

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