Outro episódio ilustrativo foi com o embaixador brasileiro na Argentina, Marcos Azambuja. A Dinheiro Vivo montou um seminário e convidamos Azambuja para analisar o Brasil.
É uma figura deliciosa, irônico, preparado, inteligente. Traçou um histórico sobre o que ele considerava os “azares do Brasil”: a doença de Figueiredo, a morte de Tancredo, a disputa para o mandato de cinco anos de Sarney, as loucuras de Collor. E parou por aí.
Escrevi uma coluna sobre a palestra do embaixador e, por minha conta, coloquei o último azar: Itamar Franco.
Estava em meu escritório à noite quando minha irmã Maria Inês telefona de Brasília:
– Lu, o Itamar mandou demitir o Azambuja por causa da sua coluna!
Fiquei louco. Imediatamente escrevi uma carta para Itamar, com cópia para Azambuja e mandei por fax. Nela dizia que era inteiramente minha a responsabilidade por incluir Itamar na lista de “azares” nacionais e que se Itamar quisesse descontar em alguém, que viesse para o meu lado, não do embaixador, que era inocente.
A demissão foi revogada.
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