Juiz chileno manda prender 15 oficiais da Força Aérea por crimes durante a ditadura

O juiz chileno Álvaro Mesa Latorre, do Tribunal de Apelação de Temuco (Chile), acusou 15 militares da Força Aérea de envolvimento no assassinato e tortura de opositores do golpe militar liderado pelo general Augusto Pinochet, em setembro de 1973. Segundo o juiz, os 15 militares estão envolvidos na execução sumária e posterior desaparecimento do médico Hernán Henríquez Aravena e do enfermeiro Alejandro Flores Rivera, no dia 2 de outubro de 1973, na Base Aérea Maquehue, nos arredores da cidade de Temuco, na região da Araucania, a 672 quilômetros ao sul da capital Santiago..

 Latorre acusou os oficiais de serem autores ou cúmplices dos crimes investigados e determinou sua prisão preventiva. Hernán Henríquez era o diretor do Serviço Nacional de Saúde das províncias de Malleco e Alejandro Flores Rivera era o presidente regional da Federação dos Trabalhadores na Saúde. As autoridades militares de Temuco emitiram dias depois das mortes um comunicado no qual informavam que ambos foram mortos durante uma tentativa de fuga com apoio externo e seus cadáveres enterrados. Até hoje, no entanto, não foi revelada a localização da sepultura.

Dos 15 acusados, 11 estão em prisão preventiva desde o dia 24. Advogados de defesa dos militares disseram que vão recorrer da prisão preventiva decretada pelo juiz, já que para eles “o processo tem mais caráter de vingança política”.Já para Joseph Beraud, um dos advogados que acompanha o processo, “o magistrado conseguiu comprovar a participação dessas pessoas”. Os militares também foram acusados pelo crime de tortura de outros três opositores à ditadura militar comandada por Pinochet: Jorge Silhi Zarzar, Víctor Painemal Arriagada e Sergio Riquelme Inostroza.

Emilio Sandoval Poo, um dos acusados, foi julgado à revelia e condenado a 15 anos de prisão em novembro de 2011 pela Justiça da França, pelo desaparecimento do sacerdote francês Étienne Pesle Menil, detido em Temuco em 1973.

Durante o governo militar, entre setembro de 1973 e 1990, milhares de chilenos morreram nas mãos de agentes do Estado, outros tantos continuam desaparecidos.

Redação

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