Moraes desiste de reunião com militares

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Encontro com ministro da Defesa estava programado para amanhã; cancelamento foi influenciado por “apuração paralela” dos militares

Foto: Nelson Jr./SCO/STF

As notícias em torno da apuração paralela que as Forças Armadas pretendem fazer no dia da eleição levaram o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a cancelar a reunião programada para amanhã com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira.

A equipe das Forças Armadas estava em preparação, uma vez que o encontro não estava previsto na agenda do ministro, mas uma confirmação extraoficial já havia sido encaminhada.

Segundo a jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, Moraes e Paulo Sérgio chegaram a trocar mensagens para tentar reduzir as tensões e reagendar tal encontro.

Um acordo estava em andamento entre o TSE, os militares e ministros do governo Bolsonaro, ao ponto de Moreira e Moraes terem se reunido no último dia 31, mas a revelação da apuração paralela interrompeu as tratativas.

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Os militares pretendem obter 385 boletins de urna (BUs) aleatoriamente para cruzar os dados compilados pelos militares com a apuração do TSE, sendo que os boletins seriam publicados ao público no site do tribunal ao final da votação. Contudo, só agora se soube da quantidade de boletins a serem obtidos.

A “guerra de narrativas” em torno do sistema eleitoral acabou por irritar Moraes, que também se irritou com a versão de que essa “apuração paralela” seria um privilégio militar.

“Não houve nenhuma alteração do que definido no primeiro semestre, nem qualquer acordo com as Forças Armadas ou entidades fiscalizadoras para permitir acesso diferenciado em tempo real aos dados enviados para a totalização do pleito eleitoral pelos TREs, cuja realização é competência constitucional da Justiça Eleitoral”, afirma o TSE em nota oficial.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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