Relação de Bolsonaro com a direita é ‘frágil’, diz pesquisadora

Em entrevista, cientista política diz que instabilidade federal afasta liberais do governo e que presidente aposta ‘todas as fichas’ no 07 de Setembro

Jair Bolsonaro
Foto: Marcos Correa/PR

Jornal GGN – A relação mantida entre o presidente Jair Bolsonaro e a chamada direita liberal tem se mostrado “muito fragilizada” por conta dos rumos da economia e a alta da inflação, e o cenário de instabilidade econômica acaba piorando as coisas.

A análise é da cientista política Camila Rocha que, em entrevista ao jornal O Globo, comentou que os militantes bolsonaristas mais radicais devem ir às ruas no dia 07 de Setembro, e Bolsonaro está “apostando todas as fichas nessa manifestação”.

“O núcleo duro do bolsonarismo, que a gente calcula ser entre 12% e 15% do eleitorado. Fazem parte de uma direita mais radical, mas há pessoas não necessariamente extremistas, que enxergam o STF como uma Corte mancomunada com a esquerda, que age para prejudicar o governo”, diz a cientista política.

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“Sentem que Bolsonaro acaba ficando pressionado por um Congresso corrupto e tem que ceder para continuar no poder. E tem um setor importante que é o das Polícias Militares, historicamente ignoradas politicamente tanto pela esquerda quanto pela direita. Elas têm demandas trabalhistas reprimidas e veem no Bolsonaro uma voz que pelo menos parece ecoar suas demandas”, ressalta Camila Rocha.

Para a cientista política, a nova direita brasileira começou a se formar durante o primeiro governo Lula, em meio ao escândalo do mensalão – e pode sair fortalecida em um cenário sem Bolsonaro. “Bolsonaro não deixa espaço nenhum para divergência, para pluralidade no campo das direitas. Ele demite as pessoas (que discordam dele), abandona aliados. Não é alguém com quem dá para compor. A permanência de Bolsonaro é fatal para a nova direita”.

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Redação

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