Retrofascismo e a Bomba Tecnológica

 

“Quem é duro consigo mesmo, também é com os demais” (Theodor Adorno)

Uma novidade ronda o início de século XXI: o Retrofascismo.Se o fascismo clássico foi uma reação à depresssão econômica e a humilhação do nacionalismo, o Retrofascismo atual é uma formação reativa contra a “bomba tecnológica”: o último espasmo do corpo diante do sestino da virtualização da carne. 

O que há em comum entre os fatos abaixo?


  • Vinte ciclistas atropelados intencionalmente numa mobilização do grupo Massa Crítica em Porto Alegre;
  • As recorrentes notícias de homossexuais agredidos na região da Avenida Paulista, São Paulo, por grupos de jovens;
  • Relatos crescentes de prática de bullying digital nas escolas  (criação de perfis falsos nas redes sociais que agridem ou difamam pessoas ou instituições);
  • Após os atropelamentos em Porto Alegre, o blog do movimento Massa Crítica vêm recebendo ameaças anônimas onde se elogia a ação do motorista que intencionalmente atropelou os ciclistas, lamentam não ter morrido ninguém e incentivam novos ataques;
  • Principalmente após as últimas eleições presidenciais, redes sociais foram invadidas por mensagens incitando o ódio aos nordestinos e invocando um suposto “orgulho paulista”.

Esses episódios parecem ser exemplos de um fenômeno novo que ronda o início de século: o Retrofascismo. O fascismo, que supostamente jamais voltaria a acontecer novamente, retorna como farsa, como uma forma latente de personalidade autoritária, como uma formação reativa à bomba tecnológica em plena era democrática. Uma formação reativa ainda à espera de uma tradução política para se tornar um Estado Fascista.

 

 

 

Luis Nassif

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