Desmonte do governo Bolsonaro às Mulheres ameaçará Ligue 180

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Em 2023, Bolsonaro destinou só 10% do que foi implementado em 2015 para as Mulheres.

Foto: Acervo Fenae

O desmonte do Orçamento do governo Bolsonaro na pasta de Mulheres para 2023 coloca em risco o Ligue 180, que atende mulheres vítimas de violência. A conclusão foi repassada pelo Grupo Técnico de Mulheres, na noite desta terça (29), à futura primeira-dama, Janja Lula da Silva.

Janja foi convidada a participar da reunião nesta terça, repassando à primeira-dama eleita os problemas detectados na pasta, incluindo a falta de recursos para o ano que vem.

Os números do desmonte

Enquanto o GT de Mulheres já havia identificado o desmonte no setor nos últimos 4 anos -quando o governo Bolsonaro destinou mais recursos para a pasta, R$ 116 milhões em 2021, as quantias sequer foram usadas-, para 2023 o cenário é ainda mais crítico.

Ao todo, Jair Bolsonaro deixou para política para Mulheres R$ 23 milhões: R$ 13 milhões destinados à Casa da Mulher e outros R$ 10 mi pulverizados em milhares de outras ações, que sofrerão desmonte.

Ameaça ao Ligue 180

Uma das coordenadoras do grupo, Roseli Faria, vice-presidente da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento, relatou que para 2023 haverá somente 10% dos recursos que foram disponibilizados este ano para o Ligue 180.

“No primeiro quadrimestre de 2023, teria que descontinuar o serviço [Ligue 180]. Hoje, a gente tem R$ 22 milhões em orçamento de 2022. Para o ano que vem eles previram R$ 3 milhões”, contou.

Políticas para mulheres terão 10% do que tiveram em 2015

Outras políticas para as mulheres também serão impactadas, como ações de promoção da igualdade, autonomia econômica e as chamadas ações finalísticas. De acordo com a ex-ministra Eleonora Menicucci, em 2023 a pasta terá somente 10% do Orçamento de 2015.

Durante a reunião com o GT, Janja confirmou que “não há nenhuma dúvida” que o Ministério das Mulheres será recriado. “O Ministério terá um papel fundamental de propor políticas e de articulação para que as políticas públicas aconteçam”, disse a futura primeira-dama.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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