Mais sobre a obra de Paulo Freire

Por João Amós

Profunda análise crítica sobre a obra de Paulo Freire, fazendo um balanço de sua influência em todo o mundo. O autor argumenta que o sucesso do pedagogo brasileiro se deve ao fato de “Pedagogia do Oprimido” ter sido publicada originalmente em inglês, nos Estados Unidos, graças a um pastor presbiteriano ligado à Teologia da Libertação. E observa que uma das passagens mais revolucionárias do livro, em que Paulo Freire defende explicitamente as execuções sumárias praticadas por Che Guevara, foi atenuada na tradução para o inglês. Para o autor do artigo, Paulo Freire fundou a “autoajuda marxista”, daí o seu sucesso.

Do Jornal Opção

O brasileiro que elegeu Obama

Considerado internacionalmente o “Rousseau do século 20”, o “Patrono da Educação Brasileira” faz jus à comparação — ele transformou a escola numa selva e o aluno no “bom selvagem”

Paulo Freire está para o marxismo como Erasmo Carlos para o
heavy metal: estilizado, pode entrar nas casas sem ninguém
precisar esconder as criancinhas

José Maria e Silva

Paulo Coelho, digo, Paulo Freire é um dos intelectuais brasileiros mais famosos em todo o mundo. Sua obra é estudada em mais de 90 países, em todos os continentes, integrando uma rede internacional de discípulos sob a liderança do Instituto Paulo Freire, fundado em 1992 em São Paulo. Para se ter uma ideia do imenso prestígio do pedagogo brasileiro, no ano passado, em Roterdã, na Holanda, foi lançado mais um livro integralmente dedicado a sua obra. Trata-se de “Paulo Freire: Rousseau of The Twentieth Century” (“Paulo Freire: Rousseau do Século 20”), do indiano Asoke Bhattacharya, professor da Universidade de Calcutá. O alentado estudo de 324 páginas, ainda sem tradução para o português, integra uma série de obras sobre educação de adultos editada por um consórcio de 12 universidades da Inglaterra, Estados Unidos, Egito, Canadá, África do Sul, Portugal, Espanha, Nova Zelândia e Finlândia, sob a direção de Peter Mayo, professor da Universidade de Malta, na desenvolvida República de Malta, localizada no Medi­terrâneo, próximo à Itália.

E a carreira internacional de Paulo Freire não começou a­gora. Seu mais famoso livro, “Pedagogia do Oprimido”, foi publicado primeiramente em inglês já em 1970, com o título “Pedagogy of the Oppressed” e prefácio do teólogo presbiteriano Richard Shaull (1919-2002), um dos próceres da Teologia da Libertação, que se tornou padrinho da obra de Paulo Freire nos Estados Unidos, conseguindo inclusive tradutor para ela no seio de sua igreja. Passados somente dois anos, em 1972, a Editora da Uni­versidade de Siracusa, fundada em 1870 em Nova York, publicou um livro totalmente dedicado ao pedagogo brasileiro, organizado por Stanley Grabo­wski, com o título “Paulo Freire: A Revolutionary Dile­mma for the Adult E­ducator” (“Paulo Freire: Um Dilema Revolu­cionário para o Educador de Adultos”). Desde então, a obra de Paulo Freire ganhou definitivamente o mundo, tanto que, em 2000, a Editora Conti­nuum, de Nova York, com filial em Londres, publicou uma edição comemorativa dos 30 anos de “Pedagogia do Opri­mi­do”, que já havia ultrapassado na época a marca de 750 mil exemplares vendidos em todo o mun­do, chegando a 1 milhão de exemplares, segundo estimativas recentes.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Hussein Obama, devia erguer uma estátua para Paulo Freire no centro de Washington DC. É possível que se não fosse o pedagogo brasileiro ele jamais chegaria ao cargo mais importante do planeta. Assim como as universidades brasileiras, sob a influência do pensamento de Paulo Freire, foram decisivas na criação do mitológico político Lula a partir do sindicalista Luiz Inácio da Silva, as universidades norte-americanas, sob a influência do pedagogo brasileiro e de pensadores franceses, tornaram Barack Obama palatável ao criar uma geração de estudantes com cabeça de Terceiro Mundo, obcecada com a Revolução e incapaz de se enxergar no antigo “sonho americano”. A exemplo do que ocorre nas universidades brasileiras, os departamentos de humanidades dos Estados Unidos são um centro de doutrinação marxista, que, na área de pedagogia, dedicam especial devoção a Paulo Freire — saudado por Stanley Grabowski, já em 1972, como “um profeta mais do que revolucionário”, que propôs, no entanto, uma “pedagogia da revolução”.

Arruinando escolas

Nos Estados Unidos há cerca de 1.400 escolas de educação responsáveis pela preparação dos professores que lecionam para a maioria dos alunos do ensino fundamental e médio. Estima-se que cerca de 70% dos 3 milhões de professores de escolas públicas do país passaram por essas instituições como universitários. Em 2003, David Steiner, professor da Universidade de Boston, e Susan Rozen, diretora de Leitura e Alfabetização das escolas públicas de Bedford, em Massa­chusetts, resolveram investigar que tipo de formação era ministrada aos futuros professores. Escolheram 16 escolas de educação — 14 das quais estavam entre as 30 melhores instituições do país — e fizeram um exaustivo estudo do currículo de cada uma delas. Constataram que Paulo Freire, com sua “Pedagogia do Oprimido”, era presença indefectível no currículo dessas instituições, juntamente com outros pedagogos marxistas, como Henry Giroux, que, por sinal, tem uma obra pedagógica claramente influenciada por Paulo Freire.

Quando se associam esses dados aos fatos apresentados por Roger Kimball no livro “Radicais nas Universidades” (Editora Peixoto Neto, 2009), em que critica os “batalhões de adeptos das teorias de gênero-raça-classe que hoje dominam a discussão nas universidades”, impondo a “sovietização da vida intelectual”, fica claro porque a obra de Paulo Freire continua cada vez mais influente nos Estados Unidos, irradiando-se de lá para o resto do mundo e causando indignação em seus críticos. Um desses críticos é Sol Stern, 77 anos, pesquisador sênior do Manhattan Institute, que, em abril de 2009, publicou na revista “City” o artigo intitulado “Pedagogy of the Oppressor” (“Pedagogia do Opressor”), em que afirma que uma das razões pelas quais as escolas norte-americanas são tão ruins “é a influência em curso do marxista brasileiro Paulo Freire”.

Sobre “Pedagogia do Opri­mido”, Stern observa, certeiro, que Freire não está interessado na tradição ocidental da educação e, em vez de dialogar com os clássicos sobre o tema, prefere ancorar sua obra em revolucionários — Marx, Lenin, Mao, Che Guevara e Fidel Castro — e intelectuais radicais — Frantz Fanon, Régis Debray, Herbert Marcuse, Jean-Paul Sartre, Louis Althusser e Georg Lukács. O crítico não chega a fazer essa afirmação, mas a verdade que, com esse cardápio de revolucionários, Paulo Freire transforma as escolas numa selva anticapitalista e o aluno no “Bom Selvagem” da revolução. Por isso, Stern indaga: “Como é que este derivativo, um livro antiescolar sobre opressão, luta de classes, depredações do capitalismo e a necessidade de uma revolução pode ter sido confundido com um tratado sobre educação capaz de ajudar a resolver os problemas do século 21 nas escolas dos centros urbanos norte-americanos?”

Para Stern, a inclusão de Paulo Freire no currículo das universidades dos Estados Unidos só se explica pela política, não pela ciência. Ele observa que, durante a década de 70, os veteranos dos movimentos estudantis arriaram os cartazes de protesto e iniciaram sua “longa marcha através das instituições”, tornando-se professores e levando seu radicalismo político para as humanidades, que passaram a professar o marxismo, o feminismo e as lutas raciais. Como Paulo Freire havia declarado que não existe educação neutra, Stern observa que essa afirmação se tornou um mantra para os professores de esquerda, que passaram a utilizá-la para justificar seu proselitismo. Prova disso é que Peter McLaren, professor da Universidade da Califórnia, tem até um livro intitulado “Che Guevara, Paulo Freire, and the Pedagogy of Revolution” (Che Guevara, Paulo Freire e a Pedagogia da Revolução”), saudado com entusiasmo por professores de várias universidades norte-americanas.

Fabricando a própria lenda

Para se entender o imerecido sucesso mundial de Paulo Freire é preciso retornar à sua trajetória em Pernambuco, Estado onde nasceu em 1921 na cidade de Jaboatão. Filho de Joaquim Temístocles Freire, capitão da Polícia Militar, e da bordadeira Edeltrudes Neves Freire, o futuro patrono da educação brasileira pertencia à classe média, tanto que sua família possuía em casa um piano alemão, em que uma tia tocava Chopin, Beethoven e Mozart. Com a morte do pai aos 13 anos, o poder aquisitivo de sua família caiu e ele iria se lembrar — muito provavelmente projetando no passado sua lenda presente — que foi nessa época que estabeleceu contato mais estreito com os filhos dos operários, o que teria contribuído para mudar sua visão de mundo. Tornou-se professor de português e, aos 22 anos, entrou na Faculdade de Direito. No ano seguinte, casou-se com a professora primária Elza Maria Costa Oliveira, com quem teve cinco filhos e, ao mesmo tempo em que foi intensificando sua dedicação ao magistério, desistiu da carreira jurídica.

Em seus conhecidos diálogos com o discípulo norte-americano Ira Shor e em outras reminiscências ao longo da vida, Paulo Freire romantiza o passado, sempre insinuando que seu pensamento é uma espécie de fruto da árvore da vida, que aprendeu a colher na sábia e amorosa convivência com os deserdados à luz dos escritos revolucionários ou da experiência concreta de um Che Guevara, um Mao Tsé-Tung, um Amílcar Cabral. O próprio Karl Marx — divindade que permeia toda sua obra e a obra de seus discípulos — praticamente não aparece de modo concreto em seus escritos. No diálogo com Ira Shor, Paulo Freire conta que aprendeu sobre capitalismo “concretamente” vivenciando o contraste entre milionários e famintos e ironiza “alguns marxistas muito bons que nunca tomaram café na casa de um trabalhador”. Mas, apesar das acertadas farpas contra os nocivos sabichões em marxismo, ele não parece muito honesto ao dizer: “Comecei a ler a realidade através de uma explicação histórica dessas condições e depois estudei cientificamente Marx, capitalismo e economia”. Se estudou, não parece, pois seu marxismo é de autoajuda.

E talvez seja essa a grande razão do sucesso mundial de Paulo Freire. O especialista em marxismo costuma ser sempre presunçoso, às vezes cínico, irremediavelmente chato. Marx é filho do positivismo e cultivava aquela crença pernóstica no enciclopedismo científico, que tende a ser árido para a maioria dos mortais, isso quando não os ofende com sua fé racionalista. Além disso, o marxismo cria inimigos não só à direita, mas também à esquerda, como mostram as incontáveis seitas em que se divide a Igreja Universal do Reino de Marx, presente em todas as universidades do mundo. Já o pedagogo brasileiro não corre esse risco. É difícil odiá-lo, tanto que a mínima crítica à sua obra desperta a fúria uníssona de seus mais dispares seguidores, que vão de espiritualistas a materialistas, de pacifistas a terroristas, de extremistas a centristas — graças à linguagem melíflua com que o autor de “Pedagogia do Oprimido” soube revestir a violência originária do marxismo, exacerbada por Lenin, o precursor de Hitler. Paulo Freire está para o marxismo assim como Erasmo Carlos está para o heavy-metal — é um marxista estilizado, de salão, que pode entrar nas casas de família sem que seja preciso esconder as criancinhas.

Banho de sanguecor-de-rosa

Entretanto, “Pedagogia do Oprimido” é uma apologia da violência travestida de poema em prosa em louvor dos desvalidos. Neste livro que consagrou Paulo Freire, Lenin é o mentor intelectual que fornece o método da revolução, Mao Tsé Tung é o pedagogo da práxis que guia as massas e Che Guevara salta de suas páginas como um novo Jesus Cristo, demonstrando “grande humildade”, expressando-se numa “linguagem evangélica” e vivendo em “comunhão com o povo”. Todavia, esse Santo de Sierra Maestra descrito por Paulo Freire, tão logo se tornou comandante nomeado por Fidel Castro, destacou-se pela crueldade. Ao saber que um jovem guerrilheiro de sua coluna, premido pela fome, havia roubado um pouco de comida, Che Guevara determinou que fosse imediatamente fuzilado sem qualquer arremedo de julgamento. Che louvava “o ódio eficaz que faz do homem uma eficaz, violenta, seletiva e fria máquina de matar”. E, diante de seu fuzil justiceiro, não tombavam apenas os antigos esbirros de Fulgêncio Batista (brando ditador quando comparado com o que veio depois), mas também os pobres camponeses pegos nesse fogo cruzado e acusados de traição à causa revolucionária.

Paulo Freire sabia disso e procura justificar a matança transmutando o banho de sangue cubano numa espécie de revolução cor-de-rosa. Primeiro diz que a liderança revolucionária precisa confiar nas massas “a quem não pode tratar como objetos de sua ação”. Depois, ressalva que, mesmo confiando que as massas “são capazes de se empenhar na busca de sua libertação”, diz que o líder revolucionário “há de desconfiar, sempre desconfiar, da ambiguidade dos homens oprimidos”. E justifica: “Desconfiar dos homens oprimidos não é propriamente desconfiar deles enquanto homens, mas desconfiar do opressor hospedado neles”. Pronto! Com esse salto ôntico, Paulo Freire destitui o oprimido de sua natureza humana e, transformando-o em mero hospedeiro de seu opressor, autoriza o revolucionário a tirar-lhe a vida em nome do combate à opressão. E, para arrematar, Paulo Freire defende as execuções sumárias com estas palavras assassinas: “A revolução é biófila, é criadora de vida, ainda que, para criá-la, seja obrigada a deter vidas que proíbem a vida”.

Sempre que leio ou releio a obra de Paulo Freire, vem-me à mente a comparação que o sociólogo francês Alain Besançon faz entre comunismo e nazismo no livro “A Infelicidade do Século” (Editora Bertrand Brasil, 2000). Para Besançon, o comunismo consegue ser pior do que o nazismo, pois é o Mal que se disfarça de Bem, julgando-se capaz de sobreviver moralmente a uma montanha de 100 milhões de cadáveres. “O comunismo é mais perverso que o nazismo porque ele não pede ao homem que atue conscientemente como um criminoso, mas, ao contrário, se serve do espírito de justiça e de bondade que se estendeu por toda a terra para difundir em toda a terra o mal. Cada experiência comunista é recomeçada na inocência” — afirma Alain Besançon. E suas palavras servem para descrever a obra de Paulo Freire e seus discípulos, como Moacyr Gadotti, uma espécie de “João Evangelista”, o apóstolo predileto dessa seita pedagógica, que ainda hoje considera Lênin e Mao como “grandes pedagogos da humanidade”.

De Robespierre a Rousseau

É difícil entender como Paulo Freire foi aceito nas grandes nações democráticas com uma obra que defende revoluções sangrentas e execuções sumárias. Vários fatores explicam essa anomalia, além do marxismo de autoajuda que disfarça a violência de sua obra. Paulo Freire tornou-se o Paulo Coelho do marxismo porque o Conselho Mundial de Igrejas — que lhe abriu as portas dos Estados Unidos, depois do exílio no Chile de Eduardo Frei — também lhe deu um salário digno, uma casa confortável e total liberdade em Genebra, na Suíça, para que desenvolvesse sua “lenda pessoal” de “Pedagogo dos Oprimidos”, viajando pelo mundo para apoiar ditaduras revolucionárias. As feministas, os gays, os negros e outros profissionais de passeata que hoje responsabilizam a Igreja por todos os males do mundo precisam lembrar-se disso. Precisam reler também um artigo do filósofo Roberto Romano, publicado na “Folha de S. Paulo”, em 19 de março de 1990, em que Paulo Freire aparece flertando com o Reverendo Moon apenas para fazer média com seus pares de Unicamp. Adianto: não tenho nada especialmente contra Moon, mas Paulo Freire devia ter já que não hesita em justificar a morte de quem defende o capitalismo.

Outro fator pode explicar a aceitação de Paulo Freire em países democráticos: a sua linguagem metafórica, sempre vazia, que fala em contexto do educando, mas despreza a geografia concreta; que deifica a história, mas submerge o aluno num eterno presente; que entoa a cantilena dos “oprimidos” e “opressores”, mas jamais dá nomes aos bois, para evitar oposição acirrada. Em Paulo Freire, a recorrente ambiguidade — mais pueril do que instigante — faz de sua obra uma pedagogia-esponja, que tanto serve para referendar a violência quanto para pregar a paz, depende apenas das idiossincrasias de quem a lê. Graças a essa ambiguidade, Paulo Freire conseguiu ser idolatrado pelos inimigos do capitalismo ao mesmo tempo em que sempre foi financiado pelos capitalistas, começando por sua primeira experiência de alfabetização de adultos em Angicos, no interior do Rio Grande do Norte, que teve financiamento direto do governo dos Estados Unidos, por intermédio do acordo MEC-Usaid, envolvendo o Ministério da Educação brasileiro e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, criada em 1961 pelo presidente John Kennedy e historicamente demonizada no Brasil pela esquerda acadêmica.

É provável que o jogo vazio de palavras a que recorre com muita frequência em toda a sua obra beneficie Paulo Freire em outras línguas. Como já se viu, ao justificar as execuções sumárias em Cuba, na China e em outros países comunistas, Paulo Freire valeu-se de um jogo de palavras que suaviza o teor homicida de seu pensamento: “A revolução é biófila, é criadora de vida, ainda que, para criá-la, seja obrigada a deter vidas que proíbem a vida”. Em “Pedagogy of the Opressed”, na tradução da norte-americana Myra Bergman Ramos (mulher do brasileiro Jovelino Ramos, ligado à Teologia da Libertação e exilado durante o regime militar), essa frase aparece assim: “The revolution loves and creates life; and in order to create life it may be obliged to prevent some men from circumscribing life”. O que, em livre tradução, pode ser: “A revolução ama e cria a vida; e a fim de criar a vida pode ser obrigada a impedir que alguns homens circunscrevam a vida”. Reparem a diferença abissal: o que era uma defesa explícita da execução sumária dos inimigos da revolução desaparece no texto em inglês, restando uma forma atenuada de combate ao inimigo, que sugere, no máximo, sua prisão. É o Robespierre brasileiro transformado no Rous­seau do mundo. 

Luis Nassif

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