“Vamos fazer uma revolução”, diz Sottili sobre programa de Educação em Direitos Humanos

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Vídeo e edição: Pedro Garbellini
 
Projeto que nasceu na cidade de São Paulo ensina professores a ensinar seus alunos sobre respeitar a todos e as diferenças. E o Ministério da Educação adotou a ideia
 
https://www.youtube.com/watch?v=F5ozWP4TaD4&feature=youtu.be width:700 height:394]
 
Jornal GGN – É possível ensinar valores na escola? E é possível não ensinar? É possível ensinar, na escola, a respeitar a todos? E a não respeitar a todos? Essas são algumas das perguntas que estimularam o início do programa “Respeitar é Preciso!”. Começou como uma formação para professores da rede de ensino da cidade de São Paulo, pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania e pelo Instituto Vladimir Herzog, e conquistou o Ministério da Educação do Governo Federal. 
 
Pouco mais de 600 educadores de São Paulo, junto com o Instituto Vladmir Herzog, mapearam as principais violações de direitos humanos ocorridas no ambiente escolar. O resultado foi a elaboração de cinco livros que orientam como tratar o assunto dentro das salas de aula. Além do acompanhamento mensal do Instituto, esses educadores multiplicaram seus conhecimentos para mais de mil professores da cidade.
 
“Nosso trabalho em Direitos Humanos é o menos visto, o que menos a imprensa vê e, para mim, é o mais importante. É através da educação que a gente enfrenta a cultura de violência”, afirmou o secretário-adjunto da SMDHC, Rogério Sottili, em entrevista ao GGN
 
Reprodução do material didático de "Respeitar é preciso!"
 
Em uma das visitas ao Centro de Educação em Direitos Humanos, no CEU Jardim Paulistano, na zona norte de São Paulo, Sottili conta que se deparou com um grupo de 60 professores, orientadores pedagógicos e diretores, em uma roda de conversa, depois de assistir a um curta-metragem sobre LGBT, discutindo entre eles como trabalhar a questão de gêneros e homofobia com os seus alunos. 
 
“O trabalho é lindo!”, disse. “Eu entrei devagar, ninguém viu, fiquei lá atrás escutando, eu me emocionei. Nós vamos fazer uma revolução na cidade. É lindo, isso revoluciona! A cidade, a educação, as pessoas, porque se trabalha com o aluno, trabalha com a família, com a comunidade, e isso é o Respeitar é preciso!”, afirmou o secretário.
 
A homofobia e a transfobia fazem parte do terceiro livro do curso, “Igualdade e Discriminação”. Há, ainda, a “Democracia na Escola”, “Respeito e Humilhação”, “Sujeitos de Direitos”. 
 
Reprodução do material didático de "Respeitar é preciso!"
 
Dessa visita, Sottili acreditou que seria preciso apresentar a ideia ao Ministério da Educação. No dia 31 de julho, o secretário-adjunto encontrou-se com o ministro Renato Janine, para falar sobre a importância das ações de Educação em Direitos Humanos e do desejo de transformar o material pedagógico em um programa nacional, levando a formação para todo o país.
 
Janine mobilizou a equipe de Educação em Direitos Humanos do Ministério e fecharam a parceria do MEC com o “Respeitar é Preciso!” como programa federal, com a proposta inicial de levar a formação para professores de 150 municípios selecionados como focos do Brasil. 
 
“Está ainda em processo final de construção interna do Ministério e estamos torcendo. Se tudo der certo, no dia 21 [de setembro agora, eu fui convidado pelo MEC para participar de um Seminário com municípios de todo o Brasil de Educação, que é para apresentar esse projeto”, adiantou Sottili ao GGN. “Eu gostaria muito de poder não só apresentar, mas anunciar junto com o MEC a adoção desse programa como programa federal”, disse.
 
Reprodução do material didático de "Respeitar é preciso!"
 
 
A seguir, os livros disponibilizados na íntegra:

 

   ORIENTAÇÕES GERAIS

 

 

 

   DEMOCRACIA NA ESCOLA 

 

 

 

   IGUALDADE E DISCRIMINAÇÃO

 

 

 

   RESPEITO E HUMILHAÇÃO 

 

 

 

   SUJEITOS DE DIREITOS 

 

 

Confira abaixo a proposta preparada pela Coordenação de Educação em Direitos Humanos da SMDHC sobre o “Respeitar é Preciso!”:
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

7 Comentários

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  1. Parabens secretario,
    Diante

    Parabens secretario,

    Diante de tanta estupidez que estamos vendo, alguem pensar e trabalhar em direitos humanos, nos da esperança que nem tudo esta perdido.

     

  2. Desrespeito

    O maior desrespeito é não ensinar! A base comum curricular proposta pelo MEC, na disciplina de biologia do ensino médio ignora a automedicação; o uso e abuso de álcool e drogas ilícitas; e a cultura ao corpo (excesso de cirurgias plásticas). Ninguém é contra ensinar direitos! Porém, o estado, por uma posição ideológica, não pode deixar de ensinar o que é importante para toda a sociedade, e não apenas parte dela!

    1. matemática, língua, biologia,

      matemática, língua, biologia, história, etc.    tudo isso se pode aprender em casa, mas respeito aos direitos humanos só pode ser na escola

  3. “Vamos fazer uma revolução”,

    “Vamos fazer uma revolução”, diz Sottili sobre programa de Educação em Direitos Humanos

    … chega de tanta revolução do lulopetismo no poder, quanta revolução que não acaba mais…

    o povo já está cansado de tanta revolução de papel y tinta em seu nome santo em vão

    queremos uma Revolução de Veludo: “Sabe, eu quero um presidente enfadonho”,

    disse-me um importante jornalista independente. “E quero viver num país enfadonho”.

    VOLTA ITAMAR! queremos um governo arroz com feijão e pão de queijo fresquinho!

     

  4. As matérias básicas como a

    As matérias básicas como a lingua portuguesa, matemática, física biologia e etc, são necessárias para formação de pessoas com qualificação profissinal. Quanto á ética e ao respeito as diferenças fazem parte matérias fundamentais para formação do cidadão.

  5. CIDADANIA

    TEMA É RELEVANTE, diante da deformação curricular imposto no passado. Primeiro adotaram uma tal de Educação moral e Civica de conteudo patetico, uma imposição de mão unica, onde só era ensinado obrigações e nenhum direito. Posteriormente inovaram com OSPB- Oganização Social e Politica Brasileira, mudaram o nome da disciplina, mas praticamente o mesmo conteudo.

    Interessante a proposta desde que adaptada a novas realidades, onde os direitos sejam apresentados, e as obrigações derivadas dos direitos. Confecções de regimentos pelos proprios estudantes, diversicados e especificos para cada atividade, tipo funcionamento das aulas, avaliações, atividades recreativas, esportivas, etc., etc.,

    Fui professor de ensino medio, e a melhor regra e a elaborada pelos usuarios.

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