Mulheres, homens e chefias

Por Paulo F.

Do Jornal da Tarde

Mulher prefere chefe homem

GISELE TAMAMAR

A grande maioria das mulheres prefere ter chefe homem. É o que mostra pesquisa feita pela empresa de recrutamento Trabalhando.com Brasil com 1.155 profissionais — 832 mulheres e 323 homens. Do total de entrevistadas, 82% têm preferência por chefes do sexo oposto por acharem eles mais práticos e racionais. Por outro lado, as profissionais consideraram chefes mulheres como temperamentais e autoritárias.

As demais entrevistadas (18%) têm as gestoras como favoritas por avaliarem que elas são mais compreensivas e rápidas, além de considerarem os chefes de sexo masculino mais estressados.

Já no caso dos homens, a situação é mais equilibrada: 43% deles têm nas mulheres as chefes prediletas por elas serem mais compreensivas e delicadas. Já os outros 57% preferem ser liderados por homens porque acreditam que eles são práticos e racionais.

Para o diretor-geral da Trabalhando pontocom Brasil, Renato Grinberg, a principal explicação para o cenário é que as pessoas têm resistência a mudanças. “Quando pensamos em grandes líderes, pensamos em figuras masculinas. À medida que mais figuras femininas, como a presidente Dilma Rousseff, despontem, essa situação vai ficando mais natural”, afirma.

Na avaliação de Gilberto Guimarães, coordenador do EDP (pós-MBA) em liderança da HSM Educação, o fato de mulheres não gostarem de ter gestores do mesmo sexo pode ser justificada por quatro pontos. O primeiro é comportamental. Elas são vistas como mais sentimentais e mais passíveis de serem convencidas. Mas para chegar ou atuar em cargos de chefia, elas procuram controlar ou reprimir esse tipo de comportamento para que não sejam vistas como “coração mole” e acabam adotando posturas mais rígidas.

O segundo fator envolve o lado psicológico. Existe uma relação de desejo da posição do outro. Quando a mulher tem um chefe homem a justificativa pode ser que ela não é gestora porque naquela empresa líderes precisam ser homens. Mas quando a chefe é mulher, não existe esse motivo. O terceiro ponto é que ao longo da vida a sociedade está habituada a ter em casa uma figura de autoridade masculina. Quando se distorce essa imagem, as pessoas podem ter dificuldades de aceitar. Já o quarto quesito envolve a carreira. A presença da mulher no mundo corporativo é recente, com poucas delas disputando uma vaga, o que cria uma disputa maior.

Para a sócia-diretora da FM Consultores e professora do Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM, Fátima Motta, dois fatores podem estar relacionados à preferência. O primeiro é que algumas pessoas reconhecem a liderança e o poder na figura masculina. A outra situação é quando líderes mulheres utilizam o modelo masculino e se perdem na liderança.

“São mulheres que não usam a força feminina para liderar e acabam sendo pouco assertivas, perdem o foco e o equilíbrio emocional”, explica a professora.

Após ter experiências com gestores de ambos os sexos, a securitária Suzana Dente, de 35 anos, dis preferir ser comandada por um homens. “A mulher entra em disputa com as demais. Os homens são mais objetivos, mais práticos na vida profissional.”

Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador