Acordo da Fiocruz deve baratear custos de terapias gênicas em até 90%

Parceria com a Caring Cross vai permitir a produção nacional de células modificadas para o combate de doenças complexas, como câncer e aids

Crédito: Tomaz Silva/ Agência Brasil

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou, nesta terça-feira (26), acordos para iniciar sua Estratégia para Terapias Avançadas, a fim de baratear o tratamento de pacientes com doenças oncológicas, infecciosas e genéticas atendidos pelo SUS.

A partir do acordo com a Caring Cross, instituição norte-americana que financia o desenvolvimento de medicina avançada, a transferência da tecnologia para a produção de células CAR-T e vetores lentivirais possibilitará a redução de custos dos tratamentos em até 90%. 

Crédito: Reprodução/ X Fiocruz

Atualmente, o custo da terapia CAR-T gira em torno de US$ 700 mil (cerca de R$ 3,5 milhões), uma vez que as duas doses necessárias para a terapia são importadas. Mas, uma vez produzida pela Fiocruz, este custo deve cair para R$ 350 mil.  

Assim como a CAR-T, as terapias gênicas são realizadas a partir da manipulação dos genes para o combate de doenças como o câncer, autoimunes, aids e síndromes genéticas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o tratamento de 15 doenças a partir do novo protocolo. 

Crédito: Reprodução/ X Fiocruz

O grande entrave da popularização das terapias gênicas é o alto custo. A alteração das células do paciente para neutralizar tumores custa em torno de R$ 2 milhões, inviabilizando o acesso dos pacientes oncológicos tanto na rede privada quanto na pública, apesar dos resultados promissores, por exemplo. 

Nos próximos cinco anos, o governo deve investir entre R$ 4 bilhões e R$ 14,5 bilhões em terapias gênicas por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a orientação é que as terapias sejam desenvolvidas pela Fiocruz para o SUS.  “Essa não é apenas uma terapia importantíssima e inovadora. Há uma redução, em dez vezes, do custo dos tratamentos hoje disponíveis. O que significa multiplicar por dez o acesso a essa terapia.”

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Camila Bezerra

Jornalista

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