“Brasil precisa de um centro de combate a novas epidemias”, diz pesquisadora

Pandemia de Covid-19 custou US$ 6,3 trilhões à economia mundial, mas prevenção reduz os gastos, defende Ester Sabino, da FM-USP

Crédito: Léo Ramos/ Revista Pesquisa Fapesp

A professora Ester Sabino, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), defendeu a criação urgente de um centro de vigilância nacional de epidemias que integre dados de todos os Estados brasileiros. 

A declaração fez parte da apresentação de Ester na Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (CECTI), realizada na última quinta-feira (7), em São Paulo.

Diante da epidemia de dengue, a pesquisadora e docente defende que o país monitore o risco de surgirem novas epidemias e a recorrência de doenças como dengue, zika, febre amarela e Covid-19.

“O Brasil é um dos poucos países do G20 que não têm uma instituição desse tipo. Precisamos pensar em um sistema robusto e unificado de vigilância. O surgimento de novos agentes infecciosos está ocorrendo de modo mais frequente e as epidemias têm custos humanos e econômicos enormes. Todos sabemos o custo da Covid-19, houve uma retração de US$ 6,3 trilhões na economia mundial. O custo de todas essas ações para tentar prevenir é sempre muito menor”, afirmou Sabino, que coordena o Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (Cadde), financiado pela FAPESP e pela agência britânica de fomento à pesquisa em saúde Medical Research Council.

A pesquisadora explicou que as infecções emergentes – doenças infecciosas novas ou identificadas recentemente – são um grande risco global, cuja incidência tem aumentado. Nas últimas décadas, mais de 30 mil patógenos foram descobertos, sendo 60% das novas doenças transmitidas por animais (zoonoses).

“Sabemos que existe essa conexão entre saúde e natureza, no entanto, cada área de pesquisa é tão separada que fica difícil criar uma política. Na questão de vigilância, eu priorizaria a questão da água. É na água que estão compostos químicos e microrganismos que podem afetar a nossa saúde e a dos animais”, explicou a pesquisadora.

*Com informações da Agência Fapesp.

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Camila Bezerra

Jornalista

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