Ministério da Saúde instala comitê para administrar hospitais do Rio de Janeiro

Prejuízo com o desperdício apenas de próteses ortopédicas ultrapassa os R$ 20 milhões; hospitais têm alas fechadas por falta de manutenção

Crédito: Sindsprev/RJ

O Ministério da Saúde instalou um comitê para assumir a gestão de seis hospitais federais no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (18), após denúncia exibida pelo Fantástico sobre a precarização do atendimento à população e má gestão de insumos que resultaram em perdas de mais de R$ 20 milhões. 

Segundo a pasta, o comitê deve atuar por pelo menos 20 dias junto à direção de cada hospital, com o objetivo de melhorar a governança e o diálogo entre servidores, sindicatos e gestores.

Já os processos de aquisição de medicamentos e insumos e de contratação de obras ficarão sob a responsabilidade do ministério, para aumentar o poder de negociação da pasta e prevenir desperdícios.

Além da gestão, os hospitais contarão com a reabertura de 300 leitos, inauguração de duas novas unidades, contratação de 294 profissionais e aquisição de equipamentos para tratamentos de alta complexidade. 

Segundo Cristiane Gerardo, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Sindsprev/RJ), a atual situação dos hospitais resulta de uma política de anos de desmonte e sucateamento. No Hospital Cardoso Fontes, por exemplo, uma obra no telhado não foi finalizada. 

“Quando você tem uma chuva forte, inunda o hospital e paralisa todo o sistema de maquinário, os elevadores, inunda o almoxarifado, estraga o estoque de produtos. E depois os servidores são acusados de não terem responsabilidade sobre essas obras estruturais, de serem suspeitos e incompetentes”, disse Cristiane.

Entenda o caso

As seis unidades dos hospitais federais do Rio de Janeiro são referências no atendimento de alta complexidade. Oncologia, cardiologia e transplantes são algumas das áreas atendidas. 

Porém, nas unidades foram encontrados aparelhos quebrados e medicamentos vencidos ou danificados. O prejuízo com o desperdício apenas de próteses ortopédicas ultrapassa os R$ 20 milhões.

A rede elétrica de algumas unidades também estava comprometida, o que poderia resultar em incêndios. Por isso, a ala de emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, está fechada há mais de três anos e não tem previsão de reabertura.

Nesta segunda-feira (18), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, informou que vai  demitir o diretor do Departamento de Gestão Hospital da pasta, Alexandre Telles. A decisão será publicada no Diário Oficial da União.

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Camila Bezerra

Jornalista

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