O atrito causado pela operação na Cracolândia

Do Estadão

Denarc faz operação na Cracolândia e causa atrito entre Haddad e Alckmin
 
Fernando Haddad (PT) convocou a imprensa para afirmar que confronto na região foi “lamentável” e ligou para o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para reclamar. A reportagem do ‘Estado’ testemunhou toda a ação e divulgou as imagens no portal ‘Estadão.com’
 
Uma ação da Polícia Civil na Cracolândia, região central de São Paulo, com bombas de efeito moral e balas de borracha, provocou atrito entre o governo do Estado e a Prefeitura, que desenvolve há uma semana uma intervenção na região. O prefeito Fernando Haddad (PT) convocou a imprensa para afirmar que a operação policial foi “lamentável” e que ligou para o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para reclamar.

Estado testemunhou toda a ação e a adiantou no portal Estadão.com. Três policiais e dois dependentes ficaram feridos, e 34 pessoas foram detidas (4 ficaram presas). “Eu só vou dar uma declaração a respeito do episódio, que eu classifico como lamentável”, disse Haddad, sobre a ação do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc). “O que houve foi uma ação da Polícia Civil sem que a Prefeitura ou a Polícia Militar tivessem conhecimento, rompendo diálogo produtivo e profícuo”, acrescentou o prefeito.

Haddad afirmou que o secretário municipal de Segurança Urbana, Roberto Porto, estava presente na hora e foi “vítima de uma ação completamente desnecessária”. “Eu liguei para o governador, expus a ele a situação. Inclusive a situação dos agentes da municipalidade, que atuavam lá, o próprio secretário Porto estava lá.”

O prefeito fez apenas um pronunciamento e deixou o secretariado para responder as perguntas. A equipe de Haddad e também a assessoria de Alckmin mantiveram em sigilo o que o governador disse no telefonema.

O governo do Estado tentou afastar o tom político, designando a direção do Denarc para falar sobre o episódio, classificado como legítimo. O Denarc também negou uso de balas de borracha. Fontes no Palácio dos Bandeirantes, porém, dizem que o governador não sabia da realização da ação do Denarc.
 
O secretário Porto definiu o que presenciou como “uma incursão desastrosa, com bombas de efeito moral, balas de borracha, e aí o tumulto foi generalizado”.
 
A intervenção dos policiais aconteceu justamente onde a Prefeitura desenvolve a Operação Braços Abertos, tentativa de acabar com a Cracolândia com oferta de moradia, alimentação e emprego aos dependentes. Para o secretário municipal de Governo, Chico Macena (PT), “esse tipo de ação pode comprometer essa relação de confiança que foi estabelecida ao longo dos meses”. Macena também criticou a ação realizada há dois anos, pela Polícia Militar. /ARTUR RODRIGUES, BRUNO RIBEIRO, LAURA MAIA DE CASTRO E JF DIÓRIO 

 

Redação

8 Comentários

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  1. Repúdio a Alckmin

    Isso foi simplesmente a resposta da classe média de direita de São Paulo às políticas realmente democráticas e humanas implementadas pelo prefeito do PT. Aliás, alguém disse aqui no Blog, “falem mal, mas só mesmo o PT pra fazer uma ação de dignidade na cracolândia”. Taí, o que o “conservadorismo” acha que deve ser feito para resolver o problema dos dependentes: violência. Eis a soluçao que agrada a esses trogloditas. É incrível como nos últimos anos a gente vem assistindo a uma escalada de atos atentatórios à democracia e aos direitos das pessoas. Quando vi essa ação de ontem vislumbrei a assinatura de quem promoveu o terror em Pinheirinhos. É isso aí, Geraldo “Canção Nova” Alckmin, médico, opus dei, cristão exemplar…

  2. O Palacio do Bandeirantes disse que não sabia

    Como é que a Polícia civil faz uma operação desta monta e a cúpula do Palácio dos Bandeirantes não fica sabendo? Me conta outra! A verdade é que a ação foi sim para modificar, dificultar, atrapalhar a ação da prefeitura de São Paulo que pela primeira vez consegue frutos promissores com sua ação. Geraldo Alckmim com estas e outras ações desastradas vai entregar o governo do estado de bandeja para o Padilha. O povo já mostrou que a memória não é tão curta assim!

  3. Isso aí é a polícia de SP

    Está claro que axistem policias associados ao narcotráfico e o evidente sucesso da operação exigiu essa sabotagem para SALVAR O NEGÓCIO.

    Todos os envolvidos na operação, se houvesse um mínimo de seriedade por parte do governador do Estado de São Paulo, deveriam ser imediatamente afastados e investigados.

    Isso não acontecerá porque tem muito mais gente envolvida com o narco-tráfico além de policiais.

    Todavia, e ainda não se deu conta disso em sua limitação, mas até Geraldo Alckimin será supeito de associação com esses traficantes se não agir.

  4. É a política.

    A ação é claramente de “política sindical” por parte da polícia civil.

    Estão insatisfeitos e querendo emparedar o Secretário da Segurança e o Governador.

    Criaram um fato onde, se o governo punir os policiais, bota gasolina na fogueira da insatisfação, deflaga um greve. Se nada fizer, fica desmoralizado

    Se há dúvidas, recomendo uma visita ao site http://flitparalisante.wordpress.com

  5. O Fleury também até hoje

    O Fleury também até hoje sustenta que “não sabia” da decisão de invadir o Carandiru.

    “Traficantes, homicidas, estelionatários.
    Uma maioria de moleque primário.
    Era a brecha que o sistema queria.
    Avise o IML, chegou o grande dia.
    Depende do sim ou não de um só homem.
    Que prefere ser neutro pelo telefone.
    Ratatatá, caviar e champanhe.
    Fleury foi almoçar, que se foda a minha mãe!
    Cachorros assassinos, gás lacrimogêneo…
    quem mata mais ladrão ganha medalha de prêmio!

    (…)

    Fleury e sua gangue

    Vão nadar numa piscina de sangue”

    (Racionais MC’s, Diário de Um Detento)

     

  6. Nada disso,

    é que a polícia civil paulista resolveu apoiar o PT! Isso mesmo, apoiar o PT para as eleições estaduais e federais. 

    Não cantaram a pedra antes ao ai-quemim, fazendo parecer que era uma operação tucana, e aí o povo se indigna – não pelos craqueados, mas sim pelos funcionários municipais que apanharam dessa polícia – e assim o povo vota num outro poste, agora para o estado. 

     

    No mesmo tom daquela piada de mineiro:

    Ô cumpade, pra onde ocê vai?

    Vô pra Manhumirim, cumpade. 

    Aí o primeiro cumpade liga os neuorônios analíticos e pensa:

    O cumpade tá dizendo que vai para Manhumirim preu achá que ele vai é pra Manhuaçu, mas na verdade vai é pra Manhumirim meamo … 

  7. Em passado próximo o governo

    Em passado próximo o governo do Estado de São Paulo proibiu o uso de bala de borracha e bomba de gas lacrimogênio na região de Cracolância, mas é só para ingles ver. A força policial descumpre: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/01/governo-proibe-uso-de-bomba-moral-e-bala-de-borracha-na-cracolandia.html >

    O Secretário de Segurança, Grella, diz que a prisão de traficantes é uma ação de policia, mas o princípio constitucional de razoabilidade é uma exigência a ser cumprida pelo servidor público. Na área – espaço da prisão de t raficante, segundo a polícia, não dispunha de condições ambientais para ação de violência e risco.

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