TVGGN: Hospitais universitários vão disponibilizar prontuários digitais para o SUS

Presidente da estatal que administra hospitais universitários, Arthur Chioro contou ao GGN os desafios para reconstruir rede de ensino.

Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O programa TVGGN 20 Horas desta segunda-feira (7) recebeu o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para comentar o processo de reconstrução e reestruturação de hospitais universitários depois do desmonte promovido desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

A Ebserh é uma empresa estatal ligada ao Ministério da Educação, e foi por meio do convite do ministro Camilo Santana que Arthur Chioro assumiu em março a tarefa de retomar os trabalhos frente aos 41 hospitais universitários do País.

A rede dos HUs é extensa: são 62 mil funcionários, 55 mil alunos de graduação, 4.800 professores, 8.100 residentes e 8.500 leitos hospitalares sob a gestão da Ebserh, considerada, segundo o presidente, a maior rede de hospitais públicos do Brasil e a maior rede de excelência do mundo.

Sucatear para privatizar

O presidente conta que, desde o golpe, os hospitais universitários foram abandonados, a fim de seguir a lógica sucatear para privatizar. “Era um discurso esquizofrênico. Por se tratar de uma empresa vinculada ao MEC [Ministério da Educação], então os HUs não tinham compromisso com o SUS [Sistema Único de Saúde], só com o ensino e pesquisa.”

O convidado relata ainda que, desde que assumiu a presidência da estatal, notou que o que menos se tinha nos hospitais universitários eram estímulos para as áreas de ensino e pesquisa, até pela imposição do Teto de Gastos a partir do governo Michel Temer (MDB). “A determinação da diretoria anterior era a de não trazer problemas do SUS”, continua Chioro.

Os hospitais universitários agora passam por um momento de realinhamento e parcerias, não só com o Ministério da Saúde, mas também com secretários municipais e estaduais de Saúde.

“Os hospitais universitários são hospitais do SUS, no SUS, para o SUS e onde vai se fazer ensino, pesquisa e inovação de qualidade”, garante o entrevistado do TVGGN 20 Horas.

Propostas

Além de gerir a demanda de novos hospitais federais que querem aderir ao SUS, uma das contribuições da Ebserh para a saúde pública é o oferecimento do prontuário eletrônico aos estados e municípios. Segundo Chioro, esta tecnologia vai possibilitar a criação de comunidades e redes, “potência que foi colocada em segundo plano”.

O líder dos HUs também almeja fechar parcerias com os hospitais filantrópicos, mais conhecidos como santas casas, a fim de posibilitar o maior poder de negociação na compra de insumos, barateando-os, além de fomentar uma política industrial para a área da saúde.

Chioro conta ainda que está viajando pelo País para conhecer os 41 HUs e as demandas locais, para melhorar o atendimento à população.

Balanço

O presidente observa que, durante a última gestão presidencial, o número de leito de unidades de terapia intensivas (UTI) para adultos cresceu, como consequência do enfrentamento à Covid-19, mas que o número de UTIs neonatal está em estado crítico. “A rede de outros hospitais não acompanhou da maneira que os estudos indicam as necessidades de atendimento ao câancer da população braisleira”, observa.

Há casos ainda que a parceria entre Ministério da Educação e Ministério da Saúde terá de envolver ainda a Casa Civil, pois há unidades que terão de ser reconstruídas para atender a população com excelência.

Um exemplo é o HU de Pelotas, que, segundo Chioro, tem tantos “puxadinhos” construídos nas últimas gestões que só a reconstrução do hospital vai garantir o atendimento digno aos cidadãos.

Assista ao programa na íntegra:

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Camila Bezerra

Jornalista

1 Comentário

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  1. Sem juízo de valor, o que representa isso, posso lhe falar uma coisa, era melhor prestar informação dos atendimentos, em M. Claros no norte de minas, se precisar de atendimento pediátrico o bebe tá morto, nenhum hospital credenciado pelo SUS, faz esse atendimento, nem quem tem algum plano, somente o Hospital Mario Ribeiro faz, mas fica sobrecarregado e acaba não atendendo emergências. É um caos na saúde infantil. Não tem resposta do sistema público satisfatória em anos, é só blá blá blá. Não estou nem apontando culpados, mas aqui o mito era tratado com Deus.

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