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Final de ano é época boa para tirar o atraso daqueles filmes que você não viu durante o ano. Um deles, que certamente deveria estar na sua lista, é o documentário “Sem Pena”, de Eugênio Puppo. O Documentário aborda, como poucos, o sistema jurídico e prisional brasileiro.
Os produtores visitaram o verdadeiro inferno que são as penitenciárias do país, revelando as entranhas do sistema judiciário e a precária e caótica vida da terceira maior população carcerária do mundo.
O Justificando entrevistou o diretor logo na estreia do documentário, quando ele afirmou o aprendizado que teve com o filme – “Em síntese, é uma sociedade extremamente punitiva, um Ministério Público por vezes vingativo, um poder judiciário que prende muito e uma polícia repressiva.”
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O Brasil prende pouco
Um poder judiciário que prende muito? Falsa impressão. No Brasil há cadeias de menos, e não presos demais. Nossa legislação penal é muito branda e cheia de brechas. Como o Brasil pode ter uma população carcerária inferior à dos EUA, se o índice de criminalidade aqui é muito maior?
É muito complicado. É certo
É muito complicado. É certo que os presos não têm seus direitos respeitados. Mas pergunto: e os moradores de favelas, de palafitas têm seus direitos respeitados? Têm escolas, têm emprego, têm habitação digna? (às vezes têm cadeias novas/reformadas que é uma beleza) têm vestimenta, calçados pelo menos iguais aos dos presos? São menos vítimas de violência do que os presos? Claro que não. Com exceção do direito de ir e vir, os presos têm melhores condições de vida do que os pobres e miseráveis que vivem nas favelas, palafitas e ruas do nosso rico Brasil. É olha que a maioria não praticou nenhum crime. Pelo contrário, batalha o dia todo para ganhar um salário mínimo e olhe lá.