O eleitor perante os fatos, por Alexis

O eleitor perante os fatos

Por Alexis

Ref. ao post Os impolutos políticos pró-impeachment 

Séculos de colonização

Rico tem enxaqueca; mas o pobre tem apenas dor de cabeça.

Rico se ausenta temporariamente para reflexão ou para fazer coisas mais importantes; pobre falta ao trabalho porque é preguiçoso.

Rico que rouba é cleptomaníaco e é natural que seja ladrão, pois faz parte do folclore brasileiro; já o pobre é ladrão mesmo e deve ir para a cadeia.

Mulher bonita que se vende a alguém rico é esperta; a que vende a varejo é apenas puta.

Autoridade que não abusa perde o seu prestígio.

O rico que delinqüe irradia entre os seus pares de classe uma luz de sucesso e de convite para imitar, e até Juiz quer desfrutar desse delito (como o Juiz do Eike Batista e muitos outros casos). O pobre que comete delito não é exemplo a ser imitado e é extirpado da sociedade.

A Lei de Gerson diz que devemos levar vantagem em tudo, mas essa vantagem está sempre em poder dos mais ricos.

O voto conservador

Com tudo o indicado acima, que é apenas a ponta do iceberg que ilustra a estrutura social e cultural do brasileiro, podemos entender as razões de gente, na Av. Paulista, que possa falar mal da Dilma e, na maior cara de pau, apoiar alguém como Aécio Neves. Os delitos tucanos ou de aliados de tucanos são escondidos e, quem fica sabendo, assume como sendo natural de gente da sua classe, pois, aquele eleitor, faria provavelmente o mesmo que o seu candidato, num caso similar. Isso corresponde a uma baixa porcentagem da sociedade, representada pelos eleitores das recentes manifestações de elite.

O sujeito vota em alguém da sua tchurma ou do grupo onde ele gostaria de fazer parte. Pobre alienado gosta de luxo, de uísque bom e de candidato de olho claro. Existe muita psicologia nisso, pois tem gente pobre que se sente chique ao dizer que votou em Aécio. Temos aqui um terço do eleitorado: poucos da classe e um monte de bajuladores de plantão, ou anti-PT de carteirinha, que se esqueceram do Brejo da Cruz (Chico Buarque). Votos em Arruda (Brasília) ou em Maluf (SP), depois de conhecer tudo o que fizeram, não tem outra explicação.

O voto influenciável

Outro terço do eleitorado, normalmente gente com pouca cultura cívica. Estas pessoas correspondem a eleitores dos mais diversos segmentos sociais e culturais. O PT perdeu feio essa briga com os meios de comunicação e são estes os majoritários numa eleição. Esta influencia é maior quando o candidato é para cargos legislativos. Estes eleitores acompanham a evolução da economia; eles se escandalizam quando pobre está envolvido em escândalos (embora estes escândalos sejam amplificados pelo PIG), mas não se importam muito com visões fugazes de delitos que afloram desde dentro da elite, pois estão acostumados a lidar com falsos príncipes recheados de esgoto por dentro (como a turma da foto deste post, acima), desde que esse esgoto não seja exposto, assim como filmes para maiores onde a solução é tirar as crianças da sala.

Neste começo de 2015, o PIG se encarregou de tornar anti-PT à maior fatia deste eleitorado, pelo menos nesta fase.

O voto progressista

Este voto foi construído aos poucos, com muita consciência cívica e trabalho de base (PT, PSol, PCdB, principalmente). O voto popular, com muito esforço, deve atingir hoje o terço faltante. 

Sendo assim, a luta pelo poder passará necessariamente por três caminhos:

Curto prazo: Democratizar os meios de comunicação e punir os excessos de meios reconhecidamente manipuladores. Extirpar práticas equivocadas de políticos progressistas. O término de aportes empresariais para campanhas políticas foi uma boa medida, embora tarde. Mudar rápido o jogo: cobrar antes de ser cobrado; punir antes de ser punido; dar o exemplo. Se um tucano errou, então vamos logo com a denúncia, pois, se assim não for feito, eles mesmo dirão: “E por que não denunciaram antes?”

Médio prazo: Melhorar a economia do Brasil. Mudar o conceito de “justiça” e o poder judiciário.

Longo prazo: Cultural. Reconstruir os valores sociais, adquiridos em séculos de colonização. Abolir a Lei de Gerson, dentre outras ações. 

Redação

14 Comentários

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  1. O tempo do debate racional

    O tempo do debate racional acabou. Tucanos, demonicos e outros mafiosos procurados pela PF e pelo MPF querem comandar o país e rasgar a CF/88 para construir sua impunidade. Eles devem ser metidos na prisão e se resistirem à ação policial devem ser mortos a tiros exatamente como os pobres que em sido abatidos pela PM na periferia de São Paulo.

  2. Infelizmente irreal

    Curto prazo: Democratizar os meios de comunicação e punir os excessos de meios reconhecidamente manipuladores. Extirpar práticas equivocadas de políticos progressistas. O término de aportes empresariais para campanhas políticas foi uma boa medida, embora tarde. Mudar rápido o jogo: cobrar antes de ser cobrado; punir antes de ser punido; dar o exemplo. Se um tucano errou, então vamos logo com a denúncia, pois, se assim não for feito, eles mesmo dirão: “E por que não denunciaram antes?”

     

    Sejamos francos: impossível democratizar os meios de comunicação no curto prazo. Isso é uma tarefa de médio prazo para longo. O que daria para fazer no curto prazo é mexer com as verbas publicitárias de modo a favorecer alguns veículos em detrimento de outros. Na minha opinião, o correto mesmo seria investir esse dinheiro na criação de uma BBC brasileira, que a princípio seria a EBC, capaz de trazer ao grande público informação de qualidade e dar a ele uma referência de opinião e agenda que hoje ou não existe ou tem que ser caçada de maneira picada em sitios da internet.

    1. Não acredita na justiça, no

      Não acredita na justiça, no congresso, na imprensa. 

      Tu só acredita no que o PT te manda acreditar, certo.

       

  3. Audio:
    Judiciário confirma

    Audio:

    Judiciário confirma que dá tratamento diferenciado a corrupção do PSDB
    Há um ano, o Supremo Tribunal Federal encaminhou o julgamento do mensalão tucano à primeira instância da Justiça de Minas Gerais. Porém, nada foi feito para a conclusão do caso que se arrasta a quase uma década. O combate a corrupção é direcionado contra o PT, enquanto isso, crimes praticados pelo PSDB ficam impunes e correm o risco de prescrever, segundo Wadih Damous, ex-presidente da OAB do Rio de Janeiro. Reportagem de Anelize Moreira

    http://www.redebrasilatual.com.br/radio/programas/jornal-brasil-atual/2015/04/com-mensalao-tucano-parado-judiciario-confirma-que-da-tratamento-diferenciado-na-corrupcao-do-psdb

    1. A passos de tartaruga

      A matéria da Folha foi feita logo após a juíza que deveria fazer o caso andar (após mais de um ano parado) ter declinado da competência para fazê-lo.

      O que ocorreu foi o seguinte: em 11 de abril, duas semanas antes da reportagem da Folha, a magistrada Melissa Pinheiro Costa Lage foi escolhida para comandar a 9ª Vara no lugar de Neide da Silva Martins, que se aposentou, conforme diz a reportagem do jornal paulista. Porém, dois dias depois (13/4) ela declinou da competência para o julgamento do processo que apura os crimes de peculato e lavagem de dinheiro ocorridos durante a campanha de Eduardo Brando Azeredo para o governo de Minas Gerais, em 1998.

      A magistrada Melissa Pinheiro Costa Lage citou a Constituição Estadual para tomar tal decisão – o texto constitucional prevê, em seu artigo 106, competência do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para julgar secretário de estado, bem como decidir sobre eventual desmembramento do processo em relação aos outros réus

    1. E as seis famíglias, vão

      E as seis famíglias, vão gostar disso? É por essas e outras que há lei proibindo. Já no caso das empreiteiras há um monte de “gente boa” torcendo para elas quebrarem, para facilitar a vida das haliburtons da vida.

    2. Aqueles que tem bala na

      Aqueles que tem bala na agulha para vir, já controlam a mídia por ai mundialmente…

      É fortalecer aqueles que estão aqui!

      O Nassif, por exemplo…

  4. Texto grosseiro

    A grosseria começa com estereótipos qe há muito vem sendo varridos da cultura brasileira.

    Depois, grosseiramente tenta estereoptipar o eleitorado brasileiro em apenas tres tipos de votos. Não sei como classificaria aí um eleitor do Maranhão que votou na Dilma e no Lobão porque o Lula pediu voto para os dois. É progressista ou é “pobre querendo parecer rico” ?  E o eleitor do Maluf que votou no Haddad ? Quem é esse então ? Seria um “pobre que acha que é bonito e chique ser malufista e vota no Haddad porque o Maluf mandou”, alguma coisa por aí.

    Depois produz tres “pérolas”, óbvio. Quem erra no diagnóstico não tem como acertar na cura.

  5. No minimo que posso dizer do

    No minimo que posso dizer do texto: abuso de exteriótipos, e da falácia do espantalho.

    Quem é conservador no brasil são os mais pobres.

    Quem defende propriedade privada é pobre.

    Quem defende livre mercado é pobre.

    Quem defende mais rigor na lei é pobre porque ele é honesto, e é a principal vitima da violência.

    Quem defende a redução dos impostos é os mais pobres porque são eles que mais pagam impostos.

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