A precarização do trabalho no país, por Luis Nassif

O maior crescimento foi de trabalhadores por conta própria com CNPJ, seguido de por conta própria sem CNPJ.

Marcello Casal Jr – Agência Brasil

As estatísticas podem ser enganosas. Ontem, houve alguma comemoração com a redução do desemprego e uma pequena melhora relativa nos rendimentos.

Quando se entra no âmago dos números, o quadro é trágico.

O gráfico abaixo mostra a evolução do emprego em alguns setores relevantes, tomando-se agosto-outubro de 2012 como base 1.

O maior crescimento foi em Alojamento e Alimentação e Outros Serviços, ambos empregos de baixa qualificação. 

Na outra ponta, o setor mais privilegiado da economia – Agricultura, pecuária -, com isenção fiscal e financiamento subsidiado, foi o que menos gerou empregos, ao lado da Indústria, e muito abaixo do crescimento total do emprego.

O gráfico seguinte mostra os mesmos setores, em número de empregos gerados.

No caso da Agricultura, houve uma redução do número de empregos. Será mais um fator a ser considerado quando os governos estaduais e o federal decidirem rever as escandalosas isenções tributárias do setor.

Outro dado relevante, da precarização do trabalho, é o perfil dos trabalhadores de acordo com os vínculos trabalhistas.

No quadro abaixo, considerou-se outubro-dezembro de 2015 como base 100.

O maior crescimento foi de trabalhadores por conta própria com CNPJ, seguido de por conta própria sem CNPJ.

Repare em uma queda aguda da categoria trabalhador familiar auxiliar, proveniente decorrente da queda de renda das famílias

Luis Nassif

1 Comentário

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  1. Esse movimento é ruim para o Brasil não apenas pelo que causa de imediato, mas pelas consequências de longo prazo. A capacidade do País de gerar meios de criação de riqueza fica absolutamente comprometida com risco de morte no que se refere ao desenvolvimento. Não se trata da busca de uma saída de parte dos trabalhadores, investindo no trabalho por própria conta tendo ou não o CNPJ; mas um caminho de desconexão entre trabalho e desenvolvimento. Organizações formam teias complexas que demandam boas capacidades dos seus colaboradores, com isso impulsionam de forma diversa a geração de novas capacidades e necessidades dando efetivamente condições de progresso, produtividade, competitividade, inovação e etc. A desorganização das organizações de maneira ampla, geral e irrestrita é um movimento de morte a qualquer desejo de obter progresso e desenvolvimento econômico e social do Brasil. Deveria ser terrível e compreendido dessa forma por todos, esses dados apresentados pelo GGN.

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