Ipea aponta menor dinamismo no mercado de trabalho

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O mercado de trabalho perdeu dinamismo ao longo do primeiro semestre de 2013, embora os números registrados tenham atingido um patamar histórico importante, avalia o diretor adjunto de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Henrique Corseuil.
 
“De forma geral, o mercado de trabalho mostrou uma perda de dinamismo em relação à evolução que vinha mostrando nos anos passados. No primeiro semestre de 2013, tanto a população ocupada quanto os rendimentos médios mostraram uma tendência de queda, embora outros indicadores, como a taxa de informalidade, continuem melhorando. A gente atribui essa perda de dinamismo na população ocupada e nos rendimentos a uma possível reação tardia no mercado de trabalho aos indicadores macroeconômicos, que, no final de 2011 e início de 2012 não estavam mostrando uma evolução muito positiva”, disse o diretor, que aponta uma possibilidade de melhora.
 
Ao comentar a respeito do Boletim de Mercado de Trabalho nº 55, que analisa a conjuntura nacional a partir de dados da Pesquisa Mensal do Emprego, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e de dados do Cadastro Geral de Emprego (Caged) e do Dieese, Corseuil afirmou que o fato de o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro dar sinais de recuperação é considerado “um sinal de esperança” de que o mercado terá uma recuperação favorável durante o segundo semestre.
 
Entre os pontos destacados pelo economista, está o fato de que a taxa de desocupação em junho chegou a superar o total registrado no mesmo período de 2012, o que não acontecia nos últimos anos uma vez que a taxa vinha se reduzindo de forma contínua. “Uma taxa de 6% é ao menos bem razoável para um país em desenvolvimento”. A taxa de desocupação média do primeiro semestre foi 5,7%, equivalente a 0,2 ponto percentual menor que a do mesmo período de 2012. De 2011 para o ano passado, a queda tinha sido de 0,5 ponto percentual.
 
A população ocupada, outro indicador usado na análise, também se comportou de forma mais fraca em comparação aos anos anteriores, com queda entre janeiro e abril, e recuperação no segundo trimestre. A oscilação gerou um crescimento médio de 1,2%, ou de 272 mil postos de trabalho, sobre 2012.
 
Já o rendimento, que obteve alta média de 1,5% sobre o primeiro semestre de 2012, com o valor de R$ 1.875, 20 nos primeiros seis meses de 2013, teve o crescimento concentrado na variação de janeiro a fevereiro, seguido por uma leve queda até junho. Sobre os dados de julho, Corseuil avalia que os sinais para o segundo semestre são ambíguos.
 
“Quando a gente olha para os dados de julho, são sinais ambíguos. No que diz respeito ao rendimento, o dado mostrou que continua uma tendência de queda. Em relação à população ocupada, mostrou um aumento que pode ser uma reversão dessa tendência de queda do primeiro semestre”, avaliou o pesquisador, que ponderou ser preciso analisar as próximas pesquisas para confirmar os sinais. As informações são da Agência Brasil.

Clique aqui para ver o estudo.

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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  1. IPEA: Brasil patina no campo tecnológico e na produtividade

    IPEA: Brasil patina no campo tecnológico e na produtividade

    Luís Osvaldo Grossmann

    Após uma década de contratações, que deixam o país beirando o ‘pleno emprego’, o Brasil precisa encontrar o rumo da produtividade para viabilizar o crescimento econômico. É o que indica um conjunto de estudos divulgado nesta quinta-feira, 5/9, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

    Entre 2000 e 2009, as taxas de crescimento da produtividade ficaram em média em 1%, ao passo que as taxas de crescimento do PIB per capita alcançaram 2%, 2,5%. A diferença sinaliza ampliação do mercado de trabalho – mas, na prática, é uma forma de indicar que há mais gente produzindo quase a mesma coisa.

    “O que motivou grande parte do crescimento foram maiores taxas de ocupação, ou seja, da inclusão de mais gente no mercado de trabalho. Só que tem uma limitação estrutural para isso. Estamos muito próximos do pleno emprego. Se a gente quiser continuar crescendo, precisamos nos esforçar para ter ganhos de produtividade na economia brasileira”, avalia Luiz Ricardo Cavalcante, do Ipea.

    Essa é talvez a principal conclusão do boletim Radar 28, publicado nesta quinta. “Fica claro que o principal fator explicativo do crescimento econômico brasileiro no período recente foi a incorporação de fatores de produção, principalmente o fator trabalho. Como a economia encontra-se com níveis de emprego e taxas de participação historicamente altas, há dificuldades para a continuidade do crescimento sustentado nestes moldes.”

    Até porque, o tradicional motor da produtividade, que é a indústria, patinou no período. Foi o setor onde surgiram mais empregos, mas onde a produtividade caiu. Por sinal, as dez maiores quedas de produtividade reúne apenas atividades industriais, tendo que o setor de ‘material eletrônico e equipamentos de comunicações’ o segundo pior desempenho – a queda foi de 6,7% no período, atrás apenas dos 6,9% da indústria de ‘refino de petróleo e coque’.

    Patinar no campo tecnológico é mau negócio para uma nação com ambições como o Brasil. Como lembra um dos estudos do boletim do Ipea, uma pesquisa com 24 setores em 39 países durante o período 1973-1990 concluiu que “países que se especializaram em setores mas avançados tecnologicamente (particularmente eletrônica) apresentaram crescimento de produtividade superior aos demais”.

    Em uma comparação com Estados Unidos, China e Coreia do Sul, entre 1960 até 2011, o resultado é desanimador. No período, os EUA avançaram de forma constante, crescendo 50% ao longo do período. A Coreia do Sul apresenta uma expansão relativamente constante, chegando em 2011 com uma produtividade 90% maior que em 1960. E a China, embora estagnada até 1980 teve uma ampliação extremamente rápida e cresceu 177%.

    Já a produtividade no Brasil cresceu apenas 23% nos 50 anos mencionados. Vale destacar que os pontos de partida são diferentes – os EUA já eram muito mais produtivos que os demais em 1960. No caso brasileiro, a chamada Produtividade Total dos Fatores era, então, 46% da americana e chegou a atingir 66% em 1976. Desde então, porém, vem caindo consistentemente, chegando em 2011 a apenas 42% da produtividade norte-americana.

    O boletim do Ipea busca abrir um novo campo de estudos de forma a aprofundar essa questão ao ponto de indicar questões-chave para diferentes setores econômicos. “Para entender em cada segmento quais são os determinantes mais importantes para o aumento da produtividade e assim propor políticas públicas mais eficientes. Não adianta propor ‘aumentar a inovação em geral, aumentar a qualificação de mão de obra em geral, por infraestrutura em tudo quanto é canto’, porque os recursos são limitados, não dá para fazer tudo ao mesmo tempo”, conclui Cavalcante.

    Fonte: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=34787&sid=3#.UijnGkpZQI

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