Os cenários prováveis para PSDB e Serra em 2014

Comentário ao post “O jogo de xadrez da oposição para 2014

1. Uma coisa é o PSDB (um partido eminentemente paulista) colocar o Aécio na cabeça de chapa, é mineiro, mas trata-se de um quadro importante do partido. Outra completamente diferente é ceder a vaga ao Campos e permitir que este, mesmo perdendo (o mais provável), se torne o novo grande líder anti-PT. Num quadro, 2018, em que o PT já com 16 anos de poder e desgaste, mesmo com alto grau de imprevisibilidade, teria que ter o Lula ressuscitado ou tentar o Haddad. Esse tipo de gesto, de abnegação em nome de um projeto, não me parece fazer parte da cultura política nacional (neste sentido incluo todos os partidos).

2. Serra precisa estar no jogo, jogar pra ele é mais importante do que o jogo em si. Parêntese (quanto foi que a filha dele investiu recentemente? O Amaury Jr. levantou a hipótese de lavagem). Para isso faz qualquer coisa. Para mim existem dois cenários prováveis pra ele:

a) inventa uma candidatura (suicida, é verdade) com o Campos de vice aglutinando em torno do novo partido do Freire toda a direita descontente com o PSDB, pode interessar ao Campos que pode se tornar conhecido neste campo político e no restante do país, cacifando-o para 2018;

b) Sempre sobra São Paulo. Pode muito bem (lembremos-nos de 2006), novamente neste novo partido do Freire, candidatar-se ao palácio dos bandeirantes, apoiando a candidatura de Campos (ou não). Nesse caso, teríamos grande possibilidade de segundo turno entre o candidato do PT e Serra ou Alckmin, com vencedor absolutamente imprevisível. O fato é que neste cenário Serra manteria certa relevância. Se vencesse (meu Deus!!!), 2018 estaria no horizonte.   

Há ainda uma terceira hipótese, que considero muito pouco provável (por isso não foi considerada acima), que consiga convencer o PSDB que somente ele conegue ser o candidato viável do partido, vide o crescimento de Campos e a inércia de Neves. 

3. Eduardo Campos está jogando. Primeiro imaginou que poderia conseguir a vaga de vice para 2014 e poderia se cacifar para 2018, esqueceu de combinar com os russos (também conhecidos, neste caso, como PMDB). Poderia ocasionalmente conquistar uma base para 2014, diante do vácuo representado pela liderança de Aécio Neves. Uma vez inviabilizada a primeira hipótese está concentrado na segunda. Sabe que precisa do PSDB ou de algum outro lastro que represente penetração para além da Bahia, por isso o jogo com Serra. Não creio que o PSDB abra mão da cabeça de chapa para ele. Pode ser candidato a vice em uma coligação com o PSDB e se tornar conhecido para 2018, acho que esse é cenário mais provável para ele. Se for para o Senado, aposenta-se.

4. O Aécio não sabe de nada. Nem mesmo se quer ser candidato, no fundo penso que terá que ser, o PSDB precisar estar presente na urna em 2014. Eles sabem que jogo pra vencer será 2018. Nesse meio tempo Aécio poderá ter sido convencido do que é a política e de suas vicissitudes. Um cenário com várias candidaturas poderá lhe dar fôlego em um eventual segundo turno contra Dilma, é nisso que aposta a mídia conservadora: o PSOL para pegar os esquerdista incautos, a Marina para os sonha(luna)ticos, o Campos para dividir o NE e o Aécio para reunir todo mundo no segundo turno.

5. O Alckmin só que se reeleger. Faz qualquer negócio.

O cenário na oposição é absolutamente imprevisível, por que, como disse o Nassif, esses quatro personagens definirão o jogo por este lado. O fato que se impõe é que seus movimentos não serão coordenados de forma simétrica. Todos tem algo a perder, a ceder. Por ultimo, não podemos desprezar o “coiso”, Aécio é fraco e Campos ainda precisa de algum estofo.

Ps.: O jogo está ótimo para a Dilma…

Luis Nassif

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