Enviado por Webster Franklin
Do Observatório da Imprensa
Por Luciano Martins Costa
O obituário dos jornais registra na sexta-feira (12/6) a morte do almirante Júlio de Sá Bierrenbach. A História registra o papel relevante que cumpriu, como ministro do Superior Tribunal Militar, por resistir ao arquivamento do processo sobre o atentado do Riocentro, ocorrido em 30 de abril de 1981. Ele foi também umas das fontes de informações que chegaram a jornalistas, por um tortuoso caminho, e que permitiram desvendar aquele que teria sido o mais brutal dos crimes da ditadura.
Por sua atitude, o Brasil sabe, por exemplo, que o plano de explodir o centro de exposições onde se realizava um show comemorativo ao Dia do Trabalho foi articulado com o conhecimento do então presidente, general João Batista Figueiredo, e do chefe do Gabinete Militar da Presidência, general Danilo Venturini.
Para se ter uma ideia da tragédia que se pretendia provocar, imagine-se uma sucessão de explosões numa grande casa de espetáculos, lotada, com a eletricidade cortada e o acesso de ambulâncias bloqueado. Esse evento culminaria uma sucessão de 40 atos terroristas praticados por integrantes do sistema da repressão, que agiam sob comando dos militares chamados de “linha dura”, e que se opunham ao projeto de abertura do regime iniciado no governo anterior, do general Ernesto Geisel.
Nos meses anteriores, bancas de jornais que exibiam títulos como O Pasquim, Movimento e outras publicações alternativas haviam sido atacadas, e uma bomba foi desativada no Teatro da Universidade Católica de São Paulo, o Tuca, pouco antes de um ato público. Também faziam parte do projeto de desestabilização a tentativa frustrada de assassinar o ex-governador Leonel Brizola num hotel do Rio e a carta-bomba que matou a secretária da Ordem dos Advogados do Brasil, Lyda Monteiro.
A resistência do almirante Bierrenbach ao arquivamento do caso ajudou oficiais e outros agentes do governo a preservar evidências e documentos que foram abertos 30 anos depois e revelaram a extensão dos crimes que vinham sendo praticados pela chamada “comunidade de informações”.
Em 2015, a imprensa oferece palanque a adeptos da violência institucional e os transforma em representantes da “voz das ruas”.
A manchete e o editorial
Na sexta-feira em que a família do almirante Bierrenbach realiza seus funerais, o Brasil testemunha um dos momentos mais críticos do período da redemocratização. Os jornais registram uma sucessão de eventos que afetam a governabilidade e dificultam a visibilidade de um projeto de país, se é que o governo do PT ainda tem um.
Os embates entre os dois líderes do Congresso e o Poder Executivo ameaçam alguns dos melhores legados da Constituinte de 1988, pela ação das facções mais conservadoras do Legislativo. No ambiente político conturbado que a imprensa alimenta diariamente, arma-se a redução da maioridade penal e se conduz um arremedo de reforma nas regras do mandato político que tem todos os sinais de conduzir a um retrocesso.
No meio do conturbado jogo de negociações, traições e manobras de todo tipo, acaba sendo aprovado, por exemplo, o projeto que diminui a idade mínima para candidatos a cargos eletivos, que interessa exclusivamente a um deputado de 25 anos de idade que sonha se candidatar ao Senado ou ao governo de seu estado, a Paraíba, em 2018.
Quando o produto de grandes movimentações políticas é condicionado pela soma de pequenos interesses individuais, pode-se afirmar que o Legislativo se alienou completamente da sociedade que deveria representar.
Isso é o que se depreende da leitura dos jornais na semana que se encerra: representantes de entidades religiosas rompendo o princípio do Estado laico, oportunistas inserindo na legislação normas que beneficiam interesses privados e lobbies como o da indústria de armamentos pavimentando o caminho para um grave retrocesso.
Quando a maioria das grandes economias do mundo projeta uma queda significativa na geração de riqueza, o governo brasileiro anuncia um plano que a imprensa trata de desmoralizar em seu nascedouro. Observe-se que a Folha de S. Paulo, por exemplo, anunciou na quarta-feira (10/6) o pacote de concessões em infraestrutura como “lista de intenções”, e no dia seguinte publicou editorial admitindo que o Plano de Investimento em Logística “dá um passo na direção correta”.
Essa tem sido a rotina da mídia tradicional: escolhe para as manchetes o que há de mais negativo, usa ironia e meias-verdades que induzem a sociedade ao pessimismo, e se retrata no recôndito dos editoriais e das notas curtas.
Nesse cenário, a postura da imprensa em relação a todas as iniciativas do Executivo já não se configura como ação contra o partido governista: a imprensa atua como oposição ao país, com atentados diários ao interesse comum.
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REFERENDO JÁ!
Se todo o CIRCO das mudanças da Lei Eleitoral perpetrado pea podre Camara Federal passar no Senado, espero apenas que seja necessário um referendo pelo voto popular. Nenhum dos palhaços/canalhas eleitos ano passado tem direito constituinte.
Eu quero VOTAR NÃO ao circo de horrores comandado pelo venal Eduardo Cunha…
eu tambem queria,
mas parece que qualquer solução vai acabar passando pelas mão da (in)justiça. e é aí a porca torce o rabo!!
Eu lembro que Dilma propôs
Eu lembro que Dilma propôs reforma é o PT achou melhor não.
Reforma….faz quem quer fazer.
….
ditadura
Hoje, gente desinformada ( é de tirar o chapéu para a competência da midia hegemônica que em tantos anos manteve
parcela da população – maios nova -na total ignorância acerca dos crimes da ditadura)ou intrinsecamente má, pede um
novo 1° de abril de 64.
Democracia;que baita dilema ter de alimentar os vermes que a querem corroer! Dormir com o inimigo -sem ter a Julia
Roberts.
Eu sou uma testemunha nem ocular, nem auricular, nem tatil
dessas … daquelas notícias.
Morando no olho do furacão, no Rio, jamais ouvi, vi, notícias em meios de comunicação populares sobre o que estava acontecendo no país.
Cada notícia, cada foto que recebo diariamente me bate como se me encontrasse ermitã de mim mesma, nos anos 60 e 70. E não estava. Não queria. Não teria aceitado, se soubesse.
Por isso corro atrás do tempo, literalmente.
Com minha voz e minhas palavras, procuro fazer-me entender e entender outros que também o fazem como eu.
Caminhando, portanto.
Quando a Globo…
… empreeendeu campanha pelo acesso aos documetos ao longo dos trinta anos de sigilo?Não é de espantar que continuem os atentados contra a democracia, através do jornalismo feito de denuncismo e bombardeio diário de factóides. A violência e opressão cometidos pela ditadura, comartilhados e silenciados por grandes meios de comunicação, tanto não deixaram a pauta que os orienta, como é expressão reiterada da voz e dos interesses que representam.
so me informo com os blogs sujos
Por essas e outras so me informo com os blogs sujos e carta capital. Noticiario somente redes internacionais além que aprimoro meu conhecimento em linguas.